27 de março de 2018

O QUE É ÉTICA CRISTÃ


O QUE É ÉTICA CRISTÃ

 TEXTO ÁUREO

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são Lícitas, mas nem todas as coisas edificam." (1Co 10.23)

VERDADE PRÁTICA

As Escrituras Sagradas ensinam o que convêm à virtude do bem-viver cristão em sociedade.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Mt 5.13,14: Os cristãos foram chamados para  ser "sal" e "luz"

Terça – Mt 24.35: A Palavra de Deus é o fundamento da Ética Cristã

Quarta – Êx 20.1-17: O Decálogo é a lei moral proferida pelo próprio Deus         

Quinta – Tt 2.11-14: O Evangelho produz transformação no caráter do ser humano

Sexta – Mt 6.33: Priorizando o Reino de Deus e a sua justiça

Sábado – Mt 5.48: Chamados a uma vida de perfeição      

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 Coríntios 10.1-13

HINOS SUGERIDOS: 104, 177, 221 DA HARPA CRISTÃ

OBJETIVO GERAL

Apresentar o conceito e os fundamentos da Ética Cristã.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Compreender o que significa Ética Cristã e qual a sua importância para a Igreja.

Entender que o ser humano necessita de parâmetros para viver conforme a vontade de Deus.

Conhecer os fundamentos da Ética Cristã, a fim de saber lidar com assuntos potencialmente divisores.

INTRODUÇÃO À ÉTICA CRISTÃ

No século XXI, a humanidade está vivenciando uma era de relativismo exacerbado. O certo e o errado são conceitos que não fazem muito sentido para o homem da era pós-moderna. Tudo depende da pessoa, do tempo e do lugar. Estamos no momento que nós mesmo podemos decidir egoisticamente o que quisermos; não ter preconceitos sobre nada; ainda que a Bíblia diga o contrário.

Devemos achar natural dois homens ou duas mulheres viverem como casal e ainda adotarem filhos; etc. No decorrer das lições, dedicaremos nossa atenção ao estudo da Ética Cristã. Trata-se de um assunto polêmico e delicado, mas, ao mesmo tempo, repleto de encantos.

As questões éticas mostram-se como um campo vasto cujo horizonte parece inatingível, todavia seus assuntos estão muito próximos de nós. O estudo deste conteúdo provoca a reflexão sobre os mais diversos conflitos da vida humana, força-nos a observar o mundo que nos rodeia e leva-nos a considerar os nossos valores em busca de respostas certas, a fim de que tomemos decisões sensatas.

O cristão precisa assumir a responsabilidade de analisar os assuntos do cotidiano frente a uma sociedade que apresenta diferentes propostas quanto ao modo de ser e viver; de certo e errado. Além disso, ele deve romper com as barreiras do preconceito e fortalecer seu entendimento bíblico acerca de cada pauta proposta. Nesse sentido, a disciplina oferece parâmetros que o auxiliarão a compreender seus direitos e seus limites à luz da revelação divina.

O aborto é pecado? Não é só pecado; é homicídio. E a eutanásia? Não pode ser vista como ato humanitário nem como suicídio assistido; é assassinato. E a união civil de homossexuais?

Não se trata de contrato social; é abominação diante de Deus e o opróbrio diante dos homens. E o uso de drogas? Os médicos chamam de dependência; a Bíblia trata-o como vício e feitiçaria.

E o sexo livre? Tem-no o mundo como liberação; a Bíblia, como fornicação, adultério e impureza. E a violência? Que jamais seja tolerada como resposta à violência; a violência só produz a violência. E a mentira? Se o pai da mentira é o Diabo, por que iríamos nós entrar nessa árvore genealógica? “O estandarte da ética cristã ainda é ainda o nosso mais importante guia”. [Winston Churchill]. Os referenciais do mundo são movediços, instáveis e mutantes, ao sabor do tempo e do lugar, o guia infalível do crente em jesus é a Palavra de Deus, que é a lâmpada para os pés e luz para o caminho (Sl 119. 105).

O significado de ética: Ética é o estudo da moralidade. Consiste da análise da natureza da vida humana, como os padrões do "certo" e "errado”, pelos quais a conduta possa ser guiada.

A palavra Ética é originada do grego ethos: modo de ser, caráter. Através do latim mos (ou no plural mores) costumes; de onde se derivou a palavra moral. Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo.

Contudo a ética de Deus é diferente dos homens, pois Deus não precisa de padrões éticos e morais a seguir. A ética humana muitas vezes confunde o certo e o errado a luz e as trevas, o doce com o amargo, o moral e o imoral.

Este tipo de padrão ético muitas vezes é diabólico, pois promove ou defende ações que vão contra a palavra de Deus. Infelizmente muitas igrejas estão vivendo tais padrões éticos e morais.

DEFINIÇÃO DE ÉTICA CRISTÃ

Em princípio, “ética” pode ser definida como o estudo crítico da moralidade. Consiste na análise da natureza da vida moral humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado” pelos quais sua conduta possa ser guiada e dirigida. - Em resumo: “ética” é na prática aquilo que você pensa e faz.

O Que é Ética? A palavra tem origem no grego e significa costumes, disposição, hábito, uso, conduta. Pode ser definida como o conjunto de valores morais e de princípios que norteiam as ações sociais nos âmbitos individuais e coletivos.

No contexto evangélico “Ética Cristã” é um somatório de princípios que formam e dão sentido à vida cristã normal. É a marca registrada de cada crente. É o que cada crente é, pensa e faz.

Para o cristão, a Ética pode ser entendida como um conjunto de regras de conduta, aceitas pelos cristãos, tendo por fundamento a Palavra de Deus. (I Coríntios 10. 32).

Para o cristão, a ética pode ser entendida como um conjunto de regras de conduta, aceitas pelos cristãos, tendo por fundamento a Palavra de Deus.

Os padrões da ética humana mudam conforme as tendências dos valores morais da sociedade. De país para país, verifica-se que há o fenômeno chamado de “Nova Moralidade”, que envelhece em pouco tempo.

A ÉTICA CRISTÃ NO VELHO TESTAMENTO

I.  A Ética e os Dez Mandamentos: - Os Dez Mandamentos, também chamados “Decálogo”, dados por Deus a Moisés no Monte Sinai (Êxodo 20), formam o primeiro tratado ético, dado pelo Senhor com o propósito de reger o comportamento do homem. Como tal, o decálogo estabelece os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o seu próximo.

1. A Ética e os Livros Poéticos: - Jó, Davi e Salomão, (Os Sábios) tiveram um papel especifico e decisivo na forma da ética cristã. Com o patriarca Jó aprendemos o quanto o homem pode sofre e ainda assim não afastar do seu Redentor que vive (Jó 19. 25). Com Davi, através de seus Salmos proféticos ou não, aprendemos que a despeito das nossas naturais limitações, Deus é Senhor do universo e vela por nós (Sl 121).

Com Salomão, através dos seus provérbios imortais e do seu Eclesiastes, aprendemos que a verdadeira sabedoria tem a sua fonte em Deus e que qualquer tipo de vida ou ocupação descentralizada de Deus é Pura Vaidade.

 

2. A Ética e os Profetas: [São 12 os Livros Proféticos] - Os profetas, de modo especial, coube a responsabilidade de interpretar e popularizar o ensino da Lei. Neste particular, os profetas eram uma espécie de vigilantes e promotores do desenvolvimento Espiritual e Social da nação.  Na qualidade de mensageiros da vontade divina, confirmavam a fé dos humildes e tementes a Deus, condenavam a autossuficiência dos arrogantes, e elevavam a fidelidade e justiça divina acima de todos e qualquer padrão humano.

A Ética nos Evangelhos. No Sermão da Montanha, encontramos as REGRAS

BÁSICAS do Reino de Deus, trazidas por Jesus Cristo. A Ética do Sermão do Monte e das demais partes do evangelho é tão elevada, que nem mesmo a maioria dos cristãos a têm levado à prática.

Exemplos:

 

- A justiça do cristão deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20);

- Quem somente olhar para uma mulher, pensando em adulterar com ela, já adulterou (Mt 5.28).

 

- Só é permitido o divórcio se o cônjuge praticar infidelidade. Outro motivo não tem respaldo nas normas de Cristo (Mt 5.32;19.9);

- O falar deve ser sim, sim; não, não. O que disso passa é de procedência maligna (Mt 5.37);

 

- O certo é amar os inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer bem aos que nos odeiam e orar pelos que nos maltratam (Mt 5.44);

 

- Cristo manda que sejamos perfeitos como é nosso Pai que está nos céus (Mt 5.48);

- Não se deve julgar os outros (Mt 7.1);

 

- Só devemos fazer aos homens o que queremos que eles nos façam (Mt 7.12);

- Se o irmão pecar contra nós, devemos perdoar sempre – até 70 x 7 (Mt 18.22);

 

- É para dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mt 22.21);

- Quando o cristão der um banquete (casamento, festa de 15 anos, etc.) não deve convidar os amigos, os irmãos, os parentes, os vizinhos ricos, mas “os pobres, os mancos e cegos”(Lc 14.12-13).

 

A Ética nas Epistolas

 

1) Fazer tudo para a glória de Deus (1 Co 10.31);

2) Fazer tudo em nome de Jesus, dando graças a Deus (Cl 3.17);

3) Fazer de todo o coração, como ao Senhor (Cl 3.23);

4) Fazer o que é lícito e conveniente diante de Deus (1 Co 10.23);

5) Não dar escândalo ao mais fraco (1 Co 8.9-13);

6) Não fazer nada em caso de dúvida (Rm 14.23);

7) Lembrar que vamos dar contas a Deus de todas as nossas obras (Rm 14.11,12; Ec 11.9).

8) Evitar a aparência do mal (1 Ts 5.22).

 

Questões éticas à luz da Bíblia

 

Daremos, aqui, uma síntese de algumas questões éticas, com algumas respostas indicadas por certas correntes de pensamento.

 

A ÉTICA CRISTÃ NO NOVO TESTAMENTO

A Ética no Novo Testamento origina-se nos Evangelhos e prossegue nos escritos apostólicos. Jesus travou grandes embates com os religiosos de Sua época, que engessavam a Lei, dando a ela excessiva formalidade, principalmente no tocante às práticas litúrgicas; tropeçavam, entretanto, em outros pontos, que diziam respeito ao relacionamento entre irmãos. (Mateus 12. 1 – 10; 23; Os 6. 6).

1.     A Ética e Jesus – Jesus restaurou o verdadeiro sentido da ética, e ele o fez combatendo os religiosos. Por exemplo, o Mestre e Seus discípulos foram acusados de transgredir a Lei por comerem sem lavar as mãos; Jesus, por sua vez, retrucou dizendo que os opositores da Lei são os que a invalidarem – e assim o fazem quando a interpretam e a aplicam erroneamente (Mt 15. 1 – 9; Lc 7. 6 – 9; Mt. 5. 27, 28).

2.   A Ética nas Epístolas: - As vinte e uma (21) epístolas do Novo Testamento, sendo treze de Paulo, uma (Hebreus) de autor desconhecido, uma de Tiago, duas de Pedro, três de João e uma de Judas, pelo menos durante os primeiros 200 anos da Igreja, se constituíram no único código de ética dos cristãos espalhados por todos os recantos do grande Império Romano. Inseridas no cânon divino, viria a se imortalizar como elemento inseparável dum código de ética da Igreja dos dias modernos.

3.   A Ética de Princípios. – As orientações dadas ao povo da nova aliança – a Igreja – são diferentes das que tinham sido dadas ao povo da velha aliança. – o povo hebreu. - A ética do Antigo Testamento é promovida pelas regras da Lei; a do Novo Testamento, por princípios.  – O que caracteriza o espírito ético-cristão das ações é a expressão voluntária de amor. O Amor é a Regra!  - (Lucas 12. 48; Rm 13. 10; Gl 5. 14; Mt 22. 37 - 40).

A Ética Cristã está fundamentada nas Escrituras Sagradas. O amparo bíblico garante a sustentação de regras e princípios pelos quais o cristão norteia a sua vida e se relaciona com o mundo. (Salmo 119. 105).

4. Julgamento dos Transgressores. A Bíblia fala dos que conhecem a Lei e não a praticam:  – Serão responsabilizados por seus atos (Rm 2. 13).

Os que erram sem nunca ter ouvido a Palavra de Deus: - A revelação divina é inerente ao homem, o que o obriga a praticar atos corretos (Rm 1. 18 – 21).

A DIFÍCIL RESPONSABILIDADE DE DECIDIR

Como é um ser livre para decidir, o homem sempre faz escolhas. Mesmo quando resolve não se posicionar sobre algum fato, ele faz uma escolha, porque o não decidir é também uma decisão.

As escolhas revelam-se sempre mais simples quando alinhadas às vontade e ao desejo; porém, tornam-se difíceis quando suas implicações são profundas e complicadas.

1) Decidir em Conformidade com a Palavra: - Agir em conformidade com a Palavra é o que Deus espera de todos nós (Êx 15. 26; Dt 4. 5; Sl 19. 8; Cl 3. 16). A Palavra de Deus fornece regras: o que se deve e o que não se deve fazer; bem como princípios: aquilo que está implícito no amor de Deus e norteia o espírito Cristão.

2)    Situações Novas em um Mundo Novo: - Atualmente, todos os assuntos que dizem respeito ao ser humano – suas necessidades, vontades e paixões – vêm à tona de forma aberta e exigem respostas conclusivas. Geralmente, as pessoas querem respostas simples para problemas complexos. – É preciso encarar a ética com mais profundidade, zelo e temor de deus, para que não se recorra aos extremismos.

3)  A Ética Situacional: - A ética situacional contempla um problema em uma perspectiva particular, não generalizada, de acordo com uma situação específica, em que uma escolha ou decisão não ocorre pelas vias convencionais. Exemplos: Êx 1. 19, 20: As parteiras do Egito ao mentirem acerca dos recém-nascidos; Js 2. 4; Hb 11. 31: A mentira de Raabe. Nesse caso, quando dois valores se chocam, prevalece o valor maior.

NÃO COBICEIS AS COISAS MÁS.

ESSAS COISAS... FEITAS EM FIGURA. O terrível juízo divino sobre os israelitas desobedientes serve de exemplo e advertência aos que estão sob a Nova Aliança, para não cobiçarem as coisas más. Paulo adverte aos coríntios que se eles forem infiéis a Deus como Israel (vv. 7-10), eles também serão julgados e não entrarão na pátria celeste prometida.

DETESTAI O MAL = Detestar o mal é o mesmo que odiá-lo. Paulo usa várias vezes a palavra “fugir” para significar a repulsa que o cristão deve ter das coisas que são más (1Co 6.18; 10.14 e 1Tm 6.11): “Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas”. Carlyle, escritor cristão, comentando esse texto, diz: “O que necessitamos é ver a infinita beleza da santidade, e a infinita maldição e o horror do pecado”. O apóstolo João, em sua primeira epístola, coloca esse “detestai o mal” da seguinte maneira: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo2.15).

NÃO VOS TORNEIS IDÓLATRAS.

Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar.

Não se interessaram em aprender do Senhor e nem de ensinar a seus filhos sobre o Senhor que lhes tirara da escravidão. Não davam honra e glória àquele que lhes tirara do Egito, antes queriam voltar para lá por causa da comida.

 

NÃO NOS PROSTITUAMOS.

Clara referência ao episódio de Balaão e a prostituição de Israel. (Jd 1.11)

 

CONCLUSÃO

Nesta lição. Estudamos, brevemente, as bases da ética, em particular da ética cristã. Como pudemos observar, trata-se de um terreno propício a muitas discussões. Por essa razão, precisamos buscar nossas respostas nas Escrituras Sagradas. Tais preocupações buscam proteger a Igreja de situações contraditórias que carregam em si o potencial de promover escândalos à fé cristã, além de deixar claras as práticas que ofender a Deus.

Conscientizemo-nos de uma vez por todas: a Igreja de Deus, por sua própria natureza e origem, sempre será vista como contracultura; jamais se conformará com este mundo. (Rm 12. 1).

 

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia



O QUE É ÉTICA CRISTÃ


Introdução

Paz do Senhor ,Graças ao Nosso Deus Chegamos mais um Trimestre para aprendemos mais, é com o coração transbordando de uma imensa alegria que volto para publicar  mais uma artigo subsídio de apoio aos nossos alunos e professores da Nossa Querida Ebd, (Escola Bíblica Dominical). e neste estaremos estudando sobre a Ética Cristã Para A Juventude. O cristão, como sal da terra e luz do mundo, não só deve ser diferente, mas seu comportamento como cristão deve ser um referencial para a sociedade.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Prepare-se convenientemente para as próximas lições! Como você pode constatar, os temas deste trimestre não são fáceis. Portanto, não perca tempo, pesquise o máximo que puder. Visite uma boa biblioteca. Estude com afinco todos os dias da semana.

 

Observe os seguintes princípios:

 

1. Preparar cada lição, estudando-a como assunto novo, mesmo que este lhe pareça conhecido.

 

2. Estudar bem a lição até que o assunto se torne bem conhecido e bem claro.

 

3. Estudar bem o assunto até que a lição se desenvolva em uma sequência lógica.

 

4. Ao preparar a lição, procurar relacionar cada parte dela às necessidades dos alunos.

 

5. Usar métodos e materiais adequados.

 

6. Planejar tudo de modo que todos os alunos participem.

 

7. Ter alvos específicos: sabendo o que seus alunos devem sentir, saber, e fazer como resultado do estudo desta lição.


I. O QUE É ÉTICA CRISTÃ

A. CONCEITUAÇÕES IMPORTANTES

A Ética integra os seis sistemas tradicionais da Filosofia, ao lado da Política, da Lógica, da Gnosiologia, da Estética e da Metafísica. A palavra ética vem do grego, ethos, que significa costume, disposição, hábito. No latim, vem de mos (mores), com o sentido de vontade, costume, uso, regra.

De acordo com Champlin e Bentes, ética é ‘A teoria da natureza do bem e como ele pode ser alcançado”; ‘A ética é a conduta ideal do indiví­duo” {Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, p. 554).

 

Para Claudionor de Andrade, é o “Estudo sistemático dos deveres e obrigações do indiví­duo, da sociedade e do governo. Seu objetivo: estabelecer o que é certo e o que é errado” (Dicionário Teológico, p. 121)

 

B. Ética Cristã

 

Para o cristão, a ética pode ser entendida como um conjunto de regras de conduta, aceitas pelos cristãos, tendo por fundamento a Palavra de Deus. Para os que creem em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas, o certo ou o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, considerada como “regra de fé e prática”, conforme bem a definiram Lutero e outros reformadores. A ética cristã pode valer-se de argumentos filosóficos, de modo complementar, mas prescinde deles nas definições do que é certo ou errado.

 

Segundo Gardner, “a tarefa da ética cristã seria bem mais fácil se, por um lado, o cristão pudesse aceitar as conclusões da razão natural, pura e simplesmente, portanto, sem crítica, acrescentando-as ao que é do seu conhecimento pela fé, ou, por outro lado, se as pudesse repudiar sumariamente. Estes dois processos de relacionar a ética cristã com o pensamento ético secular são, no entanto, insatisfatórios...” (Fé Bíblica e Ética Social, p. 33).

 

C. Os padrões da ética humana mudam conforme as tendências dos valores morais da sociedade. De país para país, verifica-se que há o fenô­meno chamado de “nova moralidade”, que envelhece em pouco tempo.

 

Entretanto, na visão de Rudnick, “a ‘nova moralidade’ que estamos experimentando desde os anos sessentas não é o tipo de atualização natural e necessária dos pontos de vista éticos, com base em nova informação. É,na verdade, uma revolução ética, na qual os princípios da ética cristã têm sido agredidos e repudiados por muitos” (Ética Cristã para Hoje, p. 18).

Assim, temos de admitir que a ética cristã tem sua própria lógica e consistência, quando baseada na Bíblia, pois esta é infalível, imutável e inerrante.

 

II. CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES

 

1. Ética como ciência secular. A Ética é um aspecto da filosofia. A Filosofia está segmentada em seis sistemas tradicionais: Política, Lógica, Gnosiologia, Estética, Metafísica e Ética que é o objeto de estudo de Lições Bíblicas neste trimestre.

Para compreendermos melhor o sentido de Ética, vejamos, de forma sintética, em que se constituem os outros aspectos aos quais ela está agregada no contexto filosófico.

Dentre suas muitas acepções, filosofia é o saber a respeito das coisas, a direção ou orientação para o mundo e para a vida e, finalmente, consiste em especulações acerca da forma ideal de vida. Em suma, é a história das ideias. Tudo isto sob a ética humana. Precisamos aferir o pensamento humano com os ditames da Palavra de Deus que são terminantes, peremptórias, finais. O homem, seja ele quem for, é criatura, mas Deus é o Criador (Os 11.9; Nm 23.19; Rm 1.25; Jó 38.4).

 

Todos os campos de pensamento e de atividades têm suas respectivas filosofias. Há uma filosofia da biologia, da educação, da religião, da sociologia, da medicina, da história, da ciência etc. Consideremos entretanto, os seis sistemas acima mencionados que foram sistematizados por três antigos pensadores: Sócrates, Platão e Aristóteles.

 

a) Política — Este vocábulo vem do grego polis e significa “cidade”. A política procura determinar a conduta ideal do Estado, pelo que seria uma ética social. Ela procura definir quais são o caráter, a natureza e os alvos do governo. Trata-se do estudo do governo ideal.

 

b) Lógica — É um sistema que aborda os princípios do raciocínio, suas capacidades, seus erros e suas maneiras exatas de expressão. Trata-se de uma ciência normativa, que investiga os princípios do raciocínio válido e das inferências corretas quer seja partindo da lógica dedutiva quer seja da indutiva.

 

c) Gnosiologia — É a disciplina que estuda o conhecimento em sua natureza, origem, limites, possibilidades, métodos, objetos e objetivos.

 

d) Estética — É empregada para designar a filosofia das belas-artes: a música, a escultura e a pintura. Esse sistema procura definir qual seja o propósito ou ideal orientador das artes, apresentando descrições da atividade que apontam para certos alvos.

 

e) Metafísica — Refere-se a considerações e especulações concernentes a entidades, agências e causas não materiais. Aborda assuntos como Deus, a alma, o livre arbítrio, o destino, a liberdade, a imortalidade, o problema do mal etc.

 

f) Ética — É a investigação no campo da conduta ideal, bem como sobre as regras e teorias que a governam. A ética, o homem distanciado de Deus por sua incredulidade e seus pecados, a estuda, entende e até se propõe a observá-la, mas não consegue, por estar subjugado pelo seu eu, pelos vícios, pelo mundo, pelo pecado (Rm 2.15-19). Já os servos de Deus, pelo Espírito Santo que neles habita, triunfam sobre o pecado (Rm 8.2).

 

Existem inúmeros argumentos e considerações acerca deste tema, que será tratado aqui do ponto de vista da ética bíblica a qual expõe Deus como fundamento e alvo da conduta ideal.

 

2. Origem da palavra. Ética vem do grego, ethos, que significa “costume”, “disposição”, “hábito”. No latim, vem de mos (mores), com o sentido de vontade, costume, uso, regra.

 

3. Definição. Ética é, na prática, a conduta ideal e reta esperada de cada indivíduo. Na teoria, é o estudo dos deveres do indivíduo, isolado ou em grupo, visando a exata conceituação do que é certo e do que é errado. Reiterando, Ética Cristã é o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a Palavra de Deus. Para nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”.

 

O termo ética, ethos, aparece várias vezes no Novo Testamento, significando conduta, comportamento, porte e compostura (habituais).

 

A ética cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia, principalmente nos ensinos de Cristo, de modo que “...ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5.15; Ef 2.10).

 

III. VISÃO GERAL DA ÉTICA SECULAR E DA ÉTICA CRISTÃ

 

1. Antinomismo. Esse ensino errôneo é humanista e secular. Tudo depende das pessoas, e das circunstâncias. O filósofo incrédulo e existencialista Jean Paul Sartre, um dos seus promotores, afirma que o homem é plenamente livre. Num dos seus textos, ele escreve: “Eu sou minha liberdade; eu sou minha própria lei”.

 

a) Posicionamento cristão. Esta teoria não serve para o cristão. Nela, o homem se faz seu próprio deus. A Bíblia diz: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14.12). “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12.13). O antinomismo é relativista, isto é, cada um age como quiser. É o que ocorria com o povo de Israel quando estava desviado, sem líder e sem pastor (Jz 17.6 e 21.25).

 

2. Generalismo. Essa falsa doutrina prega que devem haver normas gerais de conduta, mas não universais. A conduta de alguém para ser chamada de certa ou errada depende de seus resultados. É o que ensinava, no século XV, o descrente, político e filósofo italiano Nicolau Maquiavel: “Os fins justificam os meios”.

 

a) Posicionamento cristão. O generalismo não se coaduna com a ética cristã, pois, para o crente em Jesus, não são os fins, nem os meios, que indicam se uma conduta ou ação é certa ou errada. A Palavra de Deus é que é a regra absoluta que define se um ato é certo ou errado. Ela tem aplicação universal. O dever de todo homem é temer a Deus e guardar seus mandamentos (Ec 12.13).

A Palavra de Deus não muda de acordo com as circunstâncias, os meios ou os resultados. Deus vela para a cumprir (Jr 1.12b; Mc 13.31).

 

Há outras modalidades, formas e expressões da ética secularista, como o situacionismo, o absolutismo e o hierarquismo, mas nada disso se coaduna ou se enquadra na ética bíblica, tanto a declarativa, como a tipológica e a ilustrativa. Estamos mencionando estas formas aqui porque o mundo fala muito nelas, mas não as cumpre.

 

O cristão ortodoxo na sua fé, e fiel ao seu Senhor, terá sempre no manancial da Palavra de Deus tudo o que carece sobre a ética, na sua expressão prática em forma de conduta, compostura, costumes, usos, hábitos e práticas diuturnas da nossa vida para agradar a Deus e dar bom testemunho dEle diante dos homens.

 

IV. O POSICIONAMENTO DO CRISTàNOS DIAS ATUAIS

 

0 posicionamento do cristão, neste início de século, não é fácil de ser tomado, face às abordagens e questões éticas contemporâneas. É que, em termos de moral, de conduta, de costumes, que formam as culturas dos povos, o que se vê é um verdadeiro terreno escorregadio e pantanoso, em que não se sabe onde o certo termina, e começa o errado. Os limites da moral estão cada vez mais sendo elastecidos e abolidos. O que era certo há apenas 10 anos, hoje é visto como errado; o que era errado, agora é visto como certo.

 

Diante disso, a sociedade sem Deus, materialista e hedonista, não tem referenciais seguros, em que se possa confiar. O profeta Isaías bem traduziu esse fenômeno, há quase mil anos antes de Cristo, quando bradou:

 

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo!” (Is 5.20). Isso prova que a humanidade, não obstante o perpassar dos séculos, continua a mesma, em termos de ética e moral, sob o domínio avassalador dos formadores de opinião; principalmente nos tempos pós-modernos, com a influência dos meios de comunicação, notadamente da TV e da Internet, a rede mundial de computadores, que colocam dentro dos lares uma gama imensa de informações, as quais, na maioria dos casos, não permitem ao expectador uma filtragem daquilo que é certo ou é errado.

 

Admitindo que tudo isso seja verdade, como deve o cristão posicionar- se, face às questões éticas e suas abordagens mais comuns? A resposta não pode ser tão simples, mas o cristão tem a vantagem de possuir um código de ética extraordinário, que é a Bíblia Sagrada, por ele aceita como inspirada e revelada por Deus, através do Espírito Santo. Ele pode dizer com ousadia, como o fez o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho” (SI 119.105).

 

 

 

CONCLUSÃO

 

“Princípios morais, que são os mais abrangentes e importantes conceitos éticos, não se aplicam a algumas atividades, mas a todas. São, portanto, princípios sem exceção, que não cedem a qualquer tipo de conveniência. ‘Que é o que o Senhor pede de ti... senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?’ (Mq 6.8). Nunca estamos dispensados de agir em justiça e amor.

 

Observe esses dois princípios neste contexto. Ambos se referem a pessoas, à maneira justa de tratá-las, e interesse em seu bem (bem mais elevado, e não apenas alegria ou sucesso na vida). ‘O Senhor faz... justiça a todos os oprimidos’ (Sl 103.6) e devemos fazê-lo também. Leis justas, governo justo, economia justa, preços justos, salários justos, relações equânimes entre marido e mulher fiéis um ao outro, relação pacífica equânime também entre as nações deste mundo. Devem ser esses os nossos conceitos, pois procedem de Deus (Is 9.2-7; 11.1-5). A justiça é um princípio distributivo que trata igualmente as pessoas” (Ética: As Decisões Morais à Luz da Bíblia. CPAD, pág.60).

 

“A relevância do sal e da luz pode ser notada pelos efeitos que exercem. Se o sal for insípido, perderá totalmente o seu valor. Se a luz estiver apagada ou escondida, nenhum benefício trará ao ambiente. Partindo desse pressuposto, há três aspectos em que se espera a valorização da relevância cristã.

 

O primeiro é pelo exemplo. Atitudes falam mais alto do que mil palavras. Quando o nosso comportamento não condiz com o que falamos, de nada adianta eloquência e verbosidade, porque o que fica é a marca do que fazemos. As palavras vão ao vento, mas os traços do nosso exemplo, bom ou ruim, permanecem.

 

A falta de lisura e nitidez em nossas ações leva-nos à perda da credibilidade naquilo que propomos e à consequente ausência de relevância do ponto de vista da fé. Foi o testemunho de Eliseu que permitiu à sunamita identificá-lo como homem de Deus.

 

 

 

Nossos atos podem ser positivos ou negativos e sempre terão influência para o bem ou para o mal. Quanto mais a nossa vida é exposta ao público, os rastros de nossas ações terão número cada vez mais considerável de seguidores, que, em muitos casos, não questionarão o que fazemos, mas simplesmente copiarão o nosso modelo tal é a força do exemplo” (A Transparência da Vida Cristã. CPAD, pp.51,52).

 

Por: Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 
REFERÊNCIA 

 

Ética Cristã - Elinaldo Renovato de Lima - CPAD 

Lições cpad 3º Trimestre de 2002 Título: Ética Cristã — Confrontando as questões morais

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Ética: As Decisões Morais à Luz da Bíblia. CPAD, pág.60.

COUTO, G. A Transparência da Vida Cristã. CPAD.

CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã. Um Desafio à Ética dos Tempos Modernos. CPAD.

HOLMES, A. F. Ética: As Decisões Morais à Luz da Bíblia. CPAD.

PALMER, M. D. (ed.) Panorama do Pensamento Cristão. CPAD.





 

 

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