Cristo é
Superior a Arão e à Ordem Levítica
TEXTO ÁUREO
"Visto
que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos
céus, retenhamos firmemente a nossa confissão." (Hb 4.14)
VERDADE
PRÁTICA
Como
Filho de Deus e Sumo Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda
- Hb 4.14 Jesus, Sumo Sacerdote qualificado para representar os homens diante
de Deus
Terça
- Hb 4.15: Jesus, Sumo Sacerdote identificado com a condição humana
Quarta
– Hb 5.4: Jesus, Sumo Sacerdote e
ministro do santuário
Quinta
- Hb 5.7 Jesus, o Sumo Sacerdote de vida santa
Sexta
- Hb 5.8,12.28: Jesus, o Sumo Sacerdote obediente e submisso que nos ensina
Sábado
– Hb 5.9-14: Jesus, o Sumo Sacerdote transcendente e necessário
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE – Hebreus 4.14-16 – 5. 1-14
Hebreus
4.14-16
14
Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou
nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16
Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar
misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Hebreus
5.1-14:
1
PORQUE todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor
dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios
pelos pecados;
2
E possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados; pois também ele
mesmo está rodeado de fraqueza.
3
E por esta causa deve ele, tanto pelo povo, como também por si mesmo, fazer
oferta pelos pecados.
4
E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5
Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote,
mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei.
6
Como também diz, noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de
Melquisedeque.
7
O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas,
orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que
temia.
8
Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9
E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que
lhe obedecem;
10
Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11
Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes
negligentes para ouvir.
12
Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos
torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos
haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.
13
Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na
palavra da justiça, porque é menino.
14
Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm
os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
HINOS
SUGERIDOS: 152, 291,402 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Pontuar
o sacerdócio do Senhor Jesus como superior à ordem levítica e que, por isso.
Ele teve autoridade para inaugurar uma nova ordem.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo,
os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo l refere-se ao tópico l com os seus respectivos
subtópicos.
I.
Demonstrar biblicamente a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus
Cristo;
II.
Ensinar que o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
III.
Expressar a importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Hebreus
4.14-16 talvez seja a passagem mais enfática acerca da perfeição do ministério
sacerdotal de Jesus Cristo. Ali, o texto apresenta nosso Senhor como um sumo
sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas porque Ele havia sido
tentado em tudo. Com base nesse fato que o autor aos Hebreus encoraja os
cristãos: "Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos
alcançar misericórdia e achar graça, afim de sermos ajudados em tempo
oportuno" (v.16). Encoraje sua classe a partir dessa Palavra!
INTRODUÇÃO
Os
sumos sacerdotes do Antigo Testamento, apesar de serem santos, eram limitados e
imperfeitos. Arão, por exemplo, ainda que grandemente honrado ao ser separado
para o ofício de sumo sacerdote, cometeu uma falha indecorosa: levantou um
ídolo em forma de bezerro de ouro e levou o povo a pecar.
Mas
Cristo, nosso Sumo Sacerdote, é superior a Arão, não somente por sua infalibilidade
e perfeição, mas porque cumpriu cabalmente o plano divino de redenção de toda a
humanidade.
I. O SUMO
SACERDOTE DO ANTIGO TESTAMENTO
1.
Características básicas (v.1).
a) “Tomado
dentre os homens”. O sumo sacerdote na Antiga Aliança era uma pessoa comum que,
apesar de separada por Deus, levava para o sacerdócio suas virtudes e defeitos.
Ele não era tomado dentre anjos ou espíritos, mas “dentre os homens”. E essa é
uma característica muito importante.
b)
“Constituído a favor dos homens”. O sumo sacerdote não era eleito pelos seus
pares, nem pelo povo em geral. Sua investidura no cargo era por nomeação direta
da parte de Deus. Hoje, há diversas formas utilizadas na escolha e consagração
de um pastor, porém, acima de tudo é indispensável que o pastor seja
constituído por Deus.
c) “Nas
coisas concernentes a Deus”. O sacerdote falava e agia em nome de Deus, no
que concernia à sua expressa vontade. Por outro lado, ouvia os homens e
intercedia por eles diante do Altíssimo. Em tudo, a missão sacerdotal era
cuidar dos interesses de Deus em relação ao povo e os do povo em relação a
Deus. Era um mediador, um representante do Eterno.
2. Funções
primordiais. De modo geral as principais funções do sumo sacerdote eram ensinar
a lei de Deus e interceder pelo povo.
a) Oferecer
dons e sacrifícios pelos pecados (v.1b). Na Antiga Aliança os oferentes não podiam
dirigir-se diretamente a Deus. Traziam suas dádivas e ofertas e as apresentavam
ao sacerdote. Segundo estudiosos do Antigo Testamento, os dons eram ofertas de
cereais e os sacrifícios eram “ofertas de sangue”. No Novo Testamento, Jesus,
nosso Sumo Sacerdote quanto a nossa salvação, é tanto o oferente como a própria
oferta vicária: “ofereceu-se a si mesmo [por nós] a Deus”.
b)
“Compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados” (v.2). O sumo
sacerdote deveria ter simpatia, ou seja, capacidade para compartir as alegrias
ou as tristezas das pessoas que lhe procuravam e, ao mesmo tempo, ter empatia,
capacidade para se colocar na situação do outro. Só quem tem essas qualidades
pode de fato ser um intercessor. Da mesma forma devem proceder os obreiros do
Senhor no trato com os que erram por ignorância ou por fraqueza.
II.
DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTRE CRISTO E ARÃO
1. Jesus,
sacerdote perfeito. A Lei previa a possibilidade de erro ou pecado por parte dos
sacerdotes (v.3; Lv 4.3). O próprio sumo sacerdote Arão tinha a orientação de
Deus para oferecer sacrifícios não só pelo povo (Lv 16.15ss.), mas por si
próprio (Lv 16.11-14). Enquanto o sumo sacerdote do Antigo Testamento estava
sujeito a pecar, Jesus nunca pecou. Ele é perfeito. Satisfez todas as condições
para o perfeito sacerdócio. Foi ungido como Rei, como Filho (Sl 2.6,7); e
Sacerdote Eterno (Sl 110.4); foi enviado por Deus (Jo 5.30); veio em nome do
Pai (Jo 5.43). Jesus não se glorificou a si mesmo para fazer-se sumo sacerdote
(v.6). Diante de todas essas qualificações, o Mestre nunca ofereceu sacrifícios
por si próprio. Ele deu-se a si mesmo por nossos pecados (Gl 1.4).
2. Sacerdote
eterno (v.6). O escritor aos hebreus faz referência a dois textos bíblicos no
livro de Salmos para demonstrar o caráter especial do sacerdócio de Cristo: um
sacerdócio que não tem fim: “Tu és meu filho; hoje te gerei” (Sl 2.7); e “Tu és
um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4).
III. A
MISSÃO TERRENA DE JESUS
1. “Nos dias
de sua carne” (v.1). É uma referência direta à vida humana de Jesus. O escritor já
houvera acentuado esse aspecto no cap. 2.14-17. Aqui, mais uma vez, ele
demonstra que o nosso Sumo Sacerdote, mesmo provindo de uma linhagem especial,
encarnou-se, tomando a forma de homem, como vemos no Evangelho de João (1.14):
“E o verbo se fez carne...”. O Verbo refere-se a Jesus Cristo (cf. Ap 19.13).
Os
gnósticos ensinavam que o corpo é intrinsecamente mau. Mas Jesus, o Verbo
divino, provou o contrário. Ele se fez carne, “e habitou entre nós”,
tornando-se homem completo, pleno, perfeito.
E
não apenas se fez carne, mas tomou a “forma de servo” (Fp 2.7); na semelhança
da “carne do pecado” (Rm 8.3), suportou a “paixão da morte” (Hb 2.9).
2. Clamor,
lágrimas, orações e súplicas (v.7). A Escritura diz que Jesus clamou a Deus, com
“lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte”. No Evangelho
segundo João 11.35 está escrito que Jesus chorou, mas aquela não foi a única
vez, como atesta o v.7. É por isso que Jesus entende de lágrimas e, um dia,
como Deus, enxugará dos olhos toda a lágrima (Ap 7.17; 21.4).
3. Aprendeu
a obediência (v.8). Haverá prova mais autêntica da humanidade de Jesus? “Ainda que era
Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8). Ele, sendo
divino, obedeceu a Deus. A mente humana é, por vezes, levada a indagar:
“Afinal, se Ele era Deus, porque deveria obediência a alguém?”. Esse é um
mistério que só a fé pode aceitar.
Jesus
como ser humano teve um desenvolvimento humano normal: “E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52). Como
Filho de Deus, Ele obedeceu ao Pai.
4. “Por
aquilo que padeceu” (v.8b). A prova suprema da obediência de Cristo foi a
sua paixão e morte. O Diabo tudo fez para que Jesus não executasse o plano da
salvação. Na tentação no deserto, seu objetivo era que o Senhor obedecesse suas
sugestões (Mt 4.1-11); na crucificação, o inimigo usou alguém para lhe sugerir
que “provasse” que Ele era o Filho de Deus, descendo da cruz (Mt 27.40).
5. Trouxe
eterna salvação (v.9). “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação
para todos os que lhe obedecem”, (grifo nosso) Jesus declarou ao Pai: “Eu
glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer” (Jo
17.4). Na cruz, no momento supremo de seu sacrifício em favor dos pecadores,
Ele exclamou: “Está consumado...” (Jo 19.30).
Nesse
aspecto, é oportuno lembrar que alguns teólogos, baseados no versículo em foco
e em outras referências, pregam a doutrina da predestinação absoluta, resumida
na sentença “uma vez salvo, para sempre salvo”. Entretanto, o versículo mostra
inequivocamente que a salvação não é eterna a priori, mas sim condicional. Ela
é eterna para “todos os que lhe obedecem”. Desse modo, exclusivamente é salvo
quem crê e segue a Cristo em obediência.
6. Chamado
por Deus (v.10). Jesus pertenceu a uma ordem sacerdotal singular, diferente da de
Arão. Nisto, vemos mais uma importante distinção entre o sacerdócio de Cristo e
o sacerdócio arônico. Jesus, como diz o v.10, foi “chamado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” (v.10).
CONCLUSÃO
Como
podemos constatar no capítulo cinco de Hebreus, o texto revela com clareza meridiana
a superioridade do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão. Outro ponto
importante diz respeito a humanidade de Cristo: o escritor assevera que Jesus
foi humano o suficiente para buscar a Deus, o Pai, em oração, súplicas e
lágrimas, sendo obediente como Filho. Trata-se de um exemplo inigualável e uma
lição incomparável para nós, mortais, que, às vezes somos relapsos em fazer a
vontade do Senhor, em obediência irrestrita.
Por:
Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibigrafia
Lições
Bíblicas CPAD Jovens e Adultos 3º Trimestre de 2001
VOCABULÁRIO
Condicional: Dependente
de condição, que envolve condição.
Distinção: Ato ou
efeito de distinguir(-se); diferença, separação.
Dom: Donativo,
dádiva, presente.
Indecoroso: indecente,
indigno, vergonhoso.
Investidura: Ato de
investir ou dar posse.
Mediador: Que ou
aquele que medeia ou intervém, medianeiro.
Oferente: Oferecedor.
Relapso: Aquele que
reincide em erro, obstinado, contumaz, que ou aquele que falta a seus deveres.
Simpatia: Sentimento
caloroso e espontâneo que alguém experimenta em relação a outrem.
AUXÍLIOS
SUPLEMENTARES
Subsídio
Bibliológico
“‘Todo sumo
sacerdote’ (Hb 5.1). Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio.
(1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se
desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v.2; 4.15; cf.
Lv 4; Nm 15.27-29). (2) Deve ser designado por Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz
ambos os requisitos.
A origem de
Melquisedeque (5.6). Melquisedeque é uma personagem misteriosa do Antigo Testamento,
que aparece em Gn 14 como o sacerdote de Deus em Salém (que é Jerusalém, Gn
14.18; Js 18.28; Sl 110.1-4; Hb 7.1), antes dos tempos do sacerdócio levítico.
O sacerdócio de Cristo é do mesmo tipo que o de Melquisedeque” (Bíblia de
Estudo Pentecostal, CPAD, págs. 1905, 1906).
“Em
relação a Cristo, os cristãos hebreus não o reconheciam sob a figura de Sumo
Sacerdote. Por isso, não compreendiam a aplicação desse título e ofício à sua
pessoa. Não sendo Ele da linhagem de Arão, naturalmente não o contemplariam
como sacerdote. Seu ministério também não lhes despertara tal pensamento, uma
vez que não reivindicou nenhum privilégio de acesso ao templo, nem executou
nenhuma função sacerdotal, e sempre criticou o concerto judaico do sacerdócio
(Vicent).
O
autor resumidamente apresenta as características e atribuições do sumo
sacerdote (5.1-4), demonstrando que são perfeitamente satisfeitas em Cristo
(5.5-10).
Segundo
o sistema levítico, todo sumo sacerdote é escolhido entre os homens e
constituído a favor dos homens. Ele traz ao altar tanto sacrifícios cruentos
como sem sangue (5.1). Exige-se dele que possa condoer-se ou ter compaixão do
povo. A expressão significa ser ‘moderado’ ou ‘tenro’ em seu julgamento, nem
severo demais nem tolerante demais. Não deve ser homem que se irrita diante do
pecado e da ignorância, nem transigente com o mal (vv.2,3) Ele deve ser chamado
por Deus (v.4)” (Comentário Bíblico Hebreus, CPAD, pág. 135).
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