30 de maio de 2018

ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA


ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA

TEXTO ÁUREO = “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto  do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?”  (Is 55.2a)

VERDADE PRÁTICA = As finanças do crente devem ser bem administradas para ele garantir o sustento da família, contribuir na manutenção da igreja local e ajudar o próximo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 Crônicas 29.10-14; 1 Timóteo 6.8-10

INTRODUÇÃO

 

O dinheiro pode ser bênção ou maldição, dependendo do uso que dele fazemos. Se o fizermos de modo judicioso e para glória de Deus e expansão do seu reino, com gratidão pelos bens adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Que possamos utilizar nossos recursos financeiros de modo honesto, como verdadeiros mordomos de nosso Senhor Jesus Cristo. Saiba-se que a avareza é uma forma de idolatria (Cl 3.5).

 

Quem nunca teve problemas financeiros? Quem nunca passou “aperto” por falta de dinheiro? Quem nunca se preocupou em ganhar dinheiro, pagar dívidas, comprar alguma coisa a mais? Se você puder responder: “Eu”, parabéns? Esses são problemas antigos, pois o ser humano insiste, muitas vezes, em dirigir a sua vida baseando-se em falsos valores e não nos valores de Deus. Há muito tempo a área financeira tem provocado inúmeros problemas:

 

 1. Distanciamento no relacionamento conjugal;

 2. Insegurança familiar;

 3. Irritação, tensão, saúde afetada;

 4. Mau testemunho diante da sociedade, etc.

 

UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA

 

É possível ter uma vida financeira equilibrada em um país como o Brasil? É possível manter as nossas finanças sobre controle mesmo com a inflação? É possível viver financeiramente tranquilo mesmo em crise econômica? Sim, é possível! Porque Deus falou muito sobre dinheiro na Bíblia? Ele sabia que as finanças seriam algo importante em nossa sociedade. Prova disso é que nas Escrituras Sagradas existem, aproximadamente, 300 versículos sobre anjos, 500 sobre amor, 700 sobre fé e mais de 2.350 versículos falando sobre dinheiro e riquezas.

 

Mas se a maior parte da população brasileira é cristã, por que muitos ainda vivem atolados em dívidas e com a vida financeira totalmente desequilibrada? Simples. Porque muitos não conhecem ou não praticam os princípios bíblicos sobre finanças. Veja alguns desses princípios e inspire-se:

 

O princípio do planejamento (Pv 21.15; Lc 14.28-30)

 

Se você não planejar o uso do seu dinheiro e gastar conforme seus impulsos, terá problemas. Se estiver endividado, sair dessa situação começa com um bom planejamento. Em seguida, coloque-se diante do Senhor com o propósito de não contrair mais dívidas e ore por isso. Se necessário, procure ajuda do seu pastor ou de sua liderança na execução do seu planejamento.

 

O princípio do que é necessário

 

Antes de comprar, faça algumas perguntas a si mesmo.

 

1. Eu realmente necessito do que estão me oferecendo?

2. O uso justifica a compra?

3. Tenho condições de pagar?

4. Como esse bem me ajuda a cumprir os propósitos de Deus para a minha vida?

5. Se eu não comprar, o propósito Dele estará prejudicado? Não ame e nem valorize as coisas que lhe são oferecidas como necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto.

 

Amor ao dinheiro

 

Os versos 9 e 10 falam de cristãos ambiciosos que querem ficar ricos e são movidos pelo “amor ao dinheiro”. Vejamos alguns outros textos bíblicos que proíbem a cobiça: Salmo 49: 16-1 7; Provérbios 28:20; Eclesiastes 5: 1012; Lucas 12:15.

Além dessas advertências, Paulo acrescenta que aqueles que vivem em prol da cobiça caminham para a queda. “Os que querem ficar ricos” (v.9a), em primeiro lugar, “caem em tentação, em armadilhas” (NVI); em segundo lugar, são tomados por “muitos desejos incontrolados e nocivos” (v.9b — NVI), e, finalmente, num processo terrível de queda, esses maus desejos os levam a “mergulharem na ruína e na destruição” (v.9c — NVI), isto é, chegando a uma destruição total, perdendo tudo, inclusive a integridade! Jesus, em Marcos 8:36, declara: “que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (NVI).

 

Paulo conclui seu raciocínio com uma forte declaração: “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (v. 1O). Cabe aqui explicar o que significa essa expressão.

 

a. Em primeiro lugar, de acordo com Paulo, a problemática não é “o dinheiro” e sim o “amor ao dinheiro”, ou seja, a avareza.

 

b. Segundo, no texto grego, não hão artigo “a” antes de “raiz”, como se a única raiz para todos os males é o amor ao dinheiro. Mas, sim, “uma raiz” dentre outras que podem existir.

 

c. Em terceiro lugar, o “amor ao dinheiro” não é raiz de “todo o mal”, no singular, mostrando uma abrangência total, mas “raiz” de “todos os males”, no plural.

 

A lista é grande para “todos os males”, Stott rios ajuda dizendo que “a avareza leva ao egoísmo, ao engano, à fraude, ao perjúrio, ao roubo, à inveja, às rixas e ao ódio, à violência e até ao assassinato”. Paulo nos revela duas grandes consequências do amor ao dinheiro.

 

Primeiro, “algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé (v. 10 — NVI); aqui é a luta para ver quem é seu Deus, pois não é possível “servira Deus e às riquezas” ao mesmo tempo (Mt 6:24).

 

Segundo, “se atormentaram com muitos sofrimentos” (v. 10 — NVI), ou literalmente, “se traspassaram com muitos espinhos dolorosos”. Quais espinhos poderiam atingir o jovem ganancioso que ama o dinheiro?

 

A palavra do apóstolo é clara: a cobiça é um mal que arruína a própria pessoa, ao passo que a simplicidade de vida e o contentamento são virtudes nobres, assemelhando-se ao nosso Senhor Jesus.

 

Uma oração que todo filho de Deus precisa fazer várias vezes durante a vida: “Senhor Deus e Pai, controla a minha ambição. Ajuda-me a não querer o que o Senhor não tem para a minha vida. Em nome de Jesus. Amém.”

 

Provérbios para hoje: Discuta a frase: consumir de propósito ou consumir com propósito?

 

MEIOS HONESTO PARA GANHAR DINHEIRO

 

1. Com trabalho honesto. A ética bíblica nos orienta que devemos trabalhar com afinco para fazermos jus ao que percebemos. Desde o Gênesis, vemos que o homem deve empregar esforço para obter os bens de que necessita. Disse Deus:

“No suor do teu rosto, comerás o teu pão...” (Gn 3.19a).

 

Há duas atitudes em relação ao trabalho (Pv 6.6-11; 12.27).

 

1. Diligência (Pv 6.6-8)

 Este texto nos faLa ainda de inteligência, integridade e iniciativa. Estas são as atitudes que Deus valoriza e quer ver reproduzidas em nosso caráter.

 

As vantagens:

 

 a. Crescimento na carreira profissional, com promoções a cargos melhores (Pv 12.24).

 

b. Uma pessoa aplicada no seu trabalho, que não vive de sonhos e desejos distantes, alcança satisfação dos seus anseios (Pv 13.4).

 

O apóstolo Paulo escreveu, dizendo: “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus” (1 Ts 2.9); “e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já võ-lo temos mandado” (1 Ts 4.11). “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”(2 Ts 3.10). Daí, o preguiçoso que recebe salário está usando de má fé, roubando e insultando os que trabalham.

 

2. Fugindo de práticas ilícitas. O cristão não dever recorrer a meios ou práticas ilícitas para ganhar dinheiro, como o jogo, o bingo, a rifa, loterias, e outras formas “fáceis” de buscar riquezas. Em Provérbios, lemos: “O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo” (Pv 28.20). O cristão também não deve freqüentar casas de jogos, como cassinos e assemelhados. Esses ambientes estão sempre associados a outros tipos de práticas desonestas, como prostituição e drogas.

 

3. Fugindo da avareza. Avareza é o amor ao dinheiro. É uma escravidão ao vil metal. Diz a Bíblia: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (l Tm 6.9,10). Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição, a cobiça, a exploração, a usura e a avareza. Abraão era homem muito rico; Jó era riquíssimo, antes e depois de sua provação (Jó 1.3, 10); Davi, Salomão e outros reis acumularem muitas riquezas, e nenhum deles foi condenado por isso, O que Deus condena é a ganância, a ambição desenfreada por riquezas (cf. Pv 2 8.20).

 

4. Fugindo da preguiça. O trabalho diuturno deve ser normal para o cristão. A preguiça não condiz com a condição de quem é nascido de novo. Jesus deu o exempLo, dizendo:

“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). O livro de Provérbios é rico em exortações contra a preguiça e o preguiçoso (Pv 6.9-11).

 

As consequências:

 

a. Para si próprio: passa fome (19.15), sofre a vontade de ter sem nunca conseguir (Pv 13.4; 21.25), perde o que tem (Pv. 10.4; 20.13), está sujeito a trabalhos menos recompensados e que exigem maior esforço físico (Pv 12.24).

 

b. Para os outros: quem trabalha com o preguiçoso não o suporta, nem mesmo a sua família (Pv 10.5,26).

 

COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO

1. Na igreja do Senhor. Um velho pastor dizia: “O dinheiro de Deus está no bolso dos crentes”. De fato, Deus mantém sua igreja, no que tange à parte material, através dos recursos que Ele mesmo concede a seus servos.

 

a) Pagando os dízimos do Senhor. Em primeiro lugar, os crentes devem pagar os dízimos devidos para a manutenção da Obra do Senhor (cf. Ml 3.10; Mt 23.23). A obediência a essa determinação bíblica redunda em bênçãos abundantes da parte de Deus (Ml 3.10,11). É bom lembrar que devemos dizimar do total bruto da nossa renda, e não do líquido; deve ser das “primícias da renda” (Pv 3.9,10).

Os dízimos devem ser levados “à casa do tesouro”, ou seja, à tesouraria, por meio da entrega na igreja local. É errado o próprio crente administrar o dízimo, repartindo com hospitais, construções, campanhas, obras assistenciais, creches ou pessoas carentes. Deus disse: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa...” (Ml 3.10a). Cabe à igreja sua devida e íntegra administração.

b) Contribuindo com ofertas. Em segundo lugar, o crente fiel deve contribuir com ofertas alçadas (levantadas), de modo voluntário, como prova de sua gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas. Com esses recursos (dízimos e ofertas), a igreja mantém a evangelização, as missões, o sustento de obreiros, o socorro aos necessitados (viúvas, órfãos, carentes, etc.), bem como o patrimônio físico da obra do Senhor, e outras necessidades que podem surgir.

c) Os recursos da igreja local. Não provêm de governos ou de organismos financeiros. Toda vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja, em fontes estranhas ao que a Bíblia recomenda foi malsucedido, acarretou problemas para seu ministério e para os irmãos.

Deus nos guarde de vermos igrejas envolvidas com práticas financeiras corruptas, abomináveis aos olhos de Deus. É de todo detestável que algum obreiro, usando o dinheiro dos dízimos e ofertas, se locuplete, adquirindo bens em seu próprio nome, exceto com aquilo que a igreja lhe gratifica.

2. No lar, no trabalho e o fisco. Se existe disciplina no trabalho, que regula os procedimentos para a aquisição do pão de cada dia, há, também, a disciplina no gasto, no emprego da renda ou do salário:

a) Evitar dívidas fora do seu alcance. Muitos têm ficado em situação difícil, por causa do uso irracional do cartão de crédito - na verdade, cartão de débito. As dívidas podem provocar muitos males, tais como falta de tranqüilidade (causando doenças); desavenças no lar; perda de autoridade e independência. Devemos lembrar: “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7). Outro problema é o mau testemunho caloteiro perante os ímpios, quando o crente compra e não paga.

b) Evitar extremos. De um lado, há os avarentos, que se apegam demasiadamente à poupança, em detrimento do bem-estar dos familiares. São os “pães-duros”. De outro lado, há os que gastam tudo o que ganham, e compram o que não podem, às vezes para satisfazer o exibicionismo a insensatez da concorrência com os vizinhos e conhecidos, à mania de esbanjar, a inveja de outros, ou por mera vaidade. Isso é obra do Diabo.

c) Comprar à vista, se possível. Faz bem quem só compra à vista. Se comprar a prazo, é necessário, que o crente avalie sua renda e, quanto vai se comprometer com a prestação assumida, incluindo os juros.

É importante que se faça um orçamento familiar em que se observe quanto ganha, o que vai gastar (após pagar o dízimo do Senhor), e sempre procurar ficar com alguma reserva para imprevistos.

d) Não ficar por fiador. Outro cuidado importante, é não ficar por fiador. A Bíblia desaconselha isso (Pv 11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13). Outro perigo é fornecer cheque para alguém utilizar em seu nome. Conheço casos de irmãos que ficaram em aperto por isso. É importante fugir do agiota. É verdadeira maldição quem cai na não dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos (Êx 22.25; Lv 25.36).

e) Pagar os impostos. Em Romanos 13.7, lemos: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Rm 13.7).

A sonegação de impostos acarreta prejuízo para toda a nação. O cristão não deve ser contrabandista pois isso não glorifica a Deus.

f) Pagar o salário do trabalhador. Se o cristão tem pessoas a seu serviço, crentes ou não, tem o dever de pagar corretamente e em dia o salário que lhe é devido. A Bíblia diz: “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos sem direito; que se serve do serviço do seu próximo, sem paga, e não lhe dá o salário do seu trabalho” (Jr 22.13; ver Tg 5.1-5).

CONCLUSÃO

O dinheiro é um meio de troca importante para as transações entre pessoas e empresas. O que a Bíblia condena não é o dinheiro em si, mas o amor ao dinheiro (avareza). Isso equivale a idolatrar o dinheiro, a riqueza. Esta, também não é condenada por Deus, desde que obtida por meios lícitos e trabalho honesto. Que o Senhor nos ensine a usar da melhor maneira possível os recursos financeiros ao nosso dispor, como bênçãos de sua parte.

 

 

Por:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

 


Lições bíblicas CPAD 2002


 

22 de maio de 2018

Ética Cristã e Planejamento Familiar


Ética Cristã e Planejamento Familiar

TEXTO ÁUREO = "Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão." (SI 127.3)

VERDADE PRÁTICA = Gerar filhos, ou não, não é só uma questão de planejamento familiar, mas um encargo que abrange a obediência aos desígnios divinos para a família.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Gênesis 1.24 – 31

HINOS SUGERIDOS: 149,151,175 DA HARPA CRISTÃ

INTRODUÇÃO

Imagine um mundo sem a presença de crianças! Comece a aula conversando com sua turma sobre a alegria que a presença de um bebê traz à família. Fale também sobre as responsabilidades que estão implícitas nesta chegada. Educação, saúde, boa alimentação, desprendimento para dar atenção, carinho e todo cuidado que o bom desenvolvimento de um ser humano exige. Os pais não podem ser egoístas, pois criar filhos implica em estar pronto para mais dar do que receber.

 Há opiniões radicais dos que se opõem tenazmente a qualquer método ou tipo de limitação de filhos por um casal crente. De outro lado, há os liberalistas temerários, que não veem qualquer restrição ética concernente ao dito assunto. Os moderados procuram com humildade e temor de Deus aprender a discernir o certo e o errado sobre o assunto pela Bíblia e a busca da vontade específica do Senhor. Com muito respeito, santo temor e sinceridade, desejamos abordar o tema, esperando contribuir para o alargamento da visão sobre esse tão necessário e pouco estudado tema da ética cristã.

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 1. Controle da natalidade. “É o conjunto de medidas limitadoras, de emergência, incluindo legislações específicas, que o governo de um determinado país adota para atingir metas demográficas restritivas, (isto é, populacionais) consideradas indispensáveis ao desenvolvimento socioeconômico. Isso ocorre por exemplo, na China e na Índia, onde a população é excessiva em relação aos recursos econômicos”.

2. Planejamento familiar. É o exercício da paternidade responsável, e a utilização voluntária e consciente por parte do casal, do instrumento necessário ao planejamento do número de filhos e espaçamento entre uma gestação e outra.

O QUE AS ESCRITURAS DIZEM SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR

A FAMILIA E A PROCRIAÇÃO DA ESPÉCIÉ

Deus apresentou ao primeiro casal todas as demais criações terrenas e disse-lhe: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28). A frutificação e a multiplicação da espécie humana foram o meio planejado por Deus para que o homem pudesse dominar a Terra. Deus garantiu em Seu plano que a humanidade teria livre acesso aos bens terrestres: “E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento (...) Eis que vos tenho dado toda a erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra; e toda a arvore em que há fruto que dá semente, ser-vos-á para mantimento” (Gn 1.29-30). Deus planejou também o modo de segurança: “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Assim também devemos orientar nossos filhos para vida, principalmente para que sejam esposos e pais exemplares

A procriação (Gn 1.28; Sl 127.3). Por isso, Deus criou “macho e fêmea”. Adão tinha liberdade de comunicar-se verbal, social e fisicamente com sua esposa. A união, portanto, entre marido e mulher foi estabelecida por Deus, para a multiplicação da raça humana. A vida íntima entre os dois deve ser mantida, pois é uma coisa pura e nobre conservar o “leito sem mácula” (Hb 13.4). Sem discussão, sem rivalidade

Toda família a seu serviço. Deus quer toda família servindo a Ele e à sua obra (Êx 10.9; Ef 3.15). O Diabo luta para separá-la, mas Deus sempre deseja ajuntá-la. Vivamos, pois, juntos na igreja, na oração, nos cultos, no lar, na escola dominical. Sempre juntos! A família é composta de pai, mãe e filhos. Jamais confundamos a família com grupos de pessoas, ou família no sentido de uma raça. As vezes, o termo família, na Bíblia, significa o que se abriga debaixo de nosso teto (Ex 12.4).

Em outras ocasiões, refere-se a Israel (Is 5.7). Deus ordenou que Noé e seus familiares entrassem na arca (Gn 7.1,7). O carcereiro de Filipos foi batizado com toda a sua casa (At 16.33).

O PLANAJAMENTO FAMILIAR NO ANTIGO TESTAMENTO

No Antigo Testamento, ter filhos era algo sagrado, uma bênção de Deus. Sara, esposa do patriarca Abraão, sendo estéril, sentiu-se frustrada, recorreu a um ato desesperado oferecendo sua serva ao marido para que este tivesse um filho com ela, como sendo esse filho do casal. Isso resultou em sérias e perpétuas complicações, quando se considera que em Abraão e Sara estava implícita a linhagem do futuro Messias (Mt 1.1).

Abraão, sentindo-se infrutífero quanto à sua descendência, disse ao Senhor: “Senhor Jeová, o que me hás de dar, pois ando sem filhos...” (Gn 15.2). Em resposta, o Senhor mandou que ele olhasse para as estrelas e lhe disse: “Assim será a tua semente...” (Gn 15.5; Ler Gn 17.15,16).

Não ter filhos era sinal de infelicidade. Sendo Raquel estéril, disse a seu marido: “Dá-me filhos, senão morro” (Gn 30.1). Quando Deus abriu sua madre, ela exclamou: “Tirou-me Deus a minha vergonha” (Gn 30.23). Ana, mulher de Elcana, também é exemplo do sofrimento e amargura de uma mulher estéril (Ler 1Sm 1.7,10,11,20).

Ter família numerosa era sinal de bênção. Ana teve Samuel e mais cinco filhos (1Sm 2.21). Os filhos eram considerados presentes ou prêmios da parte do Senhor, como diz o salmista: “Eis que os filhos são herança do Senhor e o fruto do ventre o seu galardão” (Sl 127.3).

O PLANEJAMENTO FAMILIAR NO NOVO TESTAMENTO.

. “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher...”. Maria ouviu do anjo: “Salve, agraciada! O Senhor é contigo! Bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28); “Eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filha, e                   por-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc 1.31). Que mistério tão grande! “O plano da salvação, previsto antes da fundação do mundo, incluía uma mulher, uma mãe, um ventre, um seio materno” (Lima, p.158).

Ter filhos, uma bênção de Deus. Zacarias, esposo de Isabel, não tinha filhos, pois sua mulher era estéril. Deus enviou o anjo Gabriel para informar a este sacerdote de avançada idade que ele seria pai: “Terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento” (Lc 1.14). As crianças foram abençoadas por Jesus. Ele colocou um menino no meio das atenções (Mt 18.2,4); recebeu crianças trazidas pelos pais,                  tocou-lhes brandamente, abençoando-as (Lc 18.15-17).

No Novo Testamento não há referencia expressa a ter ou não muitos filhos.  Para ter filhos, cremos que o casal deve orar muito, para que nasçam debaixo da benção de Deus. E, para não tê-los, deve orar muito mais, para não contrariar a vontade de Deus. Devem ser considerados os fatores de saúde, alimentação e educação (espiritual e secular), pois não é justo que se tragam filhos ao mundo para vê-los subnutridos, mal educados e mal cuidados. Isso não é amor. Não gerar filhossó porque a mãe não quer perder a esbelteza do corpo (por vaidade), porque a vida esta difícil ou porque o casal não quer ter muito trabalho, deve ter um encontro real com Cristo. Quem pensa em casar, deve antes preparar-se para isso, em todo o sentido.

Filhos são benção do Senhor e não devem ser evitados por razões egoísticas. A limitação de filhos por vaidade é pecado, mas por necessidade que cause algum risco de vida cremos ser moralmente justificável.

ÉTICA CRISTÃ E O LIMITE DO NÚMERO DE FILHOS

A QUESTÃO DO FATORDE MULTIPLIÇÃO

Deus mandou ao homem: “Frutificai e multiplicai-vos” (Gênesis 1:28) e o casamento foi instituído por Deus como um ambiente estável para ter e criar os filhos. Em nossa sociedade, os filhos são frequentemente considerados como dificuldade e fardo. Atrapalham o desenvolvimento da carreira profissional das pessoas, objetivos financeiros e eles “atrapalham a vida social”. Frequentemente, o egoísmo é a raiz do uso de contraceptivos.

Gênesis 38 nos fala dos filhos de Judá, Er e Onã. Er se casou com uma mulher chama Tamar, mas ele era mau e o Senhor o matou, deixando Tamar sem marido ou filhos. Tamar foi dada em casamento ao irmão de Er, Onã, de acordo com a lei matrimonial do levirato em Deuteronômio 25:5-6. Onã não desejou dividir sua herança com nenhum filho que pudesse gerar com Tamar no lugar de seu irmão, e então ele praticou a mais antiga forma de controle de natalidade (coito interrompido). Gênesis 38:10 diz: “E o que fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que também o matou.” A motivação de Onã era egoísta: ele usava Tamar para seu próprio prazer, mas se recusava a fazer seu dever “de irmão” de criar uma herança para seu irmão morto. Esta passagem é frequentemente apontada como evidência de que Deus não aprova o controle de natalidade. Contudo, não foi o ato da contracepção que fez com que o Senhor matasse Onã, mas sim os motivos egoístas por detrás de seu ato.

Estes são alguns versículos que descrevem os filhos pela perspectiva de Deus. Os filhos são um presente de Deus (Gênesis 4:1; Gênesis 33:5). Os filhos são herança do Senhor (Salmos 127:3-5). Os filhos são uma bênção de Deus (Lucas 1:42). Os filhos são a coroa dos velhos (Provérbios 17:6). Deus bendiz a mulher estéril com filhos (Salmos 113:9; Gênesis 21:1-3; 25:21-22; 30:1-2; I Samuel 1:6-8; Lucas 1:7, 24-25). Deus forma os filhos no ventre (Salmos 139:13-16). Deus conhece os filhos antes de seu nascimento (Jeremias 1:5; Gálatas 1:15).

A limitação de filhos. A decisão de não ter filhos precisa ser submetida à soberana vontade de Deus. Não gerar filhos só porque a mãe não quer perder a esbelteza do corpo (por vaidade), porque a vida está difícil ou porque o casal não quer ter muito trabalho... Quem pensa em casar, deve antes preparar-se para isso, em todo o sentido.

A QUESTÃO ÉTICA NO PLANEJAMENTO FAMILIAR

O planejamento possível. Isto pressupõe uma paternidade responsável diante da lei de Deus, cujos preceitos, ética e moral devem ser conhecidos e observados. Tudo isso, pela fé, pois o que não é de fé é pecado (ver Rm 14.23). Ter filho, um após o outro, seguidamente, sem levar em conta suas implicações, pode não ser amor; e, sim, carnalidade desenfreada aliada à ignorância.

O Livro Sagrado afirma que “tudo tem seu tempo determinado” (Ec 3.1). Além disso, nos é oportuna a seguinte ordem: “Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts 5.21). Para ter, ou não, filhos, o casal deve, acima de tudo, orar ao Senhor.

O Planejamento Familiar deve nascer a rigor no namoro porque será sábio o casamento sem que haja temor de gravidez prematura, seja emocional ou economicamente. E visto que os meios de Planejamento Familiar são, em grande medida, questão de escolha médica e estética, desde que admissível à consciência cristã, impõe-se a formação da consciência.

Quer dizer que a privação voluntária da relação sexual por parte de um dos cônjuges não pode ser aprovada porque nega as intenções do casamento; meios que interrompam ou impeçam o cumprimento do ato sexual, e assim que ele chegue ao seu apogeu, também; o aborto provocado, o feticídio, a não ser que seja imperativo para a vida da mãe e por inegável necessidade médica. O uso de método contraceptivos deve honrar o vínculo do matrimônio e enriquecê-lo moral e espiritualmente, porque o Planejamento Familiar deve ser meio de ajudar a família a encontrar seu equilíbrio.

Colocar filhos no mundo é amá-los, estabelecer regras e instruí-los no caminho correto. Estas coisas beneficiarão a vida deles e lhe dará tranquilidade. Porém:

a) Fazer tudo o que eles querem; dar tudo e nunca lhes ensinar que na vida tem responsabilidades. Se os pais nunca lhes impor limites, o que acontecerá dentro deles, é a formação de conceitos deturpados em relação ao que é viver em uma sociedade organizada. Imaginarão que a vida será sempre fácil, isto é, porque foram doutrinados de modo errado, sendo assim, acharão que todo mundo tem a obrigação de lhes dar o que eles quiserem. Essas pessoas se tornarão pessoas egoístas e autoritárias;

b) Não permita que o filho lhe responda de um modo desrespeitoso. Tome providência imediatamente;

c) Não seja condescendente quando eles agem de forma errada. Não seja omisso na hora da correção;

d) Converse com a criança ou o jovem para saber de suas dificuldades, não importando o tamanho delas;

e) Mostre quem é a autoridade e o exemplo a ser seguido na família;

f) A criança é experta e usa de artimanhas para emocionalmente seduzir e induzir o pai ou a mãe a não corrigi-la;

g) Se o pai sempre que presenciar um ato impróprio por parte da criança adiar ou ficar na promessa de que vai corrigi-la e não o faz (isto repetidas vezes), a criança ou o jovem automaticamente vão perder o devido respeito e vão repetir o ato com sentimento de impunidade. É por isso que a sociedade está presenciando a juventude de hoje agindo como todo o mundo pode ver. A culpa de tudo isto é a falta de autoridade com sabedoria e responsabilidade por parte dos pais. (Pv. 29:15; 23:13,14) “A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe... Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol.” (NVI);

h) Quando corrigir, nunca descarregue seus sentimentos de raiva, independentemente do que possa estar ocorrendo na vida diária. Use a sabedoria;

i) Acompanhar o andamento e desempenho na escola e etc. é indispensável. A criança se sente bem e até agradece por ter um líder que a controla, li isto uma vez em um livro sobre psicologia infantil.

j) Não deixe a criança ou o jovem sob o governo de si mesmos, seus corações ditarão as regras e comportamentos que por outro lado, poderiam ter sido aprendidos e moldados através do ensino do pai sábio que está prescrito na Palavra de Deus. (Pv. 22:6; 29:;15) “Instrui o menino no [caminho] em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” (Pv. 20:11; 29:15b “Até a [criança] se dá a conhecer pelas suas ações, se a sua conduta é pura e reta”)... mas a [criança] entregue a si mesma envergonha a sua mãe.” Nossos corações são enganosos e devemos entregar nossos sentimentos ao controle de Cristo – (Mt. 15:18-20a) “Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas as coisas que contaminam o homem...”

k) Mostre e ensine o caminho do SENHOR às crianças. Está na Palavra de Deus – (Dt. 6:5-9) “Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões.” (NVI).

CONCLUSÃO

Os filhos são bênçãos do Senhor (Sl 127.3-5; 128.3,4) e não devem ser evitados por razões egoísticas e utilitaristas. A limitação de filhos por vaidade é pecado, mas por necessidade, como no caso de doença da mãe, e que lhe cause risco de vida, cremos ser moralmente justificável; mas isso depende da consciência de cada um diante de Deus, pois, como já foi dito, o que não é de fé é pecado (Rm 14.23).

 

 

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

Lições CPAD02002





 Ética:As Decisões Morais a Luz da Bíblia. Arthur F. Holmes, CPAD.