MELQUISEDEQUE,
O REI DE JUSTIÇA
TEXTO
ÁREO = “Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote
eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.” Hb7:17
VERDADE
PRÁTICA = O sacerdócio de Cristo é superior a todos os
sacerdócios, pois Ele é o Sumo Sacerdote perfeito e eterno.
Leitura
Bíblica = Genesis 14:18-19; Hebreus 7: 1-7,17
INTRODUÇÃO
Melquisedeque Rei da antiga Salém e “sacerdote do
Deus Altíssimo”, Yehowah. (Gên14:18, 22) Ele é o primeiro sacerdote mencionado
nas Escrituras; ocupava esta posição algum tempo antes de 1933 AEC. Sendo o rei
de Salém, que significa “Paz”, Melquisedeque é identificado pelo apóstolo Paulo
como “Rei da Paz”, e, à base do seu nome, como “Rei da Justiça”. (He 7:1, 2)
Entende-se que a antiga Salém tenha sido o núcleo da posterior cidade de
Jerusalém, e seu nome foi incorporado no de Jerusalém, que às vezes é chamada
de “Salém”. — Sal 76:2.
Depois de Abrão (Abraão) derrotar Quedorlaomer e
seus reis confederados, o patriarca veio à Baixada de Savé, ou “à Baixada do
rei”. Ali, Melquisedeque “trouxe para fora pão e vinho”, e abençoou Abraão,
dizendo: “Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, Produtor do céu e da terra; e
bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus opressores na tua mão!”
Abraão entregou então ao rei-sacerdote “um décimo de tudo”, isto é, “dos
principais despojos” que conseguira na sua guerra bem-sucedida contra os reis
aliados. — Gên14:17-20; He 7:4.
I
– QUEMERA MELQUISEDEQUE
Já vimos que Jesus Cristo é o Mediador entre Deus e
a humanidade. O Seu sacrifício consentido pelas nossas faltas qualificou-O de
modo único para essa crucial função. Mas o Verbo também exerceu esse ofício
sagrado durante o tempo do patriarca Abraão.
E Ele o fez na pessoa de Melquisedeque, sacerdote do
Altíssimo. O livro de Gênesis menciona apenas brevemente esse misterioso
personagem. Mas o Rei Davi, e muito especialmente a Epístola aos Hebreus no
Novo Testamento, não deixam passar o Seu profundo significado.
Para entendermos a identidade de Melquisedeque,
devemos deixar a Bíblia interpretar a Bíblia. A nossa capacidade de
entendimento é enormemente aumentada quando juntamos esses três registos e os
consideramos como um todo.
Primeiro vamos dar uma olhada no registo em Gênesis.
Abraão encontrou-se com Melquisedeque depois de resgatar o seu sobrinho Ló do
cativeiro onde estava. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e
este era sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus
Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo,
que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo”
(Gênesis 14:18-20).
É interessante notar que Melquisedeque recebeu
Abraão com pão e vinho, coisas que mais tarde seriam símbolos do sacrifício da
Páscoa de Cristo em representação do Seu corpo e do Seu sangue. Melquisedeque
também se dirige a Deus e O trata como “o Possuidor dos céus e da terra”.
Depois, passados uns dois mil anos, Jesus Cristo também se dirigiria ao Pai
chamando-Lhe “Senhor dos céus e da terra”.
O Salmo 110, um dos Salmos de Davi, tem grande
significado teológico. Como já referido anteriormente, ele apresenta o Pai e o
Verbo no versículo de abertura: “Disse o Senhor ao meu Senhor [de Davi]:
Assenta-te à minha mão direita . . . ” É Cristo quem agora está à mão direita
do Pai (Hebreus 8:1; 10:12; 12:2).
Conservando em mente o contexto do Salmo 110:1,
observemos o versículo 4: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: ‘Tu és um
sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque’” (Salmos 110:4). Este é o
mesmo Senhor que falou com o Senhor de Davi (o Verbo preexistente), no
versículo 1, ainda falando do mesmo Ser. Certamente que isto ajuda a
identificar esse misterioso personagem do Antigo Testamento. Contudo, é o livro
de Hebreus que nos dá a evidência mais forte.
ONDE
ELE APARECE NA BÍBLIA
Um estudo cuidadoso deste personagem bíblico nos
esclarecerá que nada existe de misterioso a seu respeito, a despeito da
interpretação de alguns quanto a Hebreus 7:3.
A palavra em hebraico Malkicedeq, significa rei de
justiça, ou ainda de acordo com Heb. 7:2 rei de Salém, isto é, rei de paz. Para
melhor compreensão deste tema duas coisas são necessárias:
1º) Estudo do contexto das passagens onde seu nome
aparece.
2º) Alguns conceitos sobre o sacerdócio levítico e o
de Cristo.
1º) O nome Melquisedeque aparece dez vezes na
Bíblia, sendo duas no Velho Testamento (Gên. 14:18; Sal. 110:4); e oito no
livro de Hebreus (5:6, 10; 6:20; 7:1, 10, 11, 15, 17). Especialmente o capítulo
sete de Hebreus precisa ser bem estudado.
2º) Após a entrada do pecado o indivíduo tornou-se
sacerdote de si mesmo. Depois este encargo coube ao primogênito. Posteriormente
a tribo de Levi foi escolhida para este mister. Quem não fosse da Tribo de Levi
era indigno para este mister como vemos em Esdras 2:62. O relato desta passagem
deve ser lembrado para melhor compreensão deste assunto.
O sacerdote devia ser tirado dentre os homens, com
suas fraquezas, para que pudesse entender as fraquezas dos homens (Heb.
4:14-16).
Sacerdote é a pessoa que atua como mediador ou intermediário
entre duas partes. Aquele que está encarregado de uma missão respeitável, o
intercessor perante Deus a favor dos homens.
O Novo Comentário da Bíblia, editado em português
por Russell P. Shedd, vol. III, pág. 1357 afirma o seguinte:
“Sumo sacerdote é aquele que é nomeado para agir em
prol dos homens naquilo que diz referência a Deus, especialmente para
apresentar ofertas a Deus. O sumo sacerdote deve ser escolhido dentre os homens
e ser capaz de, na qualidade de verdadeiro homem, simpatizar com as fraquezas
humanas. Além disso, ele não deve presumir em tomar sobre si mesmo tal ofício;
deve ter sido chamado para tal tarefa por nomeação de Deus. Tudo isso (em ordem
reversa) é declarado como cumprido na pessoa de Cristo; conforme o escritor
sagrado considera Sua nomeação divina, Sua perfeita humanidade e conseqüente
habilidade de simpatizar conosco, e Seus ofício e obra. Pois foi Deus quem ao
ressuscitá-Lo de entre os mortos reconheceu-o como Seu Filho, declarando
abertamente a Sua nomeação para um sacerdócio eterno, segundo uma classificação
diferente daquela de Arão, a ordem de Melquisedeque”.
Do exposto, esta declaração deve ser guardada: o
sacerdote deve ser escolhido dentre os homens para poder simpatizar com as
fraquezas humanas. Está é a razão pela qual Cristo só passou a exercer a função
sacerdotal após ter tomado a natureza humana.
As Escrituras nos informam que há dois tipos de
sacerdócio:
1º) Levítico – hereditário e extinto com a morte de
Cristo.
2º)Melquisediano – prefigurando o sacerdócio de
Cristo, caracterizado por sua superioridade e eternidade.
Cristo apresenta um contraste com os sumos
sacerdotes segundo a ordem levítica, que eram instalados no ofício para
posteriormente serem removidos por motivo de falecimento. Por isso é que Ele se
tornou sumo sacerdote para sempre. É justamente essa qualidade eterna que
distingue a ordem sacerdotal de Melquisedeque da ordem levítica de Arão.
CARACTERISTICAS
DE MELQUIDESEDEQUE
Um
sacerdócio imperfeito. (Hebreus 7:3)… "Sem pai, sem
mãe, sem descendência, não tendo nem começo nem fim de dias...o qual recebeu o
ofício do sacerdócio"
(Hebreus 7:11-12)… "se a perfeição fosse pelo
sacerdócio levítico (pois debaixo dele o povo recebeu a lei), que necessidade
haveria que outro sacerdote se levantasse segundo a ordem de Melquisedeque e
não ser chamado segundo a ordem de Aarão? Pois o sacerdócio sendo mudado,
também é necessária a mudança da lei".
Esses textos deixam claro que Melquisedeque foi o
sumo-sacerdote de um sacerdócio imperfeito, o que no caso se aplica ao Velho
Concerto, baseado na lei do Velho Testamento. O Novo Concerto estabelecido
através de Jesus Cristo refere-se ao sacerdócio perfeito, que veio suprir as
incapacidades e limitações do Velho Concerto.
Similaridades
entre Melquisedeque e Jeová. Há uma grande
similaridade entre as características de Melquisedeque e de Jeová, o que prova
que eles têem muito em comum. A seguir, estão relacionadas algumas das coisas
que Jeová e Melquisedeque parecem se identificar:
O padrão usado por Jeová é o da justiça,
prevalecendo inclusive sobre a misericórdia (Êxodo 21:12-25; Levítico 24:20;
Deuteronômio 19:21). Por sua vez, o nome
Melquisedeque significa "rei de justiça" (Hebreus 7:2).
Melquisedeque era rei de Salém (Hebreus 7:2), a qual
para muitos estudiosos corresponde à atual cidade de Jerusalém. Por sua vez,
Jeová é chamado "deus de Israel", cuja capital é a Jerusalém atual,
terrena, que não tem nada a ver com a Jerusalém celestial, também chamada de
"Jerusalém do alto" (1 Crônicas 17:24; Êxodo 3:16; Gálatas 4:26).
Melquisedeque tomou dízimos do despojo tomado por
Abraão e o abençoou (Hebreus 7:1-6).
Similarmente, Jeová recebeu o dízimo dos descendentes de Abraão e
abençoou o povo (2 Crônicas 31:10).
Melquisedeque não tem começo nem fim de dias, ou em
outras palavras - é eterno. Ele também não tem genealogia (Hebreus 7:3). Jeová também é eterno e não tem pai, nem mãe,
nem genealogia (Neemias.9:5). Esse fato
caracteriza ambos como seres divinos e sobrenaturais, como os anjos.
Melquisedeque é o sumo-sacerdote vitalício do Velho
Testamento (Gênesis 14:18; Hebreus
12:22). Por sua vez, Jeová foi
também o mentor da base sacerdotal do Velho Testamento, o qual orientou
pessoalmente todos os serviços religiosos no templo, através de regras e
exigências ritualísticas criteriosas.
Um detalhe curioso nessa descrição do modelo
sacerdotal do Velho Testamento é que as pedras que adornavam o éfode (peitoral)
do sacerdote (Êxodo28:6 a 21) são do mesmo tipo das pedras que adornavam o anjo
que era o modelo de perfeição no Éden, o qual veio posteriormente a se
ensoberbecer e rebelou-se contra o Deus Altíssimo (Ezequiel 28:13).
É difícil interpretar o papel e o caráter do
personagem Melquisedeque, como lemos em Hebreus 5:11, e da mesma forma é
difícil compreender o caráter e os reais intentos de Jeová, o qual ora
abençoava e ora castigava sem qualquer compaixão.
Melquisedeque assumiu forma humana quando apareceu a
Abraão (Gênesis 14:18-20). Por sua vez, Jeová também tomou forma humana quando
apareceu a Abraão (Gênesis 18:1-7) e anunciou que Sara teria um filho.
Alguns teólogos entendem que Melquisedeque era o
próprio Cristo no Velho Testamento e chamam esse tipo de ocorrência
"Parousia" ou "Cristofania". Contudo, o fato do texto
deixar claro que Melquisedeque era uma figura (tipo) de Cristo prova que ele
não era o próprio Cristo.
O fato de Melquisedeque ter oferecido pão e vinho a
Abraão não significam tampouco que Melquisedeque e o Filho de Deus sejam a
mesma pessoa, da mesma forma como Adão não era Cristo, embora Cristo fosse
chamado o "último Adão" (1 Coríntios 15:45).
Além disso, em outra parte é relacionado o fato de
que através de uma única ofensa (de Adão), entrou o pecado no mundo e atingiu
toda a humanidade. De forma análoga, através de um único ato de justiça (de
Cristo), a graça de Deus veio a ser derramada sobre todos os homens (Romanos
5:16-18).
Portanto, quando lemos que Cristo é sumo-sacerdote
conforme a ordem de Melquisedeque, devemos entender essa relação como uma
antítese, em que o reprovável e falível veio a ser substituído pelo aprovado e
irrepreensível.
Melquisedeque é o sumo-sacerdote do Velho Testamento
(ou do Velho Concerto), o qual se tornou obsoleto por causa de sua fraqueza e
inutilidade, como diz Hebreus 7:18 e foi definitivamente abolido por Cristo (2
Corintios 3:16).
Melquisedeque,
rei de justiça. A relação entre a justiça (a qual é
associada com o nome de Melquisedeque) e a condenação está baseada no fato de
que a lei aplica tanto a justiça como a condenação. A justiça implacável,
porem, não leva em consideração a misericórdia nem a compaixão, que são
atributos peculiares do verdadeiro Deus e Pai.
Por todas as evidências já relacionadas, poderíamos
supor que Jeová e Melquisedeque são a mesma pessoa, embora isso não esteja
totalmente claro nas Escrituras. Porém, ainda que não houvessem subsídios
suficientes para associarmos Jeová com Melquisedeque, uma coisa é certa - ambos
parecem estar intimamente relacionados, a começar pelo nome de Melquisedeque,
que significa "rei de justiça".
Em Gênesis 18:25, Jeová é reconhecido pela sua
justiça, porém não é a justiça que leva em consideração a misericórdia e a
compaixão, a qual é um atributo peculiar e distintivo do verdadeiro Deus e Pai.
Uma coisa é certa - a índole violenta que Jeová
revela em várias ocasiões no Velho Testamento ao destruir implacavelmente
exércitos e cidades, combina perfeitamente com a personalidade de
Melquisedeque, o qual veio ao encontro de Abraão para abençoá-lo logo após a
matança dos reis inimigos (Hebreus 7:1; Gênesis 14:17-18)… "Pois esse
Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, o qual encontrou
Abraão retornando da matança dos reis, e o abençoou".
Portanto, aquela justiça que é atribuida ao nome de
Melqueisedeque parece estar associada à justiça implacável, que não hesita em
aplicar a condenação de forma radical e fulminante.
Se Jesus fosse Melquisedeque, como dizem alguns
teólogos, Ele jamais iria abençoar Abraão logo após a matança dos reis, quando
Abraão saiu vitorioso, porque o Filho de Deus não recompensa assassinos nem
homicidas, nem iria estimular qualquer atitude dessa natureza.
Pelo contrário, quando Jesus foi preso, seu
discípulo Pedro cortou a orelha de um daqueles que o vinham prender, mas Jesus
restaurou-a milagrosamente (João 18:10), para provar que Ele jamais foi à favor
da violência, sob qualquer pretexto.
Da mesma forma, se Jesus fosse Melquisedeque, Ele
jamais receberia dízimo de um despojo que teve o preço de sangue daqueles reis.
No entanto, Melquisedeque não teve qualquer escrúpulo para tomar parte do fruto
do saque (Hebreus 7:4), o que confirma que são sacerdócios completamente
diferentes.
O
perfeito e eterno sacerdócio de Cristo. Quanto ao aspecto
sacerdotal, lemos em Hebreus 7:11-12 o seguinte: "Se a perfeição fosse
pelo sacerdócio levítico (pois debaixo dele o povo recebeu a lei), que
necessidade haveria que outro sacerdote se levantasse segundo a ordem de
Melquisedeque e não ser chamado segundo a ordem de Aarão? Pois o sacerdócio
sendo mudado, também é necessária a mudança da lei".
Esse texto deixa claro que Melquisedeque foi o
sumo-sacerdote de um sacerdócio imperfeito, que teve de ser mudado juntamente
com a mudança da lei que o regia, e isso se aplica ao Velho Concerto. A
imperfeição está no fato de que houve necessidade de ser estabelecido um novo
sacerdócio perfeito e eficaz.
Isto significa que o sacerdócio do Velho Concerto
foi mudado por um outro, cujo sumo-sacerdote é Jesus Cristo, o Filho de Deus, e
por isso que o texto de Hebreus 7:12 diz que houve MUDANÇA de sacerdócio. Embora
tendo sido executado de uma só vez, o sacerdócio de Cristo tem um alcance
universal e eterno.
Melquisedeque estava incapacitado de prover salvação
e redenção para quem quer que fosse, pois seu ministério era imperfeito e
semelhante aos dos sacerdotes do Velho Testamento, que tinham que estar
continuamente oferecendo sacrifícios por si mesmos e pelo povo.
O sacerdócio levítico, assim como o sacerdócio de
Melquisedeque, tinha caráter temporário e era exercido através de ministrações
contínuas, com o sacrifício de animais e oferendas da alimentos (Hebreus 7:28),
enquanto que o sacerdócio de Cristo é perfeito, eterno e único, realizado às
custas de seu próprio sangue, como diz Hebreus 9:24 e 25.
O ofício sacerdotal iniciado por Melquisedeque não
teve êxito porque era fundamentado apenas em oferendas religiosas e no
sacrifício ritualístico de animais. Por causa disso, ele teve de ser
substituído pelo sacerdócio de Jesus (Hebreus 7:11), o que significa que o
sacerdócio do Velho Testamento deu lugar definitivamente ao sacerdócio do Novo
Testamento.
Por extensão, o Velho Concerto se tornou
repreensível e porisso foi rejeitado, havendo sido ABOLIDO por Cristo, como diz
2Corintios 3:14-16. E assim, o ministério de Melquisedeque representa o
ministério do Velho Testamento, o qual foi invalidado por Cristo por causa de
sua FRAQUEZA e INUTILIDADE (Hebreus 7:18).
Por outro lado, o Novo Concerto foi aprovado,
exaltado e glorificado, e por isso é chamado em Hebreus 7:22 de “um MELHOR
concerto”. Após a ressurreição, Jesus foi constituído "autor de uma eterna
salvação", como diz Hebreus 5:7-9… "Ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu, e sendo consumado veio a ser a causa da
ETERNA SALVAÇÃO para todos os que lhe obedecem".
O fato do sacerdócio de Jesus Cristo ter sido
“segundo a ordem de Melquisedeque”, como diz Hebreus 5:6, 7:17 e 7:21, não
significa que os dois ministérios estavam relacionados entre si, como se um
fosse uma continuidade do outro, visto que as diferenças entre eles são muito
grandes, a saber:
O sacerdócio de Melquisedeque foi temporal enquanto
que o de Cristo foi eterno (Hebreus 7:25); no sacerdócio de Melquisedeque e de
todos os sacerdotes do Velho Testamento, o sangue usado para expiação era de
animais (bodes, bezerros, touros e novilhas), enquanto que o sacerdócio de
Cristo foi exercido com o derramamento de seu próprio sangue (Hebreus 9:12-14);
Cristo é ministro do santuário do VERDADEIRO
tabernáculo estabelecido por Deus (Hebreus 8:2), e não do VIRTUAL, que foi
exercido por Melquisedeque e por todos os sacerdotes do Velho Testamento; com a
mudança do sacerdócio houve também a mudança da lei (Hebreus 7:12) e assim,
todo aquele arcabouço ritualístico de religiosidade aparente, que regia o
ministério do Velho Testamento, deu lugar ao ministério eficaz e autêntico de
Jesus no Novo Testamento (Hebreus 8:6; 8:13; 2 Corintios 3:6).
II
– LIÇÕES DO CARÁTER DE MELQUISEDEQUE
Melquisedeque (Gn 14.18), o honorável sacerdote-rei
de Salém (Jerusalém), deu comida e bebida aos vencedores e pronunciou uma
bênção a Abrão (Gn 14.19). O nome Deus Altíssimo (Gn 14.18) era, naqueles dias,
designação comum da divindade no país da Palestina. Em atenção aos atos do
sacerdote-rei, Abrão deu o dízimo de tudo (Gn 14.20) a Melquisedeque. O rei de
Sodoma (Gn 14.21) tinha menos inclinação religiosa. Pediu seu povo de volta,
contudo foi bastante generoso em oferecer a Abrão todo saque procedente do
combate. Abrão tinha pouco respeito por este homem e respondeu que fizera o
voto de não ficar com nenhum bem que pertencesse ao rei de Sodoma, para que,
depois, isso não fosse usado contra ele por aquele indivíduo repulsivo. Abrão
também deixou claro que o seu Deus tinha o título de SENHOR (Gn 14.22) e não
era apenas outra deidade cananéia. A única coisa que Abrão pediu foi que os
soldados fossem recompensados pelos serviços prestados e que seus aliados,
Aner, Escol e Manre (Gn 14.24), tivessem participação no saque.
O caráter robusto de Melquisedeque e seu status como
respeitado sacerdote-rei tornaram-se significativo em posteriores
pronunciamentos sobre o esperado Messias. O Salmo 110.4 relaciona o Messias na
"ordem de Melquisedeque" e o escritor da Epístola aos Hebreus cita
esta porção dos Salmos para mostrar que Cristo é este tipo de ordem sacerdotal
no lugar da ordem arônica (Hb 5.6,10; 6.20; 7.1-21).
O escritor de Hebreus enfatiza o significado do nome
e status de Melquisedeque para sinalar que ele e Cristo eram homens de justiça
e paz (Hb 7.1,2). A próxima correlação é um destaque na força e valor pessoal e
não na linhagem. Seu ofício não passou automaticamente a outro. Cristo é o Sumo
Sacerdote e não somente sacerdote, e em vez de dar somente uma bênção, Cristo
salva "perfeitamente" (Hb 7.25,26).
Pontos
fortes e êxitos:
(a) Primeiro sacerdote/rei das Escrituras - um líder
com o coração voltado para Deus; (b) Hábil para encorajar as pessoas a servir a
Deus de todo o coração; (c) Um homem cujo caráter refletia seu amor por Deus; e
(d) Uma pessoa no Antigo Testamento que nos lembra Jesus, e a qual alguns
realmente acreditam que era Jesus.
III
– SEGUNDO A ORDEM DE MELQUISEDEQUE
Davi profetizou, mil anos antes do nascimento de
Jesus, que o Messias seria “sacerdote para sempre segundo a ordem de
Melquisedeque” (Salmo 110:4). O autor de Hebreus cita esta profecia várias
vezes, e explica o seu significado em relação à superioridade total de Jesus.
A “ordem de Melquisedeque” não se refere a algum
tipo de sociedade secreta ou mística como a Rosa Cruz, os Maçons ou os
Templários. Não é alguma organização preservada desde a antiguidade, nem uma
classe de sacerdotes na igreja do Senhor. A expressão “segundo a ordem de
Melquisedeque” significa que o sacerdócio de Jesus é do mesmo tipo, ou parecido
com, o sacerdócio de Melquisedeque.
Melquisedeque aparece na história bíblica, e some
logo em seguida. Ele era rei de Salém e sacerdote de Deus (Gênesis 14:18).
Abençoou Abraão e recebeu o dízimo dele depois da vitória do patriarca contra
Quedorlaomer.
As Escrituras não relatam nada sobre antepassados
nem descendentes de Melquisedeque (o ponto de Hebreus 7:3). Ele servia como
sacerdote antes do nascimento de Isaque, então não era descendente da tribo de
Levi (um dos netos de Isaque). Era sacerdote aprovado por Deus, independente de
linhagem.
Deus fez algumas coisas no Velho Testamento pensando
na vinda de Jesus, e assim ajudando o povo a entender a missão de Cristo. Os
comentários em Gênesis e Salmos sobre Melquisedeque mostraram a possibilidade
de ter um sacerdote que não era sujeito à Lei dada aos israelitas no Monte
Sinai. É exatamente isso que o autor de Hebreus nos mostra, usando
Melquisedeque como tipo de Cristo.
Jesus não podia ser sacerdote no sistema dado no
Monte Sinai (Hebreus 8:4). O fato de Deus ter declarado Jesus sacerdote eterno
serve de prova de mudança de lei: “Pois, quando se muda o sacerdócio,
necessariamente há também mudança de lei” (Hebreus 7:14). “Agora, com efeito,
obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de
superior aliança instituída com base em superiores promessas” (Hebreus 8:6).
Salmo 110, como o autor de Hebreus bem explica,
aponta para o perfeito Rei e eterno Sacerdote, Jesus Cristo. Qualquer
ensinamento que procura preservar algum sacerdócio humano segundo a ordem de
Melquisedeque (como fazem, por exemplo, os mórmons), age por autoridade humana,
e não divina (cf. Gálatas 1:10; 2 João 9), e diminui a importância de Jesus
Cristo como o eterno e suficiente Sumo Sacerdote.
CONCLUSÃO
Se a função do personagem Melquisedeque era ilustrar
ou apontar para Cristo, então seu papel foi realizado com êxito. Mas se a
passagem ou aparição de Melquisedeque era a própria pessoa de Cristo, nada
impediria que o Verbo Vivo fizesse isso, visto que sempre existiu como Senhor
de tudo (João 1.1). O importante é saber que Jesus é o Rei dos reis que traz o
Reino de Deus para nossas vidas (Mateus 6.10), também é o nosso sacerdote que
intercede por nós (II Timóteo 2.5) e o verdadeiro Profeta que sabe tudo a nosso
respeito.
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS
Bibliografia
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