ÉTICA CRISTÃ
E VIDA FINANCEIRA
TEXTO ÁUREO
= “Por que
gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo
que não pode satisfazer?” (Is 55.2a)
VERDADE
PRÁTICA = As
finanças do crente devem ser bem administradas para ele garantir o sustento da
família, contribuir na manutenção da igreja local e ajudar o próximo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE = 1 Crônicas 29.10-14; 1 Timóteo 6.8-10
INTRODUÇÃO
O dinheiro pode ser bênção ou maldição, dependendo
do uso que dele fazemos. Se o fizermos de modo judicioso e para glória de Deus
e expansão do seu reino, com gratidão pelos bens adquiridos, seremos
recompensados pelo Senhor. Que possamos utilizar nossos recursos financeiros de
modo honesto, como verdadeiros mordomos de nosso Senhor Jesus Cristo. Saiba-se
que a avareza é uma forma de idolatria (Cl 3.5).
Quem nunca teve problemas financeiros? Quem nunca
passou “aperto” por falta de dinheiro? Quem nunca se preocupou em ganhar
dinheiro, pagar dívidas, comprar alguma coisa a mais? Se você puder responder:
“Eu”, parabéns? Esses são problemas antigos, pois o ser humano insiste, muitas
vezes, em dirigir a sua vida baseando-se em falsos valores e não nos valores de
Deus. Há muito tempo a área financeira tem provocado inúmeros problemas:
1. Distanciamento
no relacionamento conjugal;
2.
Insegurança familiar;
3.
Irritação, tensão, saúde afetada;
4. Mau
testemunho diante da sociedade, etc.
UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA
É possível ter uma vida financeira equilibrada em
um país como o Brasil? É possível manter as nossas finanças sobre controle
mesmo com a inflação? É possível viver financeiramente tranquilo mesmo em crise
econômica? Sim, é possível! Porque Deus falou muito sobre dinheiro na Bíblia?
Ele sabia que as finanças seriam algo importante em nossa sociedade. Prova
disso é que nas Escrituras Sagradas existem, aproximadamente, 300 versículos
sobre anjos, 500 sobre amor, 700 sobre fé e mais de 2.350 versículos falando
sobre dinheiro e riquezas.
Mas se a maior parte da população brasileira é
cristã, por que muitos ainda vivem atolados em dívidas e com a vida financeira
totalmente desequilibrada? Simples. Porque muitos não conhecem ou não praticam
os princípios bíblicos sobre finanças. Veja alguns desses princípios e
inspire-se:
O princípio do planejamento (Pv 21.15; Lc 14.28-30)
Se você não planejar o uso do seu dinheiro e gastar
conforme seus impulsos, terá problemas. Se estiver endividado, sair dessa
situação começa com um bom planejamento. Em seguida, coloque-se diante do
Senhor com o propósito de não contrair mais dívidas e ore por isso. Se
necessário, procure ajuda do seu pastor ou de sua liderança na execução do seu
planejamento.
O princípio do que é necessário
Antes de comprar, faça algumas perguntas a si
mesmo.
1. Eu realmente necessito do que estão me
oferecendo?
2. O uso justifica a compra?
3. Tenho condições de pagar?
4. Como esse bem me ajuda a cumprir os propósitos
de Deus para a minha vida?
5. Se eu não comprar, o propósito Dele estará
prejudicado? Não ame e nem valorize as coisas que lhe são oferecidas como
necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto.
Amor ao dinheiro
Os versos 9 e 10 falam de cristãos ambiciosos que
querem ficar ricos e são movidos pelo “amor ao dinheiro”. Vejamos alguns outros
textos bíblicos que proíbem a cobiça: Salmo 49: 16-1 7; Provérbios 28:20;
Eclesiastes 5: 1012; Lucas 12:15.
Além dessas advertências, Paulo acrescenta que
aqueles que vivem em prol da cobiça caminham para a queda. “Os que querem ficar
ricos” (v.9a), em primeiro lugar, “caem em tentação, em armadilhas” (NVI); em
segundo lugar, são tomados por “muitos desejos incontrolados e nocivos” (v.9b —
NVI), e, finalmente, num processo terrível de queda, esses maus desejos os
levam a “mergulharem na ruína e na destruição” (v.9c — NVI), isto é, chegando a
uma destruição total, perdendo tudo, inclusive a integridade! Jesus, em Marcos
8:36, declara: “que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua
alma?” (NVI).
Paulo conclui seu raciocínio com uma forte
declaração: “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (v. 1O). Cabe aqui
explicar o que significa essa expressão.
a. Em primeiro lugar, de acordo com Paulo, a
problemática não é “o dinheiro” e sim o “amor ao dinheiro”, ou seja, a avareza.
b. Segundo, no texto grego, não hão artigo “a”
antes de “raiz”, como se a única raiz para todos os males é o amor ao dinheiro.
Mas, sim, “uma raiz” dentre outras que podem existir.
c. Em terceiro lugar, o “amor ao dinheiro” não é
raiz de “todo o mal”, no singular, mostrando uma abrangência total, mas “raiz”
de “todos os males”, no plural.
A lista é grande para “todos os males”, Stott rios
ajuda dizendo que “a avareza leva ao egoísmo, ao engano, à fraude, ao perjúrio,
ao roubo, à inveja, às rixas e ao ódio, à violência e até ao assassinato”.
Paulo nos revela duas grandes consequências do amor ao dinheiro.
Primeiro, “algumas pessoas, por cobiçarem o
dinheiro, desviaram-se da fé (v. 10 — NVI); aqui é a luta para ver quem é seu
Deus, pois não é possível “servira Deus e às riquezas” ao mesmo tempo (Mt
6:24).
Segundo, “se atormentaram com muitos sofrimentos”
(v. 10 — NVI), ou literalmente, “se traspassaram com muitos espinhos
dolorosos”. Quais espinhos poderiam atingir o jovem ganancioso que ama o
dinheiro?
A palavra do apóstolo é clara: a cobiça é um mal
que arruína a própria pessoa, ao passo que a simplicidade de vida e o contentamento
são virtudes nobres, assemelhando-se ao nosso Senhor Jesus.
Uma oração que todo filho de Deus precisa fazer
várias vezes durante a vida: “Senhor Deus e Pai, controla a minha ambição.
Ajuda-me a não querer o que o Senhor não tem para a minha vida. Em nome de
Jesus. Amém.”
Provérbios para hoje: Discuta a frase: consumir de
propósito ou consumir com propósito?
MEIOS HONESTO PARA GANHAR DINHEIRO
1. Com trabalho honesto. A ética bíblica nos orienta que devemos trabalhar
com afinco para fazermos jus ao que percebemos. Desde o Gênesis, vemos que o
homem deve empregar esforço para obter os bens de que necessita. Disse Deus:
“No suor do teu rosto, comerás o teu pão...” (Gn 3.19a).
Há duas atitudes em relação ao trabalho (Pv 6.6-11;
12.27).
1. Diligência (Pv 6.6-8)
Este texto
nos faLa ainda de inteligência, integridade e iniciativa. Estas são as atitudes
que Deus valoriza e quer ver reproduzidas em nosso caráter.
As vantagens:
a.
Crescimento na carreira profissional, com promoções a cargos melhores (Pv
12.24).
b. Uma pessoa aplicada no seu trabalho, que não
vive de sonhos e desejos distantes, alcança satisfação dos seus anseios (Pv
13.4).
O apóstolo Paulo escreveu, dizendo: “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso
trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a
nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus” (1 Ts 2.9); “e procureis viver
quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias
mãos, como já võ-lo temos mandado” (1 Ts 4.11). “Se alguém não quiser
trabalhar, não coma também”(2 Ts 3.10). Daí, o preguiçoso que recebe salário
está usando de má fé, roubando e insultando os que trabalham.
2. Fugindo de práticas ilícitas. O cristão não dever recorrer a meios ou práticas
ilícitas para ganhar dinheiro, como o jogo, o bingo, a rifa, loterias, e outras
formas “fáceis” de buscar riquezas. Em Provérbios, lemos: “O homem fiel
abundará em bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo”
(Pv 28.20). O cristão também não deve freqüentar casas de jogos, como cassinos
e assemelhados. Esses ambientes estão sempre associados a outros tipos de
práticas desonestas, como prostituição e drogas.
3. Fugindo da avareza. Avareza é o amor ao dinheiro. É uma escravidão ao
vil metal. Diz a Bíblia: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores” (l Tm 6.9,10). Deus não condena a riqueza em si, mas a
ambição, a cobiça, a exploração, a usura e a avareza. Abraão era homem muito
rico; Jó era riquíssimo, antes e depois de sua provação (Jó 1.3, 10); Davi,
Salomão e outros reis acumularem muitas riquezas, e nenhum deles foi condenado
por isso, O que Deus condena é a ganância, a ambição desenfreada por riquezas
(cf. Pv 2 8.20).
4. Fugindo da preguiça. O trabalho diuturno deve ser normal para o
cristão. A preguiça não condiz com a condição de quem é nascido de novo. Jesus
deu o exempLo, dizendo:
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”
(Jo 5.17). O livro de Provérbios é rico em exortações contra a preguiça e o
preguiçoso (Pv 6.9-11).
As consequências:
a. Para si próprio: passa fome (19.15), sofre a vontade de ter sem
nunca conseguir (Pv 13.4; 21.25), perde o que tem (Pv. 10.4; 20.13), está
sujeito a trabalhos menos recompensados e que exigem maior esforço físico (Pv
12.24).
b. Para os outros: quem trabalha com o preguiçoso não o suporta, nem
mesmo a sua família (Pv 10.5,26).
COMO
ADMINISTRAR O DINHEIRO
1. Na igreja
do Senhor.
Um velho pastor dizia: “O dinheiro de Deus está no bolso dos crentes”. De fato,
Deus mantém sua igreja, no que tange à parte material, através dos recursos que
Ele mesmo concede a seus servos.
a) Pagando
os dízimos do Senhor. Em primeiro lugar, os crentes devem pagar os dízimos devidos para
a manutenção da Obra do Senhor (cf. Ml 3.10; Mt 23.23). A obediência a essa
determinação bíblica redunda em bênçãos abundantes da parte de Deus (Ml
3.10,11). É bom lembrar que devemos dizimar do total bruto da nossa renda, e
não do líquido; deve ser das “primícias da renda” (Pv 3.9,10).
Os
dízimos devem ser levados “à casa do tesouro”, ou seja, à tesouraria, por meio
da entrega na igreja local. É errado o próprio crente administrar o dízimo,
repartindo com hospitais, construções, campanhas, obras assistenciais, creches
ou pessoas carentes. Deus disse: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa...” (Ml 3.10a). Cabe à igreja sua devida
e íntegra administração.
b)
Contribuindo com ofertas. Em segundo lugar, o crente fiel deve contribuir com ofertas
alçadas (levantadas), de modo voluntário, como prova de sua gratidão a Deus
pelas bênçãos recebidas. Com esses recursos (dízimos e ofertas), a igreja
mantém a evangelização, as missões, o sustento de obreiros, o socorro aos
necessitados (viúvas, órfãos, carentes, etc.), bem como o patrimônio físico da
obra do Senhor, e outras necessidades que podem surgir.
c) Os
recursos da igreja local. Não provêm de governos ou de organismos financeiros. Toda vez
que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja, em fontes
estranhas ao que a Bíblia recomenda foi malsucedido, acarretou problemas para
seu ministério e para os irmãos.
Deus
nos guarde de vermos igrejas envolvidas com práticas financeiras corruptas,
abomináveis aos olhos de Deus. É de todo detestável que algum obreiro, usando o
dinheiro dos dízimos e ofertas, se locuplete, adquirindo bens em seu próprio
nome, exceto com aquilo que a igreja lhe gratifica.
2. No lar,
no trabalho e o fisco. Se existe disciplina no trabalho, que regula os procedimentos
para a aquisição do pão de cada dia, há, também, a disciplina no gasto, no emprego
da renda ou do salário:
a) Evitar
dívidas fora do seu alcance. Muitos têm ficado em situação difícil, por
causa do uso irracional do cartão de crédito - na verdade, cartão de débito. As
dívidas podem provocar muitos males, tais como falta de tranqüilidade (causando
doenças); desavenças no lar; perda de autoridade e independência. Devemos
lembrar: “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que
empresta” (Pv 22.7). Outro problema é o mau testemunho caloteiro perante os
ímpios, quando o crente compra e não paga.
b) Evitar
extremos.
De um lado, há os avarentos, que se apegam demasiadamente à poupança, em
detrimento do bem-estar dos familiares. São os “pães-duros”. De outro lado, há
os que gastam tudo o que ganham, e compram o que não podem, às vezes para
satisfazer o exibicionismo a insensatez da concorrência com os vizinhos e
conhecidos, à mania de esbanjar, a inveja de outros, ou por mera vaidade. Isso
é obra do Diabo.
c) Comprar à
vista, se possível. Faz bem quem só compra à vista. Se comprar a prazo, é necessário,
que o crente avalie sua renda e, quanto vai se comprometer com a prestação
assumida, incluindo os juros.
É
importante que se faça um orçamento familiar em que se observe quanto ganha, o
que vai gastar (após pagar o dízimo do Senhor), e sempre procurar ficar com alguma
reserva para imprevistos.
d) Não ficar
por fiador. Outro cuidado importante, é não ficar por fiador. A Bíblia
desaconselha isso (Pv 11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13). Outro perigo é
fornecer cheque para alguém utilizar em seu nome. Conheço casos de irmãos que
ficaram em aperto por isso. É importante fugir do agiota. É verdadeira maldição
quem cai na não dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos (Êx
22.25; Lv 25.36).
e) Pagar os
impostos.
Em Romanos 13.7, lemos: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo,
tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Rm
13.7).
A
sonegação de impostos acarreta prejuízo para toda a nação. O cristão não deve
ser contrabandista pois isso não glorifica a Deus.
f) Pagar o
salário do trabalhador. Se o cristão tem pessoas a seu serviço, crentes ou não, tem o
dever de pagar corretamente e em dia o salário que lhe é devido. A Bíblia diz:
“Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos sem
direito; que se serve do serviço do seu próximo, sem paga, e não lhe dá o
salário do seu trabalho” (Jr 22.13; ver Tg 5.1-5).
CONCLUSÃO
O
dinheiro é um meio de troca importante para as transações entre pessoas e
empresas. O que a Bíblia condena não é o dinheiro em si, mas o amor ao dinheiro
(avareza). Isso equivale a idolatrar o dinheiro, a riqueza. Esta, também não é
condenada por Deus, desde que obtida por meios lícitos e trabalho honesto. Que
o Senhor nos ensine a usar da melhor maneira possível os recursos financeiros
ao nosso dispor, como bênçãos de sua parte.
Por:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibliografia
Lições
bíblicas CPAD 2002