O Perigo das Obras da Carne
Texto
Áureo = "Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt
26.41)
Verdade
Prática = Oremos e vigiemos para que não sejamos
surpreendidos pelas obras da carne.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Lucas
6.39 – 49
INTRODUÇÃO
Vivemos numa época em
que os valores estão sendo descartados dia-a-dia. A sociedade tem andado num
ritmo acelerado de inversão de valores a ponto de não nos espantarmos mais com
a infinidade de absurdos que nos são comunicados.
O mundo tenta impor,
através de uma diversos meios, que Deus, a família, a igreja, o bom caráter e a
moral não são relevantes ou necessários. Nesta sociedade relativista, o valor
absoluto das coisas se perdeu, e cada qual cria seu próprio mundo, sua própria
cosmovisão. Desta forma, os valores que o cristianismo apregoa são considerados
por muitos como falidos e ultrapassados.
Valores estranhos que
outrora não faziam parte da realidade da igreja passam a ser tolerados. A igreja
que antes era caracterizada por andar na contramão dos valores materialistas
tem se deixado levar por modismos e novidades que passam a moldar seu “novo”
jeito de ser. Neste ritmo, já não podemos brilhar como luz do mundo e nem
temperar como sal da terra. Neste ritmo, a moral e o bom caráter não têm um
valor tão intenso como deveria ter. Não importa se a igreja faz a diferença no
meio em que está inserida, em sua comunidade, mas o que importa é ser numérica,
mesmo que não tenha qualidade.
O objetivo com este
estudo é definir e apresentar uma proposta para trazer para a aplicação pessoal
a essência do caráter cristão, entendendo como ele é formado, quais são seus
valores, suas virtudes. Veremos como isso faz toda diferença.
I - A VIDA CONDUZIDA PELA CONCUPISCÊNCIA
DA CARNE
1.
A concupiscência da carne.
Concupiscência
significa um forte desejo, um forte anseio de fazer algo que desagrada a Deus
ou de ter coisas de uma forma que desagrada a Deus. Algumas traduções bíblicas
a traduzem como “desejo” ou como “cobiça”.
Em
um sentido amplo, qualquer desejo, ou cobiça, ou anseio por fazer ou ter coisas
que são pecado e desagradam a Deus, se enquadram no significado dessa palavra.
Por
exemplo, quando em 1 João 2. 16 fala sobre a “concupiscência da
carne” está falando sobre o desejo pecaminoso da carne em todas as
suas facetas. Quando fala sobre “concupiscência dos olhos” também
fala sobre o desejo pecaminoso de olhos que buscam aquilo que desagrada a Deus.
Assim,
vemos que concupiscência não se aplica apenas a área sexual como alguns pensam,
mas a todas as áreas onde o desejo humano de alguma forma desagrada a Deus,
ofendendo-o através da prática continuada do pecado. O texto de Paulo aos
Romanos exemplifica bem essa questão: “Mas o pecado, tomando ocasião
pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque,
sem lei, está morto o pecado.” (Rm 7. 8). Por fim, a vitória sobre
a concupiscência só pode ser conseguida através do “andar no Espírito”, ou
seja, na busca em fazer a vontade de Deus negando a nós mesmos com todos os
nossos desejos que são errados.
2.
A VIDA GUIADA PELA CONCUPSCÊNCIA DA CARNE
a.
Significado: viver de acordo com os impulsos, viver
para satisfazer a si mesmo, atender suas vontades próprias; luxúria; hedonismo
— estado de rebelião e autonomia.
b.
Servir a si mesmo: ‘cujo deus é o ventre”; “servir ao
ventre” – figura empregada para descrever o andar por seu próprio governo
(rejeita o governo de Deus) e para satisfazer seus próprios desejos (rejeita a
natureza humana físico/espiritual).
I. “Cujo fim é a perdição;
cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas
coisas terrenas” (Fp 3.19; compare com 2Tm 4.10).
II. “Porque os tais não servem a nosso Senhor
Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves
palavras e lisonjas enganam os corações dos simples” (Rm 16.18).
c.
Tríade do pecado: (1) a carne como pecaminosidade é
inclinada para o (2) mundo e subordinada ao (3) diabo, conforme Efésios 2.2.
I.Carne:
incredulidade, ansiedade (Mt 6.25,28,31; Lc 12.29); religiosidade (Mc 7.5);
trevas (Jo 8.12; 1Jo 1.6); soberba, orgulho (1Co 4.19); astúcia (2Co 4.2),
vaidade da mente (Ef 4,17), tolice, necedade (Ef 5.15), desordenado (1Ts
3.6,11), queixosos, murmuradores, concupiscências (Jd 1.16,18)
II.
Mundo: ou século, era (Tt 2.12); o sistema organizado
contrário a Deus; não se refere ao planeta (Hb 11.3) nem as pessoas (Jo 3.16);
o sistema que rege os homens (1Co 3.3), o curso do mundo (Ef 2.2), a vontade
dos gentios (1Pe 4.3), a carne (2Pe 2.10; 3.3; 1Jo 2.11).
III.
Diabo: ou maligno que opera nos filhos da desobediência; “o mundo jaz no
maligno” (1Jo 5.19); “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o
príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); deus deste século (2Co 4.4);
príncipe das potestades do ar (Ef 2.2); príncipe das trevas deste século (Ef
6.12); império da morte (Hb 2.14).
d.Tríade
da carne: (1) prazer imediato (“concupiscências da carne”),
(2) possuir (“concupiscência dos olhos”)
e (3) superestimar a si mesmo (“soberba da vida”), conforme 1 João 2.16.
I.Concupiscência
da carne: atender os desejos, apetites e impulsos imediatos,
independente das conseqüências; o coração engana e seduz mas não controla as
conseqüências dos atos humanos carnais;
1. “revesti-vos do
Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências”
(Rm 13.14);
2. “Andai no Espírito e
jamais satisfareis a concupiscência da carne” (Gl 5.16,24).
3. “Porque também nós
éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias
concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos
uns aos outros” (Tt 3.3).
4.
Outras citações: 1Pe 1.14; 2.11; 4.2,3; 2Pe 1.4;
2.10,18; 3.3; Jd 1.16,18).
II.
Concupiscência dos olhos: ambição, desejo de possuir;
atração pelas belezas do mundo — do original kosmos (grego), ou ordem,
ornamento (cosmético);
1. “Porque o amor ao
dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé...” (1Tm 6.10).
2. “Não atentando nós
nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são
temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.18).
3. “(Porque andamos por
fé, e não por vista)” (2 Co 5.7).
III.
Soberba da vida: soberba, do grego superbios, ou
superephanos ou superestimar a si mesmo; altivez; o contrário da humildade;
Deus resiste o soberbo mas concede graça aos humildes (Tg 4.6; 1 Pe 5.5).
1. “... digo a cada um
dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com
moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3).
2. “Porque, se alguém
cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6.3).
3. Outras citações: 2Co
10.5; 1 Tm 6.17.
e.
carne X pecado: o pecado (carne) contaminou o homem
inteiro; é o homem todo — não sua carne/corpo apenas — que, sob domínio do
pecado, peca com atos (corpo), palavras (língua) e pensamentos (mente) — tudo
que é e faz.
f.
carne X morte: a lei de Deus revela o pecado e o
pecado gera a morte; como todos os homens pecaram e todos os homens têm
conhecimento moral de certo e errado, todos estão sob o domínio do pecado e da
morte, pois “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
II – A DEGRADAÇÃO DO CARÁTER
CRISTÃO
O
CARÁTER
Segundo o Dicionário
Aurélio, caráter é definido por: “qualidade inerente a uma pessoa, animal ou
coisa; o que os distingue de outra pessoa, animal ou coisa; o conjunto dos
traços particulares, o modo de ser de um indivíduo, ou de um grupo; índole,
natureza, temperamento”.
O significado literal
do termo grego charaktēr é “estampa”, “impressão”, “gravação”, “sinal”, “marca”
ou “reprodução exata”.
Caráter é algo que vai
sendo formado e impresso com o tempo em nosso interior, uma verdadeira marca. O
caráter de cada qual não é formado do dia para noite. É um processo gradual que
está relacionado a um amplo conjunto de fatores que influenciam na formação de
cada um.
Meios como TV,
internet, família, religião, infância, desprazeres, decepções, alegrias, enfim,
uma gama variada de fatores influencia na formação do caráter de cada
indivíduo. Desde o berço.
O
caráter cristão – formação, influências e virtudes
Assim como o caráter de
cada indivíduo é formado desde o berço, nosso caráter cristão também passa a
ser moldado desde o primeiro passo de nossa caminhada com Cristo (Jo 1.12;
3.3). Os valores do Reino de Deus passam a ser impressos em nós, para que
verdadeiramente possamos ser seguidores de Jesus Cristo genuinamente.
Deus usa de muitos
meios e formas para que o caráter de seus filhos seja formado, mas sem dúvida
alguma, o principal fator de influência é o agir da Palavra dEle na vida de
cada um, bem como o consolo e direção que o Espírito Santo dá aos Seus (Ef 1.13).
Afinal, o que pode ser considerado como um caráter cristão? Podemos relacionar
alguns pontos, que evidentemente, não serão os únicos:
1)
Não se trata apenas de bons valores morais. Apesar do cristianismo carregar
implicitamente um forte viés moral – pois a Bíblia nos dá parâmetros morais – o
caráter cristão não está repousando apenas sobre o fato de ser “bom”. A boa
moral está contida, mas de modo algum é o todo. Cada um de nós pode dar
exemplos de pessoas que confessam ser cristãs, mas que não são bons exemplos de
conduta digna, bem como pessoas não-cristãs que são cidadãos de bem.
2)
O cristão genuinamente bíblico admite suas falhas.
Cada um de nós, sem exceção, é um pecador (Rm 3.23). Todos temos o pecado
dentro de nós, e isso produz limitações e consequentemente falhas. A virtude do
cristão de caráter é ser transparente, é ter dignidade suficiente para admitir
que é limitado e que depende completamente da misericórdia e graça do Senhor.
3)
O caráter moldado cria controle. Quando nosso caráter
entra em fase de maturidade, conseguiremos controlar situações que de algum
modo podem manchar a marca de Jesus em nós, afetando nosso testemunho cristão.
Neste ponto de plenitude, não haverá espaço para amargura, ira, discórdia,
egoísmo, arrogância, discussões, facções. Apesar de – eventualmente – tais
coisas ocorrerem, precisam ser enfrentadas e enfraquecidas. Nosso ser por
completo, mente, atitude, palavras, precisa ser um meio de culto e adoração
permanente (Mc 12.30; Gl 5.22).
O
modelo supremo de caráter – fonte de inspiração
Nosso modelo supremo de
formação de caráter é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Ele deve ser nosso
alvo, razão, adoração, modelo, tudo! Afirmar que somos cristãos é carregar nos
ombros a responsabilidade de sermos seguidores e praticantes dos ensinos do
Mestre.
Ter um modelo é
fundamental na formação do caráter, e para formação do caráter cristão, o
modelo do Senhor nos leva a amá-Lo, admirá-Lo, imitá-Lo, segui-Lo. Ele nos faz,
dia-a-dia ver que podemos aplicar, viver e frutificar em tudo que vimos acima.
Que possamos afirmar,
assim como Paulo que somos imitadores de Jesus (1Co 11.1). Para tal, devemos:
Conhecer o Filho de Deus | Buscar estar em
pura intimidade com o mestre e o auxílio do Consolador (Ef 4.13; Jo 15.5; 26-27;
1Jo 1.1-3). O testemunho da Palavra e do Espírito Santo nos levam a conhecer e
ter intimidade com Ele.
Submeter-se
ao senhorio de Jesus. Rm 10.8-9 – estar submetido
completamente ao governo e autoridade de Cristo sobre nós. Não basta reconhecer
e ter Jesus como Salvador, mas sim estar submisso a Seu senhorio.
Obediência
irrestrita. A época em que vivemos tem ressaltado
cada vez mais que o ser humano vive em rebeldia contra Deus e Sua Palavra.
Jesus nos mostrou que a obediência ao Pai deve ser praticada (Fp 2.8).
Negar a si mesmo.
Matar nossa carne e viver para ele; o negar a si mesmo é um verdadeiro atestado
de compromisso com o Reino. Jesus serviu e não foi servido. Adoramos ao Senhor
de modo especial quando estamos negando ao nosso ego e mortificando nossa
vontade, deixando que Ele viva em nós (Gl 2.20).
Que possamos caminhar moldando
nosso caráter de glória em glória (2Co 3.18) e que isso seja como aroma suave
subindo à presença de Deus. Um verdadeiro meio de adoração!
ATAQUES
AO SEU ( NOSSO ) CARÁTER
Depois de
você tomar uma posição contra os ataques do inimigo, aqui estão cinco atitudes
que você deve tomar:
1) Não se esqueça de quem você é. Você não mudou apenas de religião
quando aceitou a Cristo como seu Senhor e Salvador. Você mudou de lado
(espiritualmente falando). Você estava nas trevas e agora está na luz. Você
estava do lado do perdedor e agora está do lado de Jesus Cristo, que te faz
vencedor em todas as coisas!
2) Não ignore seu tempo e lugar de oração. Essas duas coisas são
vitais para uma vida abençoada: um tempo de oração e um lugar para você orar.
3) Não abandone o lugar onde você recarrega suas energias: Sua igreja.
4) Não saia de perto dos seus amigos espirituais. É sempre bom estar
perto de pessoas que viveram mais, fizeram mais do que você e podem te dar
conselhos sábios.
5) Não saia debaixo da proteção pastoral. Geralmente, quando as
pessoas querem se desviar dos caminhos de Deus, elas fogem dos líderes
espirituais com medo deles apontarem o dedo. Mas isso é um grande engano, pois
os líderes são pessoas escolhidas por Deus para cuidar de sua vida e não para
te jogar pedras. Se você fez isso, não espere até que o inimigo o machuque
ainda mais para você procurar o auxílio daqueles que tem um papel pastoral em
sua vida.
Se você estiver sendo atacado espiritualmente
pelo inimigo, lembre-se que Deus te deu o livre arbítrio. Então, se você
decidir buscá-Lo, não há poder neste mundo que possa te derrotar. Deus é o
maior interessado em sua vida e você deve seguir as dicas acima para estar
preparado para vencer!
Ill - UMA VIDA QUE NÃO AGRADA A
DEUS
1.
Viver segundo a carne.
Você já parou para
pensar que a nossa natureza carnal acaba atrapalhando a nossa força interior e
com isso deixando a nossa fé cada vez mais inativa? Não. Você não pensou por
esse lado. Mas em Romanos 8:13, o apóstolo Paulo afirma: “Porque, se viverdes
segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes
os feitos do corpo, certamente, vivereis.”
Resumindo, Tudo depende
de nossas reações. Não importa quem te quer bem ou mal. Importa sim como você
reage a isso. Quando agimos contra Deus, nos damos mal, erramos. Mas quando
agimos de acordo com Deus, mesmo em momentos de injustiça, tudo no fim sempre
dá certo.
Você às vezes com
reações erradas pode adiar os planos de Deus para a sua vida. Tudo que é de
Deus exige e vem com muito sacrifício. Se vivermos somente satisfazendo as
nossas vontades, sem sombra de dúvidas estaremos caminhando a passos largos
para o inferno. Mas se satisfazermos as vontades do Espírito Santo, fazendo
morrer desejos como ódio, vingança, raiva, medo, certamente teremos a salvação.
O Espírito Santo nos
ajuda, auxilia e nos dá poder. Com essa proteção, os espíritos malignos só irão
se manifestar se você deixar, já que o Espírito Santo bloqueia tudo isso. Basta
você ter domínio e controle sobre suas ações.
Muitas pessoas sempre
dizem que “a carne é fraca”. Para matar de vez esses desejos da carne é
simples. Basta evitar atitudes que contrariem a vontade de Deus. A carne,
querendo ou não, é estimulada por espíritos imundos. Nós ás vezes acabamos
cedendo a esses desejos da carne. Por isso temos que ter cuidado com o nosso
coração. Ele é enganoso. Não dê ouvidos nunca a ele.
Ao invés de darmos
ouvidos aos desejos carnais, você já parou para pensar quantas almas você já
resgatou do caminho das trevas? Por mais que seja difícil algumas pessoas
perceberem que o caminho da salvação e juntamente com Deus, você nunca pode
desistir de tirar essa pessoa das trevas, já que Deus nunca desiste de ninguém.
Por que justamente você vai desistir dessa alma que precisa de ajuda? Por causa
desse tipo de pensamento, problemas podem estar dominando a sua vida. A falta
desse olhar sem compaixão e misericórdia, faz você viver em pecado. Pense: O
Espírito Santo está falando agora com você a esse respeito.
VIVENDO
COMO ESPINHEIRO.
“Foram, ceta vez as
árvores ungir para si um rei e disseram á… videira: Vem tu e reina sobre nós.
Porém a videira lhes respodeu: Deixaria eu o meu vinho [novo], que agrada a
Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? Então, todas as árvores
disseram ao espinheiro: Se, deveras, me ungis rei sobre vós, vinde e
refugiai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não, saia do espinheiro fogo que
consuma os cedros do Líbano” (Juízes 9:8a, 12-15a).
Que tipo de pessoa somos em nossa casa? Como
nossa família nos considera? Uma videira ou um espinheiro? A quem temos
procurado agradar? A nós mesmos ou a Deus e ao próximo?
Na Bíblia, a videira representa
Cristo, que sacrificou tudo de si mesmo para produzir algo para alegrar a Deus
e os homens – o vinho novo. O vinho novo é produzido por meio do esmagar das
uvas. Isso significa que Cristo, para se tornar nossa alegria (vinho) e a de
Deus, foi esmagado em nosso favor: Ele foi moído por nossa causa e por suas
pisaduras fomos sarados (Isaías 53:5) !
Algumas vezes, em nosso
casamento, somos colocados em uma situação em que devemos sacrificar a nós
mesmos para fazer o Senhor e outras pessoas felizes. Quando, nessa situação,
oramos e contatamos o Senhor, aí, então, O experimentamos como aquele que
alegra a Deus e alegra outros. Se em nosso relacionamento conjugal não tivermos
a experiência de viver pela nova vida, a vida de Deus, seremos como um espinheiro,
que mesmo querendo dar “sombra” aos outros, apenas os fere com seus espinhos.
Não é muito difícil
perceber se somos um espinheiro ou uma videira. Se somos como aqueles que
apenas murmuram e reclamam de tudo, somos um “espinheiro”. Há maridos e esposas
que nunca estão satisfeitos: a água do banho não é quente o suficiente; a
comida está fria demais; o dinheiro nunca dá; os móveis estão velhos….Durante
todo o dia só resmungam: “Por que isto? Por que aquilo?” Assim tais pessoas
nunca estão alegres e os que estão próximos a elas muito menos. Por que são
assim? È porque elas ainda vivem pela velha natureza “espinhenta” e não
aprenderam a lição de ser a “videira “, que se sacrifica para dar “vinho” aos
outros.
As pessoas mais felizes
são aquelas que são menos egoístas. E as pessoas mais egoístas são as mais
miseráveis. No apólogo de Jotão, descrito acima, apenas o espinheiro aceitou a
proposta de ser o rei sobre as árvores, porque ele era o único que só pensava
em si mesmo. Ele não tinha nada para suprir, alimentar ou alegrar outros, mas
ainda assim gostou da idéia de reinar sobre as demais árvores. Tudo o que o
espinheiro tem são espinhos pra ferir. Assim são os maridos ou esposas que só
pensam em si mesmo e não querem nunca sacrificar algo de si mesmo em favor do
cônjuge. Suas palavras e atitudes só “espinham” os que se aproximam e depois
não entendem porque ninguém quer estar “debaixo de sua sombra”. Como resultado,
suas palavras não apenas ferem mas consomem como fogo.
Oh, que nossos olhos
sejam abertos para ver e buscar Cristo e aplicá-Lo em nossa experiência! Não
temos nenhuma energia para sacrificar-nos pelos outros; porém, se tivermos a
experiência de invocar o nome do Senhor Jesus e em oração O contatamos, Ele nos
fortalecerá para nos sacrificarmos pelo cônjuge. Quanto mais desfrutarmos de
Cristo como aquele que se sacrifica, mais “bêbados de alegria” seremos.
Seremos as pessoas mais
felizes, pois seremos como a videira, que produz o vinho para alegrar a Deus e
aos homens. Nada irá nos subornar ou desviar de produzir esse “vinho”. Dessa
maneira, todos que nos contatarem, principalmente os mais próximos, estarão
alegres por nós e conosco! Seremos como uma videira, que sempre produz algo
novo para a alegria de Deus e de nosso próximo.
“Senhor Jesus, obrigado
por seres a videira verdadeira. Obrigado, Senhor, por teres sacrificado a Ti
mesmo por nossa causa. Senhor Jesus, Tu és minha alegria, mas eu quero tomar-Te
também como Aquele que se sacrifica pelos outros. Senhor, enche-me de Teu
Espírito e salva-me do egoísmo. Faze-me um Contigo, como um produtor de alegria
para o próximo e para Deus”.
UMA
VIDA INFRUTÍFERA
“Certo homem tinha uma
figueira plantada na sua vinha; e indo procurar fruto nela, não o achou. Disse
então ao viticultor: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira,
e não o acho; corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente?
Respondeu-lhe ele: Senhor, deixa-a este ano ainda, até que eu cave em derredor,
e lhe coloque esterco; e se no futuro der fruto, bem; mas, se não, corta-la-ás”
(Lc 13.6-9).
Esta parábola começa
com algo estranho: “Uma figueira no meio da vinha”. Vinha é uma plantação de
videiras. Por que haveria ali uma figueira? Por uma concessão e propósito do
proprietário. Neste texto, como em outras passagens bíblicas, o ser humano é
comparado a uma árvore.
O dono da vinha é Deus,
o Pai. Se estamos no meio da vinha do Senhor, é apenas por sua graça e amor.
Não temos a natureza e a qualidade correspondentes à santidade divina, mas
vivemos pela misericórdia. Nunca deveríamos fazer exigências diante de Deus com
base em direitos ou méritos. Reconheçamos a graça e sejamos gratos.
Todo cultivo representa
investimento e tem um propósito. Nesse caso, o objetivo era a frutificação. O
Senhor tem expectativas ao nosso respeito. Ele fez grande investimento em
nossas vidas e o maior deles foi o sangue precioso derramado no Calvário. Além
disso, ele nos deu o seu Santo Espírito e dons e ministérios.
Os frutos são
resultados esperados. O problema é que a expectativa de Deus é, geralmente,
diferente da nossa, assim como pais e filhos têm, quase sempre, diferentes
desejos e planos. Os pais se preocupam com a saúde, o caráter, a formação
educacional e profissional do filho, mas ele, sendo uma criança, talvez queira
apenas um brinquedo novo. O que temos desejado, planejado e realizado? Quais
têm sido nossas prioridades?
O texto fala sobre um
tempo de avaliação. Quando chegamos ao final de cada ano, fazemos avaliações.
Aqueles a quem Jesus se dirigia tinham a tendência de avaliar os outros (Lc
13.1-5), mas precisamos fazer o auto-exame (1Co 11.28).
Quando o fazemos, é
possível que nos gloriemos de muitos resultados que talvez não sejam os que
Deus deseja.
Uma figueira pode ser
alta, forte, bonita, com folhagem exuberante e até flores, mas, se não tiver
fruto, não estará cumprindo sua missão. Todas essas características são boas,
porém insuficientes. O bom não substitui o melhor.
Afinal de contas, para
quê servimos nós? Para produzirmos sombra? Somos enfeites? Nossa madeira terá
alguma utilidade? Nossas folhas servirão como vestimentas? (Gn 3.7). O que o
Senhor procura em nós é o fruto. Muitos objetos podem produzir sombra, mas a
figueira existe para produzir figos.
Podemos ter alcançado
tantas coisas nesta vida: dinheiro, bens, posições, cargos, títulos e, ainda
assim, não termos produzido fruto.
Quando Jesus voltar,
muitos apresentarão um relatório diante dele, dizendo: Senhor, em teu nome nós
profetizamos, expulsamos demônios, fizemos sinais e maravilhas. Então, ele lhes
dirá: Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade (Mt 7.22-23).
Desta passagem bíblica,
entendemos que o exercício dos dons espirituais não é fruto diante de Deus.
Tanto é assim que, nos escritos de Paulo, os dons (1Co 12) estão separados do
fruto do Espírito (Gl 5.22). Podemos trabalhar muito e não produzir o que Deus
espera de nós, assim como Marta trabalhava, mas não agradava ao Mestre (Lc
10.40).
O que seria então o
fruto? O antônimo da iniquidade. Não é apenas evitar o pecado, mas fazer algo
positivo em seu lugar. “Cessai de fazer o mal e aprendei a fazer o bem…” (Is
1.16-17). O fruto do Espírito é o contrário das obras da carne (Gl 5.16-22).
Podemos resumi-lo em duas palavras: santificação e amor. A santificação combate
o pecado. O amor não nos deixa inativos, mas nos faz produzir o bem.
Outra forma de definir
o fruto é “aquilo que fazemos de bom por outras pessoas”. O que eu fizer por
mim mesmo não vale como fruto. Como disse Lutero, “nenhuma árvore produz fruto
para si mesma”. Podemos comer e beber do melhor todos os dias, mas nada disso
supera o valor de um copo d’água dado ao sedento (Mt 10.42).
Naquela parábola, o
dono da vinha veio procurar o fruto e, não o achando, ficou decepcionado. A
figueira é um símbolo de Israel e representava diretamente aqueles judeus aos
quais Jesus contou a parábola. Em última instância, ela nos representa também,
pois Deus tem a mesma expectativa a nosso respeito.
Não tendo achado o
fruto almejado, o Senhor mandou cortar a figueira. Temos neste ponto a
manifestação da justiça divina. Em seguida, ocorre a intercessão. O viticultor
parece representar o Senhor Jesus, que é nosso advogado diante do Pai (1Jo
2.1). Personificando o amor divino, ele clama: “Senhor, deixa-a mais este ano”.
Então, a execução judicial foi adiada.
Cada dia das nossas
vidas é uma nova oportunidade. Se estamos ainda nesta terra, é porque não fomos
cortados. Ainda podemos frutificar.
O viticultor se
prontificou a cuidar da figueira, cavando em volta e adubando. O Senhor ainda
se propõe a investir mais em nós. O processo pode ser difícil. Cavar em volta
pode ser um procedimento incômodo, que vêm romper a dureza do solo, expor o que
está oculto, retirar as pedras e nos fazer mais receptivos à água que
representa a Palavra de Deus. O adubo pode não ser agradável, não cheira bem,
mas é necessário. Precisamos aprender também com as coisas ruins que nos
sobrevêm.
Que Deus nos ajude a
reconhecer tais processos em nossas vidas, de tal maneira que não venhamos a
rejeitar a divina intervenção.
A figueira ganhou
tempo, mas uma nova avaliação já está marcada. O juízo final se aproxima.
Precisamos frutificar enquanto Deus nos permite.
Jesus disse àqueles
homens: “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lc 13.5). O
arrependimento é o primeiro fruto que o Senhor procura. Este foi o tema da
pregação de João Batista e também do Senhor Jesus ao iniciar o seu ministério.
Arrependimento é conscientização, desejo, decisão e mudança. Que Deus nos ajude
para que possamos produzir os frutos que ele procura em nós.
CONCLUSÃO
Não importa o que você
que tenha vivenciado até agora. Deixe que, a partir desse momento, o Espírito
Santo de Deus conduza a sua vida e guie seus caminhos. Permita ser acolhido,
abraçado, carregado e conduzido por Deus para uma nova vida. Só o Espírito
Santo é capaz de restaurar o seu viver!
Evangelista Isaias
Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
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