A INFANCIA DE JESUS
TEXTO AUREO =Crescia Jesus em sabedoria, e em
estatura, e em graça para com Deus e os homens ( Lucas 2.52 )
VERDADE PRATICA =Crescer de forma integral e uniforme,
como Jesus cresceu, deve ser o alvo de todo cristão.
LEITURA BIBLICA = LUCAS 2.46-47,
3.21,22
A INFÂNCIA E A JUVENTUDE DE JESUS, 2.21-52
1. O Menino é
Chamado de Jesus e Apresentado ao Senhor (2.21-24)
Foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora
posto (21). Segundo o costume judaico, Ele foi circuncidado e também recebeu o
nome no oitavo dia. Este é um dos muitos casos em que Jesus é apresentado em
completa harmonia com a lei Mosaica e com os costumes religiosos do Seu povo.
Foi no ambiente da vida judaica que Jesus nasceu e cresceu. Nada é dito sobre
qualquer oposição à escolha do nome JESUS — como houve a respeito do nome
“João” para o Seu precursor. Veja nos comentários sobre 1.31 a importância do
nome Jesus.
A circuncisão do
menino e a purificação da mãe eram requisitos da lei Mosaica. Estes rituais
representavam um lembrete perpétuo da mancha do pecado transmitido de uma
geração a outra, através de usos e costumes. Assim, este ritual aponta para a
realidade da depravação herdada. Como Jesus nasceu sem pecado herdado, estes
rituais não eram necessários para Ele; mas, como no caso do Seu batismo, que
ocorreu posteriormente, houve a perfeita submissão ao que qualquer judeu e, por
extensão, qualquer mortal devia cumprir.
Cumprindo-se os
dias da purificação (22). Isto aconteceu trinta e três dias depois dos
sete dias em que a mãe era considerada “imunda”, ou quarenta dias depois do
nascimento do seu filho. Os manuscritos antigos diferem quanto ao pronome
pessoal possessivo que indica a quem se refere a purificação. Alguns dizem
“dela”, outros “deles”. As melhores versões dizem “deles” (do grego, auton).
Isto significa que tanto a mãe quanto o Filho precisavam de purificação.
Evidentemente, a implicação de que Jesus era
cerimonialmente impuro é mais do que alguns copistas dos manuscritos poderiam
aceitar. Mas Jesus veio para viver entre os homens e também para viver a vida
como um homem. Toda a Sua vida mostra que Ele se identificava com esta raça
pecadora — embora Ele fosse sem pecado. Jesus sempre se submeteu aos rituais
religiosos que eram necessários para os homens pecadores, mesmo que estes não
fossem realmente necessários para Ele. Ele veio não para destruir a lei, mas
para cumpri-la.
...o levaram a
Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. Maria não podia
entrar no Templo nem participar dos cultos religiosos antes do término dos
quarenta dias. Quando este período expirou, ela foi a Jerusalém para o seu
próprio ritual de purificação e para apresentar o seu Filho ao Senhor. O
versículo 23 explica que a lei exigia um preço de resgate a ser pago para cada
primogênito do sexo masculino.20 Isto era para redimi-lo da consagração para o
serviço sacerdotal ou religioso — a tribo de Levi tinha sido escolhida em lugar
do primogênito, mas Deus queria um memorial eterno do Seu direito de
reivindicar o primogênito.
Para darem a oferta... um par de rolas ou dois pombinhos
(24). Um pássaro era para a oferta queimada, e o outro era para a oferta pelo
pecado. A exigência normal para esta oferta era um cordeiro, mas as rolas ou os
pombos eram uma concessão aos pobres. Este fato identifica José e Maria com os
pobres.
2. Simeão Alcança
o que Desejava (2.25-33)
Simeão...
homem... justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel (25). E animador ver
que mesmo em épocas de degeneração e apostasia por parte dos sacerdotes, Deus
sempre tem os seus seguidores devotos — como Simeão. Este homem justo e temente
a Deus sem dúvida era um daqueles muitos homens que procuravam (literalmente
“esperavam”) a consolação de Israel, e oravam por ela. Esta expressão se refere
ao reino messiânico. O Espírito Santo estava sobre ele. O impulso profético lhe
foi dado para que ele estivesse ciente da proximidade da vinda de Cristo. Ele
foi divinamente inspirado.
Pelo Espírito
[ele), foi ao templo (27). O mesmo Espírito que lhe havia dito que ele
veria o Cristo, conduziu-o até o templo exatamente na hora em que o menino
Cristo estava ali. Não sabemos se ele tinha ouvido a história dos pastores, mas
ele sentiu um impulso divino de ir até o templo precisamente naquele dia, e
exatamente naquela hora.
Os versículos 29
a 32 contêm o cântico de louvor de Simeão. Comparado com o
de Maria (1.46-55) e com o de Zacarias (1.68-79) é menos estético e mais
concentrado em uma verdade teológica em particular. Também é mais curto.
Agora, Senhor,
podes despedir em paz o teu servo (29). Embora nada seja
dito sobre a idade de Simeão, esta frase parece dar a entender que ele já era
idoso.
Ele parece ter estado somente esperando pelo cumprimento
desta grande promessa, antes de morrer. Nesta frase percebemos uma completa
satisfação. Ele parece dizer: “A vida agora está completa; não tenho mais nada
que me detenha neste mundo”.
Os meus olhos
viram a tua salvação (30). Embora os seus olhos físicos vissem somente
um Bebê impotente, a sua visão profética enxergou a salvação do mundo. Em
geral, os judeus estavam procurando um Messias político, que iria trazer a
independência e a grandeza para Israel, mas este homem devoto via o Messias
como o Salvador. Ele percebia que a maior necessidade do homem era a salvação.
Esta era uma salvação universal preparada por Deus para todos os homens.
Luz para alumiar
as nações (32) significa literalmente “uma luz para a revelação aos
gentios”. E para a glória de teu povo Israel. Aqui podemos ver a salvação
apresentada sob dois aspectos, para os gentios e para os israelitas.
Para os primeiros, a salvação é uma luz; para os outros,
é a glória. Os gentios, vivendo na escuridão e na ignorância, precisam de luz;
os judeus, vivendo em um estado de humilhação e censura, precisam de glória.
Simeão tinha a mente mais aberta e enxergava mais longe do que os outros judeus
da sua época; em seu discernimento, ele também estava mais em harmonia com a
profecia messiânica do Antigo Testamento do que os demais judeus.
José e Maria se
maravilharam (33). Simeão não estava dizendo a José e a Maria nada que eles
já não soubessem. Eles se maravilharam, entretanto, de que estas verdades lhes
fossem ditas por um estranho, e sob tais circunstâncias. A maravilha para eles,
e para nós, é que tudo o que foi dito por todos os mensageiros de Deus se
harmonizava perfeitamente.
3. A Bênção e a
Profecia de Simeão (2.34-35)
E Simeão os
abençoou e disse à Maria.., este [menino] é posto... (34). Depois do êxtase
do cântico que era dirigido a Deus, Simeão se voltou novamente para a Sagrada
família. A sua bênção evidentemente foi para Maria e José, e não para o Bebê. A
gramática desta sentença parece indicar isto.
Reconhecendo a identidade do Bebê, Simeão se conteve e
não o abençoou. Depois da bênção ele se voltou para Maria e fez a ela (e a nós)
a primeira menção, encontrada no Evangelho de Lucas, da oposição que o reino de
Cristo enfrentaria.
Queda e elevação
de muitos em Israel. Isso pode dar a impressão de que as mesmas
pessoas caem e se levantam. Este não é o significado pretendido pelo original.
Cristo será a Rocha na qual os crentes encontrarão refúgio, e contra a qual os
oponentes se chocarão. Muitos cairão por causa da sua atitude em relação a Ele.
Esta predição diz respeito a Israel, e na verdade é uma profecia
precisa, pois Cristo era Aquele que iria “peneirar” o povo judeu. Mas isto é
mais do que uma predição do destino religioso do povo judeu; é uma afirmação de
um princípio universal, pois a decisão mais importante que qualquer homem
jamais tomará, é o que ele irá fazer com Jesus Cristo.
[Um] sinal que é
contraditado. Isaías se referia ao Senhor como um Sinal (Is 8.18); e
João, por todo o seu Evangelho, se refere aos milagres de Jesus como sinais.
Aqui Simeão, guiado pelo Espírito Santo, fala de Jesus como um Sinal, mas um
Sinal contra o qual se falará. Aqui existe um contraste nesta afirmação. Um
sinal significa que haverá evidência suficiente para convencer a todos.
Apesar disso, este Sinal, esta Evidência, será caluniada
e rejeitada. Uma leitura casual dos Evangelhos irá exemplificar amplamente como
Jesus foi caluniado pelo Seu próprio povo.
E uma espada
traspassará também a tua própria alma (35). Tristeza,
juntamente com alegria, alcançarão Maria em seu relacionamento com o seu
extraordinário filho. Não era o seu corpo, mas sim a sua alma que seria ferida.
Maria não foi crucificada, nem traspassada com a espada, mas nenhum mártir
sofreu mais do que ela. Mas a reação permanente era de uma alegria
indescritível. Godet acertadamente rejeita a inferência de Bleek, de que a
espada que iria traspassar a alma de Maria era a dúvida. A espada era a dor de
ver o seu Filho morrer.
Para que se
manifestem os pensamentos de muitos corações. Com a aceitação
ou a rejeição de Cristo, os pensamentos e os motivos de muitos, sejam bons ou
maus, serão dados a conhecer.
4. Ana e o Menino
Jesus (2.36-38)
E estava ali a
profetisa Ana (36). Sabemos o nome do seu pai, a tribo de Israel à qual ela
pertencia, a sua idade e que ela vivia no templo. Também sabemos que ela era
viúva, e sabemos por quanto tempo tinha estado casada quando o seu marido
morreu — tudo isto, além de sua vida devota e de seu ministério profético. Isto
representa um contraste razoável com a quase completa falta de informações
sobre Simeão.
E, sobrevindo na
mesma hora, ela dava graças a Deus (38). Simeão ainda
estava segurando o Bebê quando Ana entrou. Ela deu graças imediatamente,
confirmando a sua visão profética. Falava dele a todos os que esperavam a
redenção em Jerusalém. Não temos o teor da sua mensagem, mas fica implícito que
ela falava do Seu ministério messiânico. Como no caso de Simeão, a redenção — a
salvação — era a sua principal ênfase.
Por intermédio de Zacarias, Isabel, os pastores,
Simeão,Ana e outros, as boas-novas sobre o Salvador estavam se espalhando. E
significativo que Deus só tenha revelado essas boas-novas àqueles que tinham a
qualificação espiritual adequada para uma revelação tão sublime.
Barclay encontra nesta passagem uma história comovente de
“Uma das pessoas quietas na terra”. Aqui está uma mulher a quem Deus se
revelou. Que tipo de pessoa era ela? 1) Embora tivesse conhecido a tristeza,
ela não era amargurada; 2) Embora tivesse idade, não tinha perdido a esperança;
3) Nunca deixou de adorar na casa de Deus; 4) Nunca deixou de orar.
5. O Menino Jesus
(2.39-52)
E, quando
acabaram de cumprir tudo... voltaram à Galiléia (39). Não devemos
entender que voltaram imediatamente a Nazaré, pois Mateus nos diz que a visita
dos magos, o assassinato das crianças em Belém por Herodes e a permanência no
Egito precederam a volta a Nazaré (Mt 2). Não se trata aqui de uma contradição,
mas de um tipo de omissão.
O mesmo ocorre em Atos 9.25-26, onde parece que Paulo
retornou a Jerusalém pouco tempo depois de sua conversão; mas em Gálatas
1.17-18 vemos que três anos se passaram antes do seu retorno. Tais omissões são
comuns nas Escrituras e em outros escritos antigos. Não era de utilidade para o
autor a inclusão do material omitido, e os escritores antigos não sentiram a
necessidade de notificar os seus leitores de tais lacunas nos seus relatos.
Como isto era costumeiro, os leitores entendiam e faziam as compensações
adequadas para a sua compreensão.
O versículo 40 abrange um intervalo de doze anos, em que
o menino Jesus cresceu e se fortaleceu em espírito, cheio de sabedoria; e a
graça de Deus estava sobre ele. Ele se desenvolveu física, mental e
espiritualmente. Podemos ver aqui a verdadeira humanidade de Jesus. Uma das
verdades essenciais das Escrituras é que a natureza divina nunca interferiu no
desenvolvimento normal da humanidade de Jesus, nem fez com que ela fosse desnecessária.
Todos os anos,
iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa (41). Este costume era
obrigatório para todos os homens adultos (Dt 16.16). Embora as mulheres não
tivessem a obrigação legal de comparecer, sua presença era considerada
religiosamente vantajosa para elas. Novamente podemos ver o cuidadoso
cumprimento da lei Mosaica por José e Maria. A devoção perfeita gera a
obediência perfeita.
Tendo ele já doze
anos (42). Este é o único evento da vida de Jesus, no período
compreendido entre a sua infância e a sua vida adulta, do qual temos
informações espea cíficas. As histórias fantásticas registradas nos Evangelhos
espúrios obviamente não combinam com a vida de Jesus como ela é apresentada nos
Evangelhos inspirados.
Muitos comentaristas supuseram que esta seria a primeira
visita de Jesus ao templo, desde a sua apresentação ao Senhor. Mas isto é pura
conjectura, uma vez que não existe qualquer evidência nesta passagem que possa
servir como prova, O oposto parece mais provável.
Sabemos que Maria freqüentava as festas em Jerusalém com
José, embora a sua presença não fosse exigida por lei. Além disso, a tradição
do Talmude afirma que até mesmo os meninos de tenra idade deveriam comparecer
às festas.
Lucas parece ter registrado esta viagem em particular
devido à importância dos eventos que ocorreram no templo, relacionados ao plano
e ao objetivo deste Evangelho.
Outro engano comum é pensar que Jesus compareceu a esta
festa em particular porque aos doze anos de idade os meninos judeus se tornam
“filhos da Lei”. Na verdade isto ocorre aos treze anos. Se esta visita ao
templo, em particular, estava de alguma maneira relacionada com o fato de Jesus
se tornar “um filho da Lei”, ela foi apenas preparatória.
Ficou o menino
Jesus em Jerusalém (43). A festa durou sete dias. Jesus teve,
evidentemente, uma considerável liberdade durante esses dias. Ele deve ter
conhecido os planos para a viagem de volta. Então seus pais supuseram que Ele
estivesse em algum lugar no meio da multidão de pessoas que, juntamente com eles,
estava voltando para casa. Duas coisas poderiam justificar esta liberdade que
Ele teve. A primeira é o fato de que os meninos — como também as meninas — na
Palestina são muito mais maduros aos doze anos de idade do que na Europa do
norte ou no Ocidente. A segunda é a confiança que José e Maria indubitavelmente
depositavam nele e no seu julgamento. A confiança deles era suficientemente
grande para permitir que viajassem um dia inteiro antes de se preocuparem.
Passados três
dias, o acharam no templo (46). Depois de ficarem alarmados, primeiramente o
procuraram entre os parentes e os conhecidos que estavam viajando na mesma
direção. Somente depois que esta busca se revelou infrutífera, é que eles
voltaram a Jerusalém para procurá-lo. Passados três dias significa “no terceiro
dia”. O primeiro dia foi gasto na saída de Jerusalém, antes de perceberem a
ausência de Jesus; no segundo dia voltaram, chegando a Jerusalém no fim do dia.
No dia seguinte — o terceiro — eles o encontraram no templo. Alguns afirmam, em
suas pregações, que os pais procuraram em todos os lugares possíveis, antes de
pensarem no templo; mas isto não é dito aqui.
Assentado no meio
dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os (46). Não eram
médicos, mas sim doutores da Lei. Eram rabinos ou professores. Famosos rabinos,
como Sammai e Hillel, poderiam ter estado presentes. Esses grupos de discussão
eram comuns, e talvez algumas vezes os meninos pudessem ser ouvintes. Mas aqui
Jesus não era um espectador interessado; Ele era um Participante.
Todos os que o
ouviam admiravam a sua inteligência e respostas (47). Ele não estava
apenas fazendo perguntas, como fariaum discípulo, mas também dando respostas
(como uma autoridade).
Essas perguntas e respostas causavam admiração àqueles
que ouviam — inclusive aos rabinos — pela rara profundidade de conhecimento que
revelavam.
Normalmente é preciso muito conhecimento e entendimento
tanto para fazer perguntas inteligentes quanto para fornecer respostas
satisfatórias.
Entretanto, esta passagem deve ser interpretada de uma
maneira coerente com o crescimento e desenvolvimento normal de Jesus. Não
devemos cair no mesmo erro de muitos escritores dos evangelhos espúrios, e
atribuir a Jesus uma manifestação de divindade em desacordo com a formação
progressiva do seu caráter messiânico. Aos doze anos de idade, Jesus podia
manifestar desenvolvimento em qualquer área de sua vida e pessoa, inclusive em
termos de consciência de sua missão, e em seu relacionamento com o Pai. Este
desenvolvimento equilibrado continuaria por toda a sua vida terrena.
E, quando o
viram, maravilharam-se, (48) frase que significa, literalmente: “E,
vendo-o, ficaram maravilhados”. Eles ficaram espantados com todo o conjunto de
circunstâncias que rodeava Jesus neste momento. Disse-lhe sua mãe: Filho, por
que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te
procurávamos. Maria aqui revela frustração, e um pouco de exasperação, algo
como uma preocupação materna. Ela tinha ficado preocupada; ela estava cansada e
confusa. Ela estava simultaneamente atônita com a sabedoria de Jesus, porém
desconcertada com a situação. O seu apelo parece também revelar um sentimento
de desamparo por estar diante de mais um mistério na vida desta criança incomum
e maravilhosa.
Por que é que me
procuráveis? (49). Jesus respondeu a uma pergunta com outra pergunta, e Ele
reagiu ao assombro de Maria com o seu próprio assombro. Por que ela estava
triste, e por que o procurava? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de
meu Pai? significa, literalmente, “Vocês não sabiam que é necessário que Eu
esteja entre os assuntos do Meu Pai?” Alguns pensam que Jesus parece ter
suposto que a sua mãe entendia a sua missão melhor do que na realidade
entendia. Observe o contraste entre “o teu pai e eu”, de Maria, e a frase negócios
de meu Pai, de Jesus. Maria pensava que Ele não havia tido consideração com
seus pais; Jesus indica que Ele tinha uma responsabilidade maior para com um
Pai maior.
Mas a surpresa de Maria com a aparente falta de
consideração de Jesus mostra o quanto a sua obediência e consideração tinham
sido fielmente dedicadas a eles até este ponto. A situação também prova que a
infância de Jesus tinha sido natural e normal e não tinha sido marcada por
indicações freqüentes de talentos sobrenaturais.
E eles não
compreenderam as palavras (50). A pergunta de Jesus, que é relativamente
clara para nós, só serviu para desconcertar Maria ainda mais. Godet
provavelmente está certo quando sugere que Maria não entendeu o uso que Jesus
fez da palavra Pai como uma referência a Deus.
Mesmo que ela tenha entendido, é muito improvável que os
demais tivessem entendido. De qualquer maneira, ela não entendeu o significado
da frase.
Entretanto, não devemos culpar Maria por não compreender
o seu Filho. Esta falta de compreensão era necessária, já que Ele deveria levar
uma vida humana normal. Se ela tivesse percebido inteiramente a divindade dele,
tal conhecimento poderia ter interferido em sua maneira normal de tratá-lo —
teria transformado uma mãe em uma adoradora.
E desceu com
eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito (51). Depois desse
episódio no templo, no qual foi vista (pelo menos superficialmente) a grande
missão de Jesus, Ele reas sumiu a sua posição normal de filho obediente. A
vontade do Pai era que o seu Filho percorresse o mesmo caminho de vida daqueles
que Ele veio salvar.
Sua mãe guardava
no coração todas essas coisas. Ela armazenava as coisas que não conseguia
entender, para posteriormente dedicar-lhes mais pensamentos e orações. Ela era
suficientemente paciente para esperar por um entendimento mais claro, e
bastante interessada para não permitir que esses assuntos desaparecessem da sua
mente.
Sob o título “O
Menino no Templo”, Alexander Maclaren tem três divisões:
1) A consciência da Filiação;
2) O doce “dever” das obrigações filiais me convém tratar
dos negócios de meu Pai;
3) A aceitação mansa das tarefas mais humildes — desceu
com eles... e era-lhes sujeito.Crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em
graça para com Deus e os homens (52). Este é o desenvolvimento normal do homem
completo — intelectual, físico, espiritual e social.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lucas –
Comentário Bíblico Beacon
COMPLEMENTO DO ESTUDO A INFANCIA DE
JESUS
A INFANCIA DE JESUS
TEXTO AUREO = Crescia Jesus em sabedoria, e em
estatura, e em graça para com Deus e os homens (Lucas 2.52).
VERDADE PRATICA = Crescer de forma integral e uniforme,
como Jesus cresceu, deve ser o alvo de todo cristão.
LEITURA BIBLICA = LUCAS 2.46-47,
3.21,22
INTRODUÇÃO
As Escrituras pouco informam sobre a infância e a adolescência de
Jesus. A despeito disto, as poucas notícias dessas fases de sua vida constituem
sublimes revelações que trazem â luz seu caráter maravilhoso desde a infância.
A PRIMEIRA INFÂNCIA DE JESUS
1. Jesus em Belém. Lucas relata o nascimento de Cristo,
festejado pelos anjos e pastores. E nada mais informa, até a sua apresentação
no Templo, quarenta dias após o seu nascimento, conforme a lei, e o retorno de
seus pais para a Galiléia (Lc 2.22-39).
2. Jesus no Templo. Estudamos que Simeão e Ana tomaram a
Jesus nos braços e profetizaram a respeito dele, no momento de sua apresentação
no Templo, para o cumprimento das ordenanças divinas (Lv 12.6-8). Cristo não
foi concebido em pecado, mas nasceu sob a lei, para cumpri-la cabalmente.
Jesus era o Unigênito de Deus e o primogênito de Maria. Conforme a
lei, aos quarenta dias, era levado ao Templo para ser consagrado ao Senhor (Êx
22.29). Por isso, Jesus também foi apresentado a Deus (Lc2.23).
3. O resgate do primogênito. De acordo com a lei, o primogênito
era consagrado a Deus (Nm 18.15). Nosso texto, no entanto, não faz menção ao
resgate de Jesus.
4. A visita dos magos. Os pastores adoraram o menino Jesus
na estrebaria em Belém, os magos não. A visita destes aconteceu, provavelmente,
alguns meses depois do nascimento de Jesus. Alguns estudiosos acham que seis
meses ou mais. Certamente, por isso, Herodes “mandou matas todos os meninos que
havia em Belém, e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo...” (Mt
2.16).
Portanto, parece-nos não haver base bíblica encenar o Natal de
Jesus com a presença dos magos em Belém. É bom observar que eles vieram do
Oriente, provavelmente da Pérsía, pois a palavra grega magoi indica homem
versado no estudo das estrelas. Não há provas de que eram apenas três, nem que
seriam reis.
Ao certo, depois de verem a “estrela”, reuniram-se para estudas o
fenômeno, e, então, iniciaram os preparativos para a viagem, em que teriam de percorrer
centenas de quilômetros montados em camelos. Como teriam chegado a Belém na
noite do nascimento de Jesus, ou mesmo antes de levá-lo a Jerusalém, para ser
consagrado?
5. Por que pensam que a visita deu-se
em Belém? Certamente,
porque Herodes enviou os magos a esta cidade (Mt2.8). Este rei, perturbado, ao
saber que Jesus nascera em Belém, não pensou em outro lugar. Mas observemos o
que o texto nos diz:
a. ‘E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela, que
tinham visto no oriente, ia adiante deles, até que, chegando, se deteve sobre o
lugar onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com
grande alegria” (ML 2.9,10).
b. No versículo 9, lemos que ela se deteve sobre o
lugar onde o menino estava, mas não menciona o local. Lemos mais: “Entrando na
casa (não mais a estrebaria), viram o menino com Maria, sua mãe” (Mt 2.11).
Observ. Se, depois da consagração, José e
Maria voltaram para Nazaré, e a visita dos magos deu-se depois,
indubitavelmente eles encontraram Jesus em Nazaré. A fuga para o Egito
aconteceu depois. Veja Mateus 2.13.
A SEGUNDA INFÂNCIA DE JESUS
1. 0 cuidado paterno co
desenvolvimento de Jesus. Em
sua infância, como qualquer outra criança, dependeu do cuidado dos pais.
2. O desenvolvimento distinto de
Jesus. Cremos que Ele
evidenciou um desenvolvimento distinto dos demais meninos. Quando outras
crianças eram fracas no entendimento, e inaptas para certas resoluções, Ele se
mostrou forte no espírito, e tomou decisões corretas.
Pelo Espírito Santo, seu ser revestia-se de extraordinário vigor.
Enquanto outros meninos sofriam a influência da natureza pecaminosa, Ele se
colocava acima de tais influências. Era o alvo do favor divino: “Crescia o
menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava
sobre ele” (Lc 2.40). São estes, apenas, os dados históricos que registramos da
infância do nosso Salvador, antes do seu aparecimento, no Templo, aos doze
anos.
A ADOLESCÊNCIA DE JESUS
O que chamamos de adolescência de Jesus é a sua idade de doze
anos, quando foi com seus pais a Jerusalém.
1. O exemplo dos pais e a vocação de
Jesus. “Ora, todos os
anos iam seus pais a Jerusalém, à festa da Páscoa. E, tendo ele já doze anos,
subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa” (Lc 2.4 1,42).
O comparecimento ao culto de Deus faz parte dos preceitos divinos
e tem relação com o bem-estar espiritual dos seus filhos, desde os longos anos
antes de Cristo. Isto reforça a recomendação neotestamentária: “Não deixando a
nossa congregação, como é costume de alguns” (Hb 10.25).
Os pais de Jesus subiam, anualmente, a Jerusalém, para a Páscoa.
Jesus, aos doze anos, foi com eles, e marcou esta etapa de sua vida com um belo
exemplo de dedicação a Deus.
2. Jesus obedece aos preceitos
judaicos. Os mestres
preceituavam que, a partir dos doze anos, os adolescentes começariam a jejuar
de vez em quando e, a partir daí, seriam considerados filhos da sagrada
aliança. Os que dessem provas de obediência e consagração, fariam parte da vida
religiosa de Israel. Jesus satisfez a essas exigências, por força da vocação
divina.
3. Os pais de Jesus em Jerusalém. Os pais de Jesus permaneceram em
Jerusalém durante os dias da Páscoa. Ao voltarem, verificaram que o menino não
os acompanhara. Procuraram-no durante três dias, entre os companheiros de
viagem e os parentes, e não o encontraram.
Estava no Templo, com os doutores da Lei. Em sentido figurado,
isto nos ensina que é mais fácil encontrá-lo na igreja, do que entre amigos e
parentes (Lc2.44 ,45). Toda sua vida, desde a infância, é um livro aberto que
nos ensina verdades profundas e eternas (1Pe 2.21b).
Ele permaneceu em Jerusalém, mesmo
depois da festa. É
bom não nos apressarmos a deixar a casa de Deus, especialmente antes do término
do culto. É excelente pensarmos como Davi: “Senhor, eu tenho amado a habitação
da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória” (Sl 26.8).
4. A persistente procura dos pais. Jesus estava no Templo, mas seus
pais não o sabiam. Preocupados com a sua ausência, procuraram-no,
persistentemente, até encontrá-lo em Jerusalém. Este exemplo orienta os que se
separam de Cristo. O certo é voltar ao lugar onde Jesus pode ser encontrado;
onde já estiveram, na casa do Senhor. “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós” (Tg 4.8).
EXEMPLOS DO DESENVOLVIMENTO DE JESUS
Nos dias do seu ministério, Ele bem podia dizer: “Aprendei de
mim”. Em sua adolescência, seu exemplo constitui o modelo para todo e qualquer
cristão, independente de sua idade.
1. Exemplo de dedicação espiritual. No terceiro dia, seus pais o
encontraram no Templo. Foi encontrado entre os doutores da Lei (Lc 2.46), não
como um simples catecúmeno,mas discutindo com eles as questões fundamentais das
Escrituras. Isto não era somente uma instancia da divina sabedoria em sua vida,
mas, também, revelava o seu desejo de crescer, tanto no conhecimento, como de
comunicar aos seus ouvintes a sabedoria de Deus;
Tornava-se, desse modo, o grande exemplo para os garotos de sua
idade, que aprendem com Cristo a se deleitar na companhia dos que lhes
proporcionam instrução, e dignificam suas vidas no vigor dos dias.
2. Jesus os ouvia. Os que desejam aprender as coisas
espirituais, devem estar prontos para ouvir, reverentes para aceitar, e dóceis
para obedecer.
3. Ele lhes perguntava. Conquanto já tivesse autoridade
divina para ensinar, perguntava, pois desejava aprender. Ao interrogá-los,
ouvia a expressão: “Não sei•”. Ele, então, as respondia corretamente, de
maneira que seus interlocutores “muito se admiravam da sua inteligência e das
suas respostas” (Lc2.47). Perceberam que Ele era mais sábio do que os grandes
mestres. Comprovava, então, que sua sabedoria e seu conhecimento eram divinos.
4. A preocupação de Maria, sua mãe. Ela, ao vê-lo no Templo,
tranqüilizou-se e maravilhou-se, ao ver como era admirado e respeitado pelos
doutores da Lei. Ela externou sua preocupação, ao dizer-lhe: “Filho, por que
fizeste assim conosco? Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura” (Lc 2.48).
Seus pais o buscaram com preocupação, mas o encontraram com alegria e grande
júbilo.
5. Jesus na casa do Pai. O desenvolvimento espiritual de
Jesus concedeu-lhe, aos doze anos, consciência da importância de Deus em sua
vida. Ele respondeu, gentilmente, a José e Maria: “Por que é que me
procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc
2.49).
Cuidar dos negócios do Pai, fazer a sua vontade e realizar a sua
obra eram os principais objetivos de sua vida terrena. Para Ele, era mais
importante do que o comer, o beber e o aconchego do lar paterno.
EXEMPLOS DE SUBMISSÃO
Submissão é hoje uma palavra fatídica para muita gente,
especialmente, para adolescentes e jovens que aspiram a liberdade que, não
raro, os leva a fins trágicos.
1. Jesus, exemplo de submissão. Em nosso texto, lemos: “E desceu com
eles, e foi para Nazaré, e era- lhes sujeito” (Lc 2.5 1).
Submissão significa sujeição aos superiores. Thomas A. Kempis
escreve: “Anda por onde quiseres: não acharás descanso senão na sujeição e
obediência ao superior”.
2. O sentido da submissão de Jesus. Lucas 2.51 tem relação com sua
atividade de carpinteiro, sob a orientação de José (Mt 13.55; Mc 6.3).
Elaboração pelo:-
Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica
Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas
CPAD 1994
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