17 de agosto de 2016

A EVANGELIZAÇÃO DOS GRUPOS RELIGIOSOS


A EVANGELIZAÇÃO DOS GRUPOS RELIGIOSOS

Pr. JOSÉ COSTA JUNIOR

 

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 

Esta Lição nos dá a oportunidade de, nas considerações iniciais, fazer uma curta reflexão sobre a dificuldade de entendermos igreja como instituição e igreja como Corpo de Cristo. Quando nosso Senhor Jesus fala sobre a igreja, Ele não quer dizer o que as pessoas comumente pensam sobre a igreja. Algumas vezes as pessoas pensam da igreja como um lugar, como um edifício, construído de coisas materiais. Outras vezes as pessoas pensam na igreja como uma organização, uma instituição – uma entidade religiosa, se assim podemos dizer. Mas quando nosso Senhor Jesus menciona esta palavra igreja, Ele quer dizer exatamente o que ela é, os chamados para se reunirem. “Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome”, nosso Senhor disse: “ali estarei no meio deles”. Isto é o que realmente é igreja. A igreja é o Seu corpo, o corpo de Cristo, e Ele é a cabeça daquele corpo. Quando se fala sobre a igreja, a ênfase está na vida porque Cristo está vivo e Sua igreja é uma igreja viva. Quando se fala sobre o reino, a ênfase é no caráter porque o caráter do Rei caracteriza o reino. Todos os que são filhos do reino têm o mesmo caráter que o Rei. Quando você fala da igreja, a coisa importante é “edificação”. O Senhor disse: “Eu edificarei Minha igreja”. Em outras palavras, a igreja precisa ser edificada. Não é apenas ser nascida, mas ser edificada. E quando você fala sobre o reino dos céus, a ênfase é no testemunho. O reino dos céus é um testemunho ao mundo desta era, e um dia ele trará este reino para esta terra.

 

A igreja institucional (com seus recursos financeiros e patrimoniais, forma de governo, administração etc), tem por finalidade organizar fisicamente o Corpo de Cristo de uma forma visível e producente. Ela deve servir ao Corpo como uma ferramenta (local para adoração coletiva, pregação da Palavra, evangelização, discipulado, comunhão, entre outros). No entanto, as instituições estão ficando tão grandes, de administrações tão pesadas e complexas que estão forçando o Corpo a lhes dar suporte, invertendo a finalidade e a razão de sua existência: ao invés de servir ao Corpo de Cristo, é o Corpo que passa a servir à instituição.

 

As demandas nas construções de grandes templos, a administração de vultosos recursos e patrimônios, o caráter mercantilista de muitas atividades de louvor e ministração da Palavra, festividades com objetivos difusos, disputas por posições e poder, tem direcionado o Corpo de Cristo, hoje reduzido a uma ferramenta da instituição igreja, a edificar uma estrutura meramente religiosa e oferecê-la ao mundo.  Aí sim oferecemos religião e não o Cristo, o Salvador e Senhor de todas as coisas. Talvez imaginemos que estamos anunciando Cristo com os nossos métodos diferenciados. Mas, precisamos parar um minuto e nos perguntar umas questões muito sérias. Será possível que estas coisas sejam simplesmente terrenas e humanas? Elas estão produzindo resultados espirituais? Os homens e mulheres que estão comparecendo aos nossos encontros têm sido transformados à imagem de Deus? Eles têm sido libertos do pecado e cheios da vida de Deus de uma maneira visível, que pode ser comprovada? Eles estão sendo transformados em pessoas santificadas em quem Deus se agrada de habitar? Suas vidas estão sendo mudadas, seus casamentos restaurados e as suas famílias estão sendo governados pela graça de Deus?

 

A nossa ministração é o resultado do fluir da vida divina ou um substituto humano? Este é um trabalho que estamos fazendo para Deus ou um trabalho que Deus está fazendo através de nós? E este trabalho é verdadeiramente à prova de fogo para que vençamos o teste no dia do julgamento ou é algo que parece bom, mas na verdade é feito de madeira, feno e palha? Precisamos repensar sobre a instituição igreja e qual é o seu verdadeiro papel junto ao Corpo de Cristo. Sob pena de estarmos construindo entidades religiosas farisaicas e produzindo uma gama de ex evangélicos decepcionados e avessos a quaisquer mensagens de salvação.

 

O padrão da igreja é o Cristo vivo. Cristo como revelado nos quatro evangelhos. Ele é o padrão, e a igreja é edificada de acordo com Ele. Por isso em Colossenses 2 nos é dito para não sermos enganados, pensando que  trabalhamos de acordo com o homem ou com os elementos do mundo, mas a igreja é edificada de acordo com Cristo. Ela não é técnica, ela é viva, mudando de glória em glória, se transformando, se conformando a imagem de Cristo. Esse é o padrão da igreja. Graças a Deus, na edificação da igreja, Ele tem Cristo, Seu Filho amado, como o padrão. Toda as coisas devem ser edificadas de acordo com Ele. Devemos ser edificados Nele e fundados Nele. Em outras palavras, será Cristo e nada mais. Isso é o que a igreja. Em I Corintios 12:12 é dito: “O corpo é um mas tem muitos membros, mas embora os membros sejam muitos, o corpo é um, assim também é O Cristo”.

 

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre a evangelização de grupos religiosos. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

 

 

 I. COMO EVANGELIZAR OS RELIGIOSOS

 

A razão pela qual o Evangelho ainda não foi pre­gado a "toda criatura" é porque cristãos individuais in­terpretaram mal o que a Igreja é. Para eles ela é uma denominação, a sua assembléia, a sua congregação. As tarefas dentro da igreja institucional são repartidas (cantar no coral, tocar no conjunto musical ou banda, trabalhar na secretaria etc...) e, muitas vezes, entendidas de tal forma que a missão de evangelizar é legada para evangelistas, pastores ou departamentos de evangelização, num entendimento distorcido de “cada um no seu quadrado”. (é certo falar da Igreja como um corpo coletivo de cristãos). Mas, de um ponto de vista pessoal, a Igreja somos nós individualmente! O nosso corpo é o Corpo de Cristo. Ele só pode testemunhar e ministrar ATRAVÉS DE nós!

 

Os cristãos têm interpretado mal o Espírito Santo e o Seu Ministério. Para eles Ele é a presença pairante que flutua ao seu redor e executa as suas ordens para que eles possam ficar em casa e assistir a sua televisão. Eles podem orar um pouquinho e imaginar uma porção de pequenos recados a fim de manter o Espírito Santo ocupado durante toda a semana, enquanto eles vivem para si mesmos e para o seu modo materialista de viver.

 

Não é de admirar que o mundo esteja indo para o inferno!

Não é por nada que as multidões não convertidas caçoam da Igreja e dos cristãos!

Não é por nada que os religiosos ridicularizam o cristianismo!

 

Esta é uma das razões pela qual os judeus rejeitam o cristianismo! Os seus lideres lêem o Novo Testamento. Eles sabem quem Jesus era. Eles sabem que Ele era um judeu. Eles sabem como Ele viveu. E eles sabem como Ele instruiu os Seus discípulos a viverem — e eles sabem quão diferente, quão egoisticamente os cristãos vivem hoje em comparação.

 

Jesus era um Conquistador de almas. Jesus mistu­rava-se com o povo. Ele se fazia amigos dos necessitados. Ele curava os enfermos. Ele pregava as Boas Novas aos pecadores. Ele ajudava o povo — desinteressadamente o tempo todo.

 

ELE NUNCA MUDOU! Ele deseja fazer o mesmo hoje! "Ele trabalha em nós tanto para querer como para fazer a Sua boa vontade". Mas Ele só pode fazer o mesmo hoje na medida em que nós permitamos que Ele assim o faça ATRAVÉS DO NOSSO CORPO. Nós somos o Seu agente, o Seu embaixador, o Seu representante. Ele ministra através de nós — e sem o nosso corpo para Ele Se ex­pressar, Ele permanece longe dos pecadores.

Orlando Boyer, em seu livro “Esforça-te para ganhar almas” nos orienta a como evangelizar religiosos.

 

“1. Com amor. Deves trabalhar com amor para com Deus, amor para com a alma. O amor é a força que vence. Foi o amor que planejou o caminho da salvação: foi o amor que o inaugurou, deve ser “o amor de Cristo que nos constrange” a proclamá-Lo, e devemos proclamá-Lo manifestando esse amor.

 

            Cristo, “Vendo a multidão, teve grande compaixão deles” (Mt 9.36). Paulo não se cansava, constrangido pelo amor de Cristo (Rm 9.2). Moody não podia falar nos perdidos sem chorar. A ternura divina faz derreter os corações de pedra. As lagrimas de amor são mais eloqüentes que qualquer oratória. A dureza e a censura, ao contrário, endurecem os que querem chegar a Cristo. Confrontem as palavras de Tiago e João: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir?”, com as da oração terna do Salvador na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Compare também a atitude dos judeus para com a mulher adúltera, com a compaixão de Cristo: “nem eu tão pouco de condeno”. Pedro decepou a orelha de Malco, Cristo a curou. Que contraste: fogo, pedras e espada de um lado, e compaixão, perdão e cura de outro!

 

            Cel. Clarke, em Chicago, estava ocupado no comércio durante seis dias, mas tinha seu salão de pregação aberto sete noites em cada semana. Ele tinha uma assistência maravilhosa, de quinhentos e seiscentos homens, todas as noites do ano: embriagados, gatunos, jogadores e toda a qualidade dos que não tinham esperança. Cel. Clarke era um homem que não falava bem. Contudo, os homens o ouviam, encantados. Alguns dos melhores pregadores de Chicago ajudavam na pregação, mas os homens não os escutavam com tanto interesse.

 

 

Nas pregações dele, houve conversões, às dezenas. Por quê? Porque eles sabiam que Cel. Clarke os amava. Ele disse: “No começo desta obra, eu chorava muito por estes homens, ficava até envergonhado das minhas lágrimas. Então, esforcei-me a ter um coração duro e evitar o choro. Perdi o poder. Depois orei a Deus: “Ó Deus, dá-me de novo as lagrimas!” E Deus me deu de novo as lagrimas, e com grande poder sobre estes homens.”

            “Pode-se apanhar mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre”

 

2. A sós. Procura estar sozinho com quem trata. Se encontrar outro que esteja tratando com um perdido acerca da salvação, evita perturbar-lhes, e, se o outro quiser chegar perto, quando estás falando da salvação, pede que se retire.

 

3. Idade e sexo. É regra, quase invariável, os crentes procurarem os da sua própria idade e sexo. Se somos dedicados a Deus, “cuidamos de prover coisas honrosas, não só perante o Senhor, como também perante os homens” (2 Co 8.21). A igreja deve insistir nisto porque todos os outros pecados juntos não atrasam a obra de Deus tanto como entre os dois sexos.

 

4. Exalando a Cristo. “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim” (João 12.32). É Ele a força que atrai as almas e a Quem devem elas ser atraídas. O obreiro deve ficar escondido o mais possível; não querer ganhar a alma para si, mas para o Senhor. Muitos poucos prestaram atenção ao jumentinho no qual Cristo entrava montado em Jerusalém, mas ele serviu para elevar o Salvador ante os olhos da multidão.

            Marcos Pearce dá três regras essenciais para a boa pesca: (1) Evita, com cuidado, que os peixes te vejam; (2) Evita com mais cuidado que os peixes te vejam; (3) Evita ainda com maior cuidado que os peixes te vejam.

            Há eclipse (desaparecimento) do sol quando a lua se interpõe entre o sol a terra. É essencial para ganhar o perdido, que não nos interponhamos entre o Sol da Justiça e o perdido.

 

5. Evitando outros assuntos. Não deixes o perdido passar além do assunto da sua salvação. Se ele quer falar nos erros de outra denominação, ou nos argumentos dos descrentes, ou em outro assunto qualquer, dize-lhe que pode entrar em tais assuntos depois, mas que o tempo próprio para tratar deles é depois de acertar o que é básico, à salvação da alma. Muitas vezes erramos o alvo porque permitimos ao perdido entrar em assunto que serve unicamente para o salvo.

 

            Um ministro novato foi enfrentado por um descrente, por nome Burt Olney. Depois do culto, disse ao pregador: “O senhor prega bem, mas eu não creio na Bíblia”.

- “É ordenado aos homens que morram uma só vez, e depois disto vem o juízo”, respondeu o pregador com calma (Hb 9.27).

 

- “Posso provar-lhe que não há tal coisa que o senhor chama o juízo”.

- “Mas os homens morrem sempre, porque é ordenado aos homens que morram uma só vez, e depois disto vem o juízo”.

- “Mas isso não é argumento, quero discutir racionalmente”.

- “Estou aqui pra pregar a Palavra de Deus e não para discutir sobre o que ela diz”.

- “Não creio que o senhor conheça bastante da Bíblia para discutir”

 

- “Pode ter razão, meu amigo, porém lembre-se disto: é ordenado aos homens que morram uma só vez, e depois disto vem o juízo”, respondeu o pregador com calma e firmeza.

 

            Em caminho para casa, parecia que até os sapos gritavam as ouvidos de Burt Olney “Juízo, Juízo, Juízo!” No dia seguinte chegou à casa do pastor: “Venho para falar acerca do versículo da Escritura que me citou ontem a noite. Passei noite terrível, com aquelas palavras como brasas, penetrando mais e mais dentro de mim. Não posso fugir delas. Diga-me o que devo fazer para me salvar. Quero ficar livre desta agonia”.

            Quando voltou à casa, voltou salvo, crendo na obra completada por Cristo.

 

6. Evitando os argumentos. Geralmente o argumento serve só para afastar-nos do próximo. Um pregador escreveu o seguinte:

 

            Estou lembrando dum pastor, que eu conhecia bem, e que viajava na Alemanha antes da grande guerra, numa região onde o Catolicismo Romano dominava. Achou-se sozinho, num carro do trem, com um padre que lhe perguntou: “Quais serão os redimidos no céu?” Meu amigo respondeu um pouco precipitado: “Não serão os católicos romanos”. O padre não se mostrou desgostoso, mas disse: “Serão os luteranos”? –“Não”. –“Serão os reformados”? – “Não”. O padre continuou a mencionar a lista dos grupos religiosos que existia na Alemanha. E de cada vez que o pastor respondia: “Não será aquela igreja”. Por fim, o padre disse: “Então, quais serão os redimidos no céu?” O pastor abriu a Bíblia, e leu Apocalipse 7.9-14, acerca da multidão de vestes brancas que João viu, no céu: “estes são os que lavaram as suas vestes e as embranqueceram no sangue do Cordeiro”. Num instante, o padre estava em pé abraçando o evangelista com lágrimas o beijou. “aleluia”, disse ele, “achei um irmão!” O meu amigo respondeu com o mesmo ardor. Se ele tivesse começado a discutir as divergências de crença, isto o teria levado à contenda.

 

            O mesmo pastor acrescentou: “Perante um grande auditório, o que presidia a reunião, quando me apresentou disse”: “É favor dizer-nos a que denominação pertence”. Havia várias denominações representadas e não achei bom responder ao pedido; portanto, disse: “Vejo aqui muitos filhos do meu Pai celestial. Se alguns não me querem aceitar como irmão, ainda assim eu quero aceitá-los como irmãos. Pertenço ao grupo universal que olha para o Cordeiro de Deus e que inclui todos os remidos debaixo do sol”.

 

            Uma autoridade na arte de influenciar pessoas, diz: “Você não pode vencer numa discussão. Não pode porque, se perder, perdeu mesmo; e se ganhar, também perdeu. Por quê? Bem, suponha que triunfou sobre um outro homem e arrasou seus argumentos cheios de pontos fracos. Que acontece? Você se sentirá muito bem. Mas que acontecerá com ele? Você o fez sentir-se inferior, feriu-lhe o amor próprio. Ressentirá seu triunfo. E “um homem convencido contra a vontade, conserva sempre a opinião anterior”.

 

7. Com perseverança. Não há uma obra em que seja necessário ter o alvo fixo em perseverar, como a de ganhar almas. Quando o Senhor coloca em nosso coração o desejo de ver certa alma salva, não é bom abandoná-la.

 

            Dr. Torrey disse: ”São poucos os que não têm uma porta aberta para o coração, e podemos descobri-las, se quisermos. Se não podemos achar entrada pela porta, podemos talvez destelhar o eirado e entrar. O que quer ganhar uma alma de quinze em quinze minutos, deve procurar outro emprego. Toma tempo; nunca desanimes, e faz tudo. Eu aguardei e esperei durante quinze longos anos a oportunidade de ganhar um certo homem. Não passava um dia dos quinze anos, que eu não falasse com Deus acerca daquele homem. Por fim, chegou a oportunidade e tive o privilegio de levá-lo a Cristo. Tornou-se um pregador do Evangelho e atualmente está no céu. Estive com ele um dia antes de falecer, e nunca em minha vida pude esquecer-me daquele dia. Quando te encarregares de levar um homem a Cristo, nunca o abandones.

 

            Nem a velhice com a fraqueza de corpo, deve te impedir. Diz-se acerca de Jonatas Goforth, que ficou cego os três últimos anos da sua vida, e que levou muitos milhares a Cristo: “Nada impedia  o avanço dinâmico para o qual Deus o chamara. Era o mesmo quando tinha 77 anos de idade, como quando tinha 57”.

 

            D. L. Moody disse: “Ouvi falar dum homem que sonhou que entrou no céu e no mundo de glória; oh! Como se sentia contente em saber que tinha, por fim, alcançado o céu. Mas logo veio alguém e o convidou a ir com ele para ver algo. Levou-o à muralha e disse: “Olha para baixo. Que estás vendo lá?” –“Ora, os homens estão com os olhos vendados e muitos deles estão caindo no abismo!” – “Então, queres ficar aqui e gozar os céus, ou queres voltar para a terra, e passar mais um pouco de tempo informando o mundo?” Era um obreiro desanimado. Acordou-se do sono e disse: “nunca mais quero morrer”.

 

8. Com sabedoria. O obreiro que deseja ganhar muitas almas para Cristo deve ter muita sabedoria. Não deve mostrar qualquer atitude de superioridade, mas ficar no mesmo grau da pessoa que quer ganhar. “Tornei-me tudo para todos, para de todo e qualquer modo salvar alguns” (1 Co 9.22).

 

            Evitar a censura e procurar falar num assunto louvável à vida daquele que desejamos ganhar. Isto não quer dizer que o façamos com bajulação (Sl 12.3). mas podemos falar com sinceridade do que vemos em louvor. É um grande segredo o ganhar almas, porque assim ganhamos a confiança do perdido. Quando Cristo disse: “eis um verdadeiro israelita, em que não há dolo”, certamente, não queria dar a entender que Natanael era perfeito. Mas mostrava que apreciava a falta de engano no coração de Natanael. Notem-se outros exemplos de Cristo evitando falar dos defeitos, para louvar o que era bom, no perdido. (Lucas 7. 36-50).

 

9. Com folhetos. Um panfleto bem escolhido tem muito valor, às vezes. Porém deve-se escolher com cuidado. Não é bom dar um folheto antes de o ler e conhecê-lo bem. Não dês um folheto sobre a salvação ao crente já salvo, nem sobre a vida perto de Deus a quem não O conhece. Parece desnecessário dar ênfase a isto, porém constantemente acontece. Há certas qualidades de folhetos, por exemplo, sobre a vinda de Jesus, que podemos distribuir a todas as classes.

 

10. Com coragem. O obreiro não deve sentir-se receoso. Há três coisas de que se deve lembrar:

 

(1) Não deve sentir-se demasiado triste quando os esforços falham. “O que não crê, já está julgado, porque não crê no nome do Filho unigênito de Deus” (João 3.18). Além disso: as palavras ainda podem produzir frutos na alma. Em vez de recear, deve esperar: “pois a seu tempo ceifaremos” (Gl 6.9).

 

(2) Podemos aproveitar os nossos erros, aprendendo a ser mais eficiente nesta obra gloriosa. O maior erro de todos é o de deixar de trabalhar por causa do receio.

 

(3) Aquele que disse: “Ide... ensinai”, também disse: “Eis, que Eu estou convosco todos os dias”. Confiemos na Sua presença para ter sabedoria e força para vencer.

 

11. Com oração.

 

(1) Devemos pedir a Deus que nos dirija ao pecador. Há a nossa volta muitas almas. Não podemos falar a todas. Se falarmos a qualquer uma sem direção, perderemos muito tempo. Mas Cristo nos pode dirigir. Ele esperava ao pé da fonte de Jacó, porque sabia que vinha tirar água, uma mulher, a qual podia ganhar, e por intermédio dela, ganhar muitos outros. Sem duvida, Filipe viu muitos na estrada que desce de Jerusalém a Gaza, mas não perdeu tempo, nem se desviou do plano de Deus. Ouviu e obedeceu ao que o Espírito Santo disse: “Aproxima-te e ajunta-te a esse carro” (Atos 8.29).

 

(2) Devemos pedir ao Senhor a mensagem. O obreiro não pode saber da condição do coração do perdido nem qual a melhor mensagem para ele. Devemos confiar em Deus para que Ele nos dê uma Escritura ou outra passagem. Às vezes o Senhor nos dá a mensagem antes de terminarmos a oração; outras vezes, no-la dá quando estamos falando ao pecador.

 

(3) Devemos pedir o poder de Deus. Não é suficiente só a mensagem, mas também o poder para levá-la até a alma do pecador. Quando vezes estamos tentando levar o perdido à salvação por meio da força humana, com argumentos e rogos. É sempre melhor, quando tal acontecer, fazer um pedido definitivo a Deus, para que Ele mande Seu poder.

            Muitas vezes as dificuldades do que busca a salvação desaparecem, maravilhosamente, quando conseguimos levá-lo a clamar a Deus, de coração.

 

(4) Devemos pedir que Deus nos dê frutos da Palavra semeada. Não devemos considerar a nossa obrigação finda, quando dissemos tudo e fizemos de tudo que nos foi possível. Nossas palavras são ou “cheiro da morte”, ou “cheiro de vida para vida”. Oremos para que o Espírito faça a palavra penetrar repetidamente no coração, até o pecador ser constrangido a render-se. A nossa oração é como as chuvas que regam a sementeira.

            Uma crente, querida na igreja, já velhinha, com cabelos brancos, apesar de muitas obrigações e a sua pouca força, considerava o bonde como a porta aberta para testificar. Depois de pedir a direção do Senhor, sentava-se ao lado da pessoa e sem demora mostrava-lhe o caminho para chegar a Cristo. Mas isto era só o começo, porque ela passava as manhãs de joelhos, apresentando uma lista escrita, dos nomes destas almas a quem já tinha testificado, e não deixava de orar até as ver salvas.

 

Certamente, “na velhice ainda darão frutos” (Sl 92.14). “Felizes sois vós os que semeais junto a todas as águas” (Is 32.20).

 

12. Conhecimento prático da Bíblia. O obreiro que confia em outra coisa a não ser na Bíblia, para ganhar almas, falhará. Ela é a Palavra de Deus, a Espada do Espírito (Ef 6.17). É a Palavra que conduz a convicção do pecado (Atos 2.37), e que penetra até a divisão da alma e do espírito (Hb 4.12). É a Palavra que dá vida aos mortos (1 Pe 1.23). É a Palavra que produz a fé (Rm 10.17). Deus sempre nos exorta: “Prega a PALAVRA” (2 Tm 4.2).

 

            Não basta conhecer a Bíblia, mas é necessário também ter um conhecimento prático; um conhecimento que sirva para levar o perdido a sentir a necessidade de salvação; levá-lo a ver que Jesus pode salvá-lo completamente; levá-lo a saber como pode ter este Salvador. Queremos dedicar uma grande parte das páginas que se seguem para este fim.”

 

 II. RELIGIOSOS QUE REPRESENTAM DESAFIOS

 

            Outras informações úteis para evangelização de grupos religiosos.

Budismo

Foi fundado na Índia, por volta do século VI a.C. por um pregador chamado Buda. Em várias épocas, o budismo tem sido a força religiosa, cultural e social dominante na maior parte da Ásia, especialmente na Índia, na China, no Japão, na Coréia, no Vietnã e no Tibet. Em cada região, o budismo combinou-se com elementos de outras religiões, como o hinduísmo e o xintoísmo. Atualmente, o budismo tem cerca de 613 milhões de adeptos no mundo. A maior parte deles vive em Sri-Lanka, nas nações do interior do Sudeste da Ásia e no Japão.

As Crenças do Budismo

Todos os budistas têm fé em:

1 - Buda;

2 - Em seus ensinamentos, chamados de “Darma”;

3 - Na comunidade religiosa que ele fundou, chamada “Sanga”.

Os budistas chamam Buda, Darma e Sanga de os Três Refúgios ou as Três Jóias.

 

BUDA

- Nasceu por volta de 563 a.C. no Sul do Nepal. Seu nome verdadeiro era Sidarta Gautama. Era membro de uma rica e poderosa família real. Com cerca de 29 anos, Gautama convenceu-se de que a vida estava cheia de sofrimento e tristeza. Essa convicção o levou a abandonar a esposa e o filho recém-nascido, e procurar a iluminação religiosa como monge viajante. Depois de percorrer o nordeste da Índia por aproximadamente seis anos, Guatama teve a iluminação. Ele acreditou ter descoberto a causa de a vida estar cheia de sofrimento e como o homem poderia escapar dessa existência infeliz. Após outras pessoas terem tomado conhecimento de sua descoberta, passaram a chamá-lo de Buda, que significa "o iluminado".

 

Islamismo

A palavra Islamismo significa submissão a Deus, e muçulmano é aquele que segue as leis islâmicas. A revelação do islamismo foi dada a Maomé, que é reverenciado pelos muçulmanos como o maior profeta. Maomé não é apenas um nome, mas um título - “Aquele que é adorado”.

A vida de Maomé - Maomé nasceu em 570 d.C., em Meca, uma cidade da Arábia. Seu pai morreu antes do seu nascimento. Era membro do clã Hashim e de uma poderosa tribo Quraysh. A mãe de Maomé morreu quando ele tinha apenas seis anos de idade. Maomé foi viver com o avô, que era guardião de Ka’aba. Tristemente, dois anos depois, seu avô também morreu e desde a idade de 8 anos Maomé foi criado por seu tio, Abul Talib, que era um mercador nas rotas de camelos mercantes.

 

Cresceu durante uma época de insegurança econômica e descontentamento com as diferenças entre os muito ricos e os pobres. A adoração a deuses pagãos era muito comum na Arábia. Estima-se que existiam cerca de 360 deuses a serem aplacados, com mais de 124.000 profetas conhecidos. Consta nos arquivos da história muçulmana que, desde menino, Maomé detestava a adoração aos ídolos e que levava uma vida moral pura. Maomé foi empregado por Khadija, uma rica viúva, para administrar a caravana mercante. Ficou conhecido como “Al-Amin”, o “Digno de Confiança”, e foi um proeminente membro da associação mercante de Meca. Aos 25 anos casou-se com Khadija com quem teve 6 filhos; todos morreram, menos a filha caçula - Fátima. Maomé e Kahadija ficaram casados 25 anos. Mais tarde, depois da morte de Khadija, Maomé aprovou a poligamia e casou-se com várias mulheres. Aos 40 anos, ficou muito preocupado com a situação de seus compatriotas e gastou muito de seu tempo em meditação sobre assuntos religiosos. Durante sua vida, Maomé conheceu muitos cristãos, sacerdotes e judeus. Muitas vezes, buscou conselho de um monge jacobino que lhe ensinou vários aspectos dos costumes religiosos judaicos. Durante o mês de Ramadam, Maomé retirava-se para uma caverna na encosta do Monte Hira, a três milhas de Meca. Foi durante uma dessas ocasiões, que ele começou a receber revelações e instruções que acreditava serem do arcanjo Gabriel. Estes escritos formam a base do Alcorão. Junto com o Alcorão, há o livro de Hadiths. Nele contém os ensinos de Maomé, e é tão importante quanto o Alcorão em todas as áreas da vida do muçulmano. Maomé declarou que o Alcorão era a revelação final e superior do único e supremo Deus. Proibiu a adoração aos ídolos e ensinou que a vida do muçulmano deve ser completamente submissa a Alá, com abluções rituais antes das cinco orações diárias, voltados para Meca. A sexta-feira tornou-se o dia separado para adoração conjunta na mesquita.

 

O Hinduísmo

A origem do hinduísmo se encontra num sincretismo que vem a ser um confronto entre o hinduísmo e o islamismo, e inaugura uma nova fase no desenvolvimento religioso na Índia. É resultante de tentativas de fusão das religiões dominantes, trazidas para a Índia há mais de três mil anos, por povos cuja origem é incerta e cujas crenças já existiam. O hinduísmo prega a existência de um número imenso de deuses, embora considere Brama o primeiro grande deus, de onde provêm outros milhares de deuses. Quanto à origem dos seres e do próprio Brama, segundo o ensinamento do hinduísmo, havia antes um mundo submerso na escuridão; sem atributos, imperceptível ao raciocínio, não revelado e como que entregue inteiramente ao sono. Além de Brama existem Sirva e Vishnu, os quais formam a trindade hindu. No hinduísmo, a natureza dos deuses é muito variável, isto é, determinado deus pode ser bondoso ou favorável numa circunstância e violento e cruel em outra. Vishnu é tido como conservador e Sirva como destruidor, podendo ambos tomar formas diferentes e terríveis. Em relação aos animais, as crenças hinduístas são complexas: a vaca sem exceção das diferentes seitas, é considerada sagrada, não pode ser morta nem comida.

 

O rato, por exemplo, é considerado deus e come comida suficiente para alimentar toda a população do Canadá. Até o começo deste século, alguns ramos do hinduísmo ofereciam aos deuses sacrifícios humanos. Viver é sofrer - Sentimento idêntico ao do budismo - e deixar de viver é alcançar a paz eterna do nirvana, contínuo renascer; para muitos hinduístas há uma lei fatal, a lei do Karma ( destino ). Hoje existem cerca de 716 milhões de hindus no mundo e eles possuem estratégias como: meditação transcendental, yoga, pensamento nova era e krishna.

 

Diante dessa tão triste realidade, cabe a nós como igreja nos levantarmos para fazer algo por tanta gente que tem vivido debaixo do jugo de satanás através das religiões, que não seguem o termo original da palavra: religar. Mas ao contrário disso, distancia a raça humana de Deus. Como igreja temos a função restauradora de trazer de volta o relacionamento do homem com Deus. Para isso, precisamos saber como se encontra o homem e como podemos nos posicionar, levantar e fazer um trabalho de adoção daqueles que são órfãos espirituais, ou melhor, daqueles que precisam conhecer o verdadeiro amor de Deus

 

CONCLUSÃO

 

Na confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a aula da Escola Dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa oportunidade.

 

Pr. JOSÉ COSTA JUNIOR

 

 

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