8 de fevereiro de 2017

BENIGNIDADE: UM ESCUDO PROTETOR CONTRA AS


BENIGNIDADE: UM ESCUDO PROTETOR CONTRA AS PORFIAS1ºTRIMESTRE DE 2017 (Cl 3.12-17)

 

Texto Áureo

Antes sede uns para com os outros

benignos, misericordiosos, perdoando-vos

uns aos outros, como também

Deus vos perdoou em Cristo.

(Ef 4.32)

 

Verdade Prática

A benignidade na vida do crente

torna-o uma testemunha do

amor de Deus

 

Leitura bíblica (Cl 3.12 – 17).

 

12 - Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;

 

13 - Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.

 

14 - E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.

 

15 - E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.

16 - A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.

17 - E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.

Introdução

 

Na lição de hoje estudaremos a benignidade como um aspecto do fruto do Espírito e antídoto contra as porfias. Veremos que o crente cheio do Espirito tem um coração benigno e procura ter relacionamentos saudáveis, evitando discussões, disputas e polemicas.

 

I – A BENIGNIDADE

 

Característica do que é benigno, generoso ou benevolente.Bondade; particularidade do que é afável ou indulgente.Não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor.

 

·         Ef 4.32 - Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.

Cl 3.12 - Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;

1 Pe 2.3 - Se é que já provastes que o Senhor é benigno;

 

A quinta virtude elencada por Paulo em Gálatas 5.22 é a benignidade. Segundo o Aurélio (2004, p. 286) o adjetivo benigno significa: “benévolo, suave, brando, agradável”. No AT a palavra hebraica usada é “hesed” que segundo Vine  (2002, p. 183) significa: “benignidade, amor firme, graça, misericórdia,fidelidade, bondade, devoção”. No NT a palavra grega para benignidade é “chrestotes” que segundo Gilberto (2004, p. 90) quer dizer: “bondade como qualidade de pureza e também como disposição afável em termos de caráter e atitudes. Abrange ternura, compaixão e brandura”. Barclay (sd, p.80) diz que “os antigos escritores definiam a ‘crestotes’ como a virtude do homem para quem o bem de seu próximo é tão caro como o próprio”.

 

Características:

 

·         É boa (2 Cr 10.7);

·         Constrói relacionamentos (Gn 26.27-31; Ef 4.32);

·         Revela o caráter divino (Ef 4.32; 5.1);

·         Promove a paz (Ef 4.32-b).

 

Deus é benigno.

 

A natureza de Deus é benigna (II Sm 22.6; Sl 18.25; 145.8; Lc 6.35; Ef 4.32; I Pe 2.3). O próprio Deus é chamado de benignidade (Sl 144.2). O profeta Miqueias disse que Ele: “tem prazer na sua benignidade” (Mq 7.18). A benignidade divina é tão exaltada no AT que faz parte da letra dos hinos de louvor (I Cr 16.34, 41; II Cr 7.6; 20.21; Ed 3.11; Sl 107.1; 118.1-29; 136.1.1-26). No livro dos salmos encontramos vários detalhes sobre a benignidade de Deus, tais como:

 

·         (a)ela é grande (Sl 5.7; 108.4; 117.2; Jn 4.2; Jl 2.13);

(b) é atemporal (Sl 25.6; 89.2; 118.1);

(c) são preciosas (Sl 36.7);

(d) são abundantes (Sl 86.5; Is 63.7);

(e) nos sustentam (Sl 94.18);

(f) enche a terra (Sl 119.64);

(g) nos consola (Sl 119.76;);

(h) vivifica (Sl 119.88,159). Segundo Jesus, a benignidade divina é demonstrada para todos os homens indistintamente “porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc 6.35).

 

A Bíblia revela-nos diversas demonstrações da benignidade de Deus, por exemplo: com José em toda a sua trajetória, principalmente quando injustamente foi para o cárcere (Gn 39.21); Ana recorreu a Deus para que atentasse com benignidade para ela e ele atendeu (ISm 1.11,19); com Davi (Sl 118.1-29);inúmeras vezes para com a nação de Israel (Sl 136.10-26); com a grande cidade de Nínive, mostrando que sua benignidade não está restrita aos judeus (Jn 4.2); por fim, a maior demonstração da benignidade divina se deu quando judeus e gentios foram encerrados debaixo do pecado, Deus achou por bem de misericórdia para com todos (Rm 11.32), quando enviou Jesus Cristo, o seu Filho Unigênito, para com a sua morte nos proporcionar salvação, revelando as riquezas da sua benignidade (Rm 2.4; Ef 2.7; Tt 3.4,5).

 

Jesus referencial de Benignidade

Jesus precisa ser nosso referencial de bondade, pois ensinou a humanidade a amar a Deus e ao nosso próximo (Mt 22.35-39). Mas, infelizmente muitos não querem viver segundo os ensinos do Mestre. Como cristãos precisamos seguir os exemplos do nosso Salvador: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vos também” (Jo 13.15). Temos que ser influenciados não pela nossa cultura, mas por Jesus. Ele é o nosso modelo de caráter. Se observarmos o caráter de Jesus veremos que Ele é o oposto daqueles que praticam maldade e porfias. Observe:

  • Jesus era humilde ao se relacionar com as pessoas, independente de sua posição social ou raça (Mt 9.11). Em geral os que gostam de brigar e querem resolver tudo na base da violência, são arrogantes e se acham superior aos outros. Somos todos iguais perante Deus. Ninguém é melhor ou pior do que ninguém.

Jesus era manso e humilde de coração (Mt 11.29). A mansidão é uma virtude que nem sempre todos têm ou compreende. Ser manso não é ser bobo. Ser manso é se opor a toda forma de desumanidade e crueldade. Jesus sempre se mostrou manso e benigno de coração (2 Co10.1). Diante de seus algozes, Ele não abriu a sua boca, não feriu ou

  • maltratou ninguém. Jesus era inocente, fez tudo por amor a nós e não revidou em momento algum.
  • Jesus era misericordioso. Ele demonstrava compaixão diante das necessidades alheias. Certa, vez Jesus narrou a história do Bom Samaritano a fim de ensinar a respeito do amor e compaixão pelos necessitados (Lc 10.25-37). Nesta história, o sacerdote passa, vê o homem caído no caminho e não faz nada por ele. Muitos também veem pessoas caídas, sofrendo algum tipo de violência e não fazem nada para ajudar. Age com indiferença, finge não ver nada. Na história que Jesus contou quem socorreu o homem ferido foi um samaritano. Um bom cristão faz coisas boas pelos outros.

 

  • Jesus era pacificador. Na medida do possível, você procura conviver bem com todos ou você é do tipo brigão (Rm 12.8)? Tem gente que em vez de amenizar os ânimos acaba colocando mais fogo e incentivando outros a agirem com violência, a brigarem e maltratarem as pessoas. A Palavra de Deus declara que os pacificadores são felizes (Mt 5.9). A Bíblia também diz que devemos nos despojar da raiva, das focas, xingamentos (Cl 3.8).

II – A PORFIA

 

Segundo o Aurélio (2004, p. 1603) significa: “discussão ou contenda de palavras”. Figuradamente quer dizer:“competição, rivalidade; disputa”(1Co 1.11; 3.3). A palavra grega para porfia é “eritheia” ou “eritheia” que segundo Vine (2002, p. 884):denota “ambição, egoísmo, rivalidade” e ainda “fazedor de partidos de divisões”. É derivado, não de eris, ‘discussão’, mas de erithos, ‘mercenário’, pessoa capaz de tudo por dinheiro; por conseguinte, o significado de buscar ganhar seguidores, facções, porfias, contendas. E traduzido em 2Co 12.20 por ‘porfias’, não é improvável que o significado aqui seja rivalidade ou ambições vis. Tambem ocorre em Gl 5.20Fp 1.17; 2.3; Tg 3.14,16. Em Rm 2.8, é traduzido como adjetivo, contencioso. A ‘porfia’ é fruto do ciúmes. Contraste com o adjetivo sinônimo hairetikos, que ocorre em Tt 3.10 ‘faccioso’ (ARA), que causa divisão, não necessariamente herege. Para o AT a porfia é uma iniquidade tão grave como a idolatria “o porfiar é como iniquidade e idolatria” (I Sm 15.23). Paulo a reprova severamente classificando a como obra da carne (Gl 5.20; I Tm 6.4), e diz que é um dos males que caracteriza o mundo pagão (Rm 1.29).

 

Características:

 

·         É má (I Sm 15.23; I Tm 6.4);

·         Destrói relacionamentos (Gn 26.20; 2 Co 12.20);

·         Revela o caráter carnal (Gl 5.19);

·         Promove a guerra (Gl 5.20).

 

Em Corinto, os cristãos estavam deixando a unidade cristã e se reunindo em grupos, causando assim, facções e divisões na igreja (I Co 1.12,13; 3.4,5). Paulo os repreendeu severamente dizendo que pretendia visitá-los mas não queria encontrá-los dessa forma (2 Co 12.20). Não podemos permitir que as obras da carne venham minar a unidade da igreja, pois a comunhão cristã desconhece distinções sociais, culturais e nacionais e é vital à comunhão e à paz da igreja (Jo 17.23; Ef 4.3; Cl 3.11).

 

III – REVESTINDO-SE DE BENIGNIDADE

 

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Cl 3.12

 

 

Uma vez que nossa vida está em Cristo no céu (v. 3), devemos fixar nossa mente nas coisas lá de cima e seguir a exortação de Paulo a se despir da velha natureza, deixando de lado a ira, a malícia, a maledicência e as palavras torpes (Cl 3.8).

 

Nossos alvos atividades e ambições devem ser a busca das coisas espirituais resistindo ao pecado, revestindo-se do caráter de Deus (v.12-17). A graça, o poder, as experiências e as

 

bênçãos espirituais estão em Cristo, Este outorga essas coisas a todosos que, com sinceridade pedem, buscam com diligencia e batem à porta com persistência. Como filhos de Deus, precisamos nos revestir de vestes novas, ou seja, novas atitudes, a fim de anunciar ao mundo a benignidade de Deus (1Pe 2.9). vivemos neste munda, mas não podemos nos conformar com a sua maneira de viver e pensar (Rm 12.1).

 

Ser benigno, condição para vencer as porfias

A benignidade é um antidoto e um escudo contra as porfias. Fomos perdoados e justificados por Deus através de Jesus Cristo e o Espirito Santo faz em nós moradas ajudando-nos a viver de modo santo e justo. Perdoados por Cristo, precisamos perdoar tambem àqueles que nos ofendem e magoam (Mt 6.12,14,15). Jesus nos ensinou a amarmos até mesmo os nossos inimigos (Mt 5.44).

 

Ser benigno é um mandamento.

Desde o AT que Deus requereu do seu povo que agisse benignamente (Mq 6.8-a)expressão usada por Paulo em Ef 4.32 quanto a prática da benignidade é um mandamento “antes sede uns para com os outros benignos” (Ef 4.32-a). Segundo Champlin, (2004, p. 52) a palavra mandamento em português, deriva do latim,“mandare”, ordenar, mandar. O sentido da palavra é ordenar, do ponto de vista de alguma autoridade assumida. O mandamento requer obediência, e, com frequência, repousa sobre algum dever. O apóstolo diz em Colossenses que devemos nos revestir da benignidade (Cl 3.12).

 

Ser benigno é imitar a Deus.

Segundo Jesus a benignidade divina conosco deve nos levar a sermos benignos com os nossos semelhantes (Lc 6.35). Paulo transmitiu semelhante ensino “antes sede uns para com os outros benignos,misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). Segundo Barclay (sd, p. 111), “a benignidade aprendeu o segredo de olhar sempre para fora, não para dentro. Faz com que perdoemos a outros como Deus nos perdoou. Desta maneira e numa só sentença Paulo estabelece a lei de relação pessoal. E esta lei é que devemos tratar a outros como Cristo nos tratou”.

 

 

 

 

 

Conclusão

 

Como cristãos autênticos temos como exemplo maior a ser seguido a saber Jesus Cristo, que com sua benignidade atraia as pessoas para se reconciliarem com Deus. Precisamos seguir o seu exemplo para que o nome do Senhor seja glorificado em nossas vidas e estejamos assim contribuindo com o crescimento do Reino de Deus.

 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Elaboração pelo:- Pb. Mickel Porto

 

Referencias

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

BARCLAY, William. As obras da carne e o fruto do Espírito. VIDA NOVA.

CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

GILBERTO, Antonio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.

MOODY, D.L. Comentário Bíblico de Gálatas. PDF.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.CPAD.

STOTT, John. A mensagem de Gálatas. ABU

VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.

IEAD em Pernambuco - Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

 

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