NÃO FURTARÁS
TEXTO ÁUREO = “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe,fazendo com
as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver
necessidade.” (Ef 4.28)
VERDADE PRATICA = O oitavo mandamento diz respeito à proteção
do propriedade e abrange grande número de modalidades de furto sobre os quais o
cristão precisa vigiar para não cair nas citadas do Diabo.
LEITURA
BIBLICA = EXODO 20:15; 22:1-9
INTRODUÇÃO
Este
mandamento regula o direito da propriedade particular. E errado tomar de outro
o que é legalmente dele. Constitui roubo quando a pessoa se apossa do que
legalmente pertence a uma empresa ou instituição. Não há justificativa para a
“apropriação” mesmo quando a pessoa sente que o produto lhe é devido. Este
mandamento é quebrado quando a pessoa intencionalmente preenche a declaração do
Imposto de Renda com informações falsas, desta forma retendo tributos devidos
ao governo. Esta prática é imprópria mesmo que o cidadão desaprove o governo.
Também passa
a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem na venda de propriedades ou
produtos, ou na administração de transações comerciais. E impróprio pagar
salários mais baixos do que devem receber por direito. O amor do dinheiro é o pecado
básico condenado por este mandamento. A obediência é perfeita somente com um
coração puro.
O
OITAVO MANDAMENTO
O
oitavo mandamento. “Não
furtarás” (Êx 20.15). Furtar é apoderar-se oculta ou disfarçadamente
daquilo que pertence a outrem. Isso abrange toda forma de desonestidade, de
mentira, de ocultação, por palavra e por atos. É preciso respeitar os bens dos
outros. Ter honestidade e pureza nos atos; no viver, no agir, no proceder. O
ser humano tem direito possuir coisas. E uma vez que as possua, não pode ser
privado delas por parte de quem quer que seja. Fica entendido, contudo, que tal
ser humano entrou na possessão de suas coisas de maneira honesta, pois, em caso
contrário, ele já roubou tais coisas de alguém, quebrando assim 0 oitavo
mandamento. O comunismo oficializou o furto de propriedade privada, por parte
do estado, mediante o decreto de alguns poucos mandamentos. O ladrão às vezes
apenas furta sub-repticiamente, mas muitas vezes também rouba mediante a
violência, incluindo à mão amada.
Neste
último caso há violência física, mas todo furto ou roubo é um ato egoísta. Por
muitas vezes, as coisas que as pessoas possuem foram adquiridas em troca de
trabalho árduo e longo. E contra a natureza privar um homem daquilo que ele
chegou a possuir mediante trabalho e sacrifício pessoal. Os impostos, embora
decretados oficialmente, também podem ser exorbitantes e pecaminosos, como
modos ilegítimos de que os governantes se valem para lesar os governados. Logo,
taxas excessivas devem ser classificadas como quebras do oitavo mandamento. E
também há uma maneira passiva de fazer a mesma coisa.
Devemos
mostrar-nos generosos, compartilhando com outros de nossos valores monetários.
Se assim não fizermos, então estaremos furtando o que deveria ser dado a
pessoas menos afortunadas do que nós. Dificilmente pode ser mantida uma
sociedade estável quando os ladrões fazem o que bem entendem. A desonestidade,
em todas as suas formas, é um grande mal social, custando aos governos um alto
preço na tentativa de controlá-la. Como já dissemos, há formas violentas e
não-violentas de roubo, como também há formas particulares e públicas. E também
há desonestidades individuais e coletivas. A sacralidade da propriedade fica
implícita no oitavo mandamento.
Alguns
estudiosos ampliam esse mandamento, por implicação, para o que envolvem os
danos causados pela maledicência e pelos ataques vertais contra outrem (CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 393).
Este
mandamento regula o direito da propriedade particular. E errado tomar de outro
o que é legalmente dele. Constitui roubo quando a pessoa se apossa do que
legalmente pertence a uma empresa ou instituição. Não há justificativa para a
“apropriação” mesmo quando a pessoa sente que o produto lhe é devido. Este
mandamento é quebrado quando a pessoa intencionalmente preenche a declaração do
Imposto de Renda com informações falsas, desta forma retendo tributos devidos
ao governo. Esta prática é imprópria mesmo que o cidadão desaprove o governo.
Também passa a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem na venda de
propriedades ou produtos, ou na administração de transações comerciais. E
impróprio pagar salários mais baixos do que devem receber por direito. O amor
do dinheiro é o pecado básico condenado por este mandamento. A obediência é
perfeita somente com um coração puro (Leo G. Cox. Comentário Bíblico
Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 191).
Mais
uma vez aqui esta proibição visa preservar a comunhão da comunidade da aliança.
Talvez a proibição original visasse o rapto com propósito de escravidão (ver a
experiência de José em Gn 37), mas sem dúvida todos os tipos de furto estão
incluídos. O código da aliança esclarece os detalhes (por exemplo, 22.1-4), de
modo que não há necessidade de explicações aqui.
Numa
sociedade camponesa onde a vida é árdua, qualquer roubo pode levar à morte, de
modo que o furto se torna um crime sério. Há uma clara ligação entre este
mandamento e o décimo (R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário.
Editora Vida Nova. pag. 154).].
Até
que ponto as nações têm o dever de seguir a Lei Mosaica?
Provérbios 29.18 diz a
respeito: “Não havendo profecia, o povo se corrompe;
mas o que guarda a lei, esse é feliz”. Toda
nação que seguir esse conselho se dará bem!
A Lei de
Moisés foi entregue ao povo de Israel com a seguinte finalidade: “Porque o mandamento é lâmpada, e a
instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida” (Pv
6.23). Deus queria que Israel fosse uma clara luz no meio da
escuridão espiritual em que viviam os povos e um contraponto às trevas do
pecado. Por essa razão Balaão, o profeta gentio, foi compelido a proclamar: “...eis que é povo que habita só e não será
reputado entre as nações. Que boas são as tuas tendas, ó Jacó! Que boas são as
tuas moradas, ó Israel!” (Nm 23.9; 24.5). Balaão reconheceu que
Deus era com Israel, que Ele velava sobre esse povo, morava no meio dos
israelitas e lhes dava segurança e estabelecia a ordem através da Lei.
Mesmo a
meretriz Raabe, que vivia na cidade ímpia de Jericó, sentiu-se obrigada a
declarar aos dois espias judeus: “Bem sei que
o Senhor vos deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós, e que
todos os moradores da terra estão desmaiados. Porque temos ouvido que o Senhor
secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também
o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do
Jordão, os quais destruístes” (Js 2.9-11).
Quando a
rainha de Sabá (atual Iêmen) visitou o rei Salomão, exclamou admirada: “Foi verdade a palavra que a teu respeito
ouvi na minha terra e a respeito da tua sabedoria. Eu, contudo, não cria no que
se falava, até que vim e vi com meus próprios olhos. Eis que não me contaram a
metade da tua sabedoria; sobrepujas a fama que ouvi. Felizes os teus homens,
felizes estes teus servos que estão sempre diante de ti e ouvem a tua
sabedoria! Bendito seja o Senhor, teu Deus, que se agradou de ti para te
colocar no seu trono como rei para o Senhor, teu Deus; porque o teu Deus ama a
Israel para o estabelecer para sempre; por isso, te constituiu rei sobre ele,
para executares juízo e justiça” (2 Cr 9.5-8).
Até que
ponto, então, as nações do mundo têm o compromisso de obedecer à Lei de Moisés?
Bem, na verdade ninguém tem a obrigação de cumprir lei alguma. Nenhuma nação é
obrigada a se orientar pelo código de leis divinas. Mas quando, de livre e
espontânea vontade, ela se sujeita às ordens de Deus, essa é a melhor escolha,
com os melhores resultados práticos.
Cada povo
que segue as orientações do Senhor experimenta o que diz o Salmo 19.8-11: “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o
coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é
límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos
igualmente, justos. São mais desejáveis que o ouro, mais do que muito ouro
depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por
eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa”.
A História
nos ensina que os povos que desprezaram as leis divinas de maneira consciente,
que as pisotearam, cedo ou tarde desapareceram de cena. Basta pensar na
ex-República Democrática Alemã ou na União Soviética, que não existem mais. Mas
os povos que estabelecem sua legislação e fundamentam sua constituição sobre as
leis divinas, mesmo que seja de maneira imperfeita, são povos abençoados. A
Bíblia diz: “Bem-aventurado o povo a quem
assim sucede! Sim, bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor!” (Sl 144.15).
Será que
hoje vivemos estressados, emocionalmente doentes e desorientados porque
deixamos de obedecer à Palavra de Deus? Será que os líderes da economia mundial
e os políticos tomam tantas decisões equivocadas por negligenciarem a Palavra
do Senhor? Será que hoje as pessoas andam insatisfeitas e infelizes porque
desprezam as ordens divinas? Com toda a certeza, pois o desprezo pelos decretos
divinos sempre acaba conduzindo à ruína – espiritual, emocional e financeira.
ÊXODO CAPITULO 22
Êxodo 22
continua descrevendo os Julgamentos ou os Códigos Civis de Israel. Ainda que
estas leis não estejam diretamente obrigatórias á outras nações, há muitas
coisas aqui para serem aprendidas por aqueles que fazem as leis civis. Nós
podemos ver nestas leis um equilíbrio entre a severidade indevida de algumas
nações e a negligência criminal de muitas nações modernas. Alguns Códigos Civis
de Israel eram completamente diferentes dos nossos, por exemplo: Não existiam
sentenças á cadeia. Os homens tinham que fazer restituição, e em casos mais
sérios, eles sofriam a pena de morte.
ROUBO –
VERSÍCULOS 1-4
Em Israel, o
tamanho do rebanho é que determinava a riqueza adquirida. Aquele que roubasse
do seu vizinho, fazia não só a restituição daquilo que fora roubado, como
pagava também pelo tempo e pelos transtornos causados na devolução. O boi,
sendo necessário para o uso do arado e no trabalho da fazenda, exigia uma
restituição mais alta se viesse a ser roubado, pois o dono perdia não somente o
seu animal como também o seu meio de ter uma safra. Os desonestos eram
ensinados de que o "crime não compensa".
A lei também
regulava o tratamento devido aos ladrões. O ladrão morto durante um roubo
noturno, não era vingado. A autodefesa era permitida e a escuridão iria
mascarar a identidade do ladrão, fazendo assim improvável a sua captura.
Ao
proprietário, no entanto, não era permitido a vingança. Eles não podiam matar
um homem pego no ato do roubo durante o dia, pois poderia identificar o ladrão.
O ladrão, neste caso, poderia ser preso pelas autoridades constituídas. Eles
também não poderiam perseguir e matar o ladrão. Ele deveria ser capturado e
sentenciado a fazer uma restituição legal. Caso o ladrão ainda estivesse em
posse dos animais roubados, isto seria descontado da restituição, pois a
devolução dos animais era mais simples. Estas leis são um modelo de justiça e
moderação.
Nossa
sociedade faria bem em considerar as leis civis de Israel. A restituição é um
preceito faltando em nosso código civil. Nós impomos longos anos de sentença,
que não recompensam as vítimas dos crimes, e oneram ainda mais os
contribuintes. Em Israel, ou o criminoso pagava pelos seus roubos ou seria
vendido como trabalhador, pra que a restituição pudesse ser feita. Ainda que
estas leis específicas não pudessem ser aplicadas numa sociedade urbana, elas
poderiam facilmente ser modificadas e adaptadas para qualquer situação.
RESPONSABILIDADE
PESSOAL – VERSÍCULOS 5-6
Aqueles que
de propósito ou por negligência danificassem a propriedade dos outros, deveriam
fazer a devida restituição.
BENS EM
DEPÓSITO – VERSÍCULOS 7-15
Estas leis
são auto-explicativas. Note que o juramento em todas as nações é um
reconhecimento do poder, conhecimento e justiça final de Deus.
SEDUÇÃO DAS
VIRGENS – VERSÍCULOS 16-17
O homem que
violasse uma jovem, deveria se casar com ela e pagar o dote, mas se o pai se
recusasse a dá-la, pagaria apenas o dote, segundo o que o pai determinasse. Um
homem não era forçado a dar a sua filha para aquele que a seduziu, caso
percebesse que isto não seria a melhor decisão em prol de sua filha.
FEITIÇARIA –
VERSÍCULO 18
Numa
Teocracia a prática de magia ou feitiçaria era um pecado contra Deus e uma
traição ao estado. Aqueles que na antiga América queimavam as bruxas, estavam
tentando dar continuidade a esta teocracia através de uma união não bíblico da
igreja com o estado. Eles não entenderam a diferença entre Israel e a Igreja do
Novo Testamento.
PERVERSÃO
SEXUAL – VERSÍCULO 19
IDOLATRIA –
VERSÍCULO 20
Em uma
Teocracia a adoração de falsos deuses era uma traição contra o rei (Deus).
ESTRANGEIROS
– VERSÍCULOS 21
Os
estrangeiros deveriam ser tratados de forma justa e amigável (Levítico 19:9-10,
23:22, Deuteronômio 14:28-29). Nós também devemos nos lembrar disto (Hebreus
13:2).
O FRACO –
VERSÍCULOS 22-24
Como é
triste ver que leis são necessárias para proteger aqueles que não podem se
proteger a si mesmos. Deus sempre nos alerta de que Ele é o vingador dos tais.
PROIBIÇÃO DA
USURA – VERSÍCULO 25
A ninguém
era permitido tirar vantagem do pobre por meio de juros nos empréstimos feitos
á eles (Neemias 5:1-7).
O PENHOR –
VERSÍCULOS 26-27
Uma pessoa
pobre poderia dar a sua capa como penhora de uma dívida. Pelo fato do pobre
usar a suas vestes como coberta ao dormir, o credor deveria devolvê-la todas as
noites. Ao mesmo tempo que isto protegia o pobre do frio e do sofrimento,
criava uma situação de constrangimento que assegurava de que o débito seria
pago o mais cedo possível.
AUTORIDADES
Á SEREM HONRADAS – VERSÍCULO 28
O
"príncipe" mencionado (em outros lugares referidos como
"deus" ou "deuses" João 10:34-35, Salmo 82:1 e 6) era o
líder ou líderes civis de Israel. Estas pessoas deveriam ser honradas, pois o
governo civil é uma instituição divina (Romanos 13:1-7). Preste atenção ao
aviso de Judas 8.
OFERTA DAS
PRIMÍCIAS – VERSÍCULOS 29-30
Que possamos
aprender a oferecer as primícias e o melhor á Deus. O melhor do nosso tempo,
talento e posses.
PUREZA
CERIMONIAL – VERSÍCULO 31
Os
Israelitas não deveriam comer sangue e, portanto, deveriam evitar consumir algo
que fosse inapropriadamente abatido. O cuidado deles em se manter
cerimonialmente puros, é uma figura da necessidade de nos mantermos
espiritualmente e moralmente puros.
Crimes contra a propriedade
Roubo/furto: Ex. 22.1-15 = trata especialmente da subtração de animais,
sobretudo o boi e a ovelha, porque os israelitas eram um povo pastoril. A lei
previa, além da restituição integral (Ex. 22.3), a indenização quintuplicada
(no caso do boi), quadruplicada (no caso da ovelha) ou dobrada (se o animal
ainda estiver vivo). A diferença de quantidade entre o boi e a ovelha deve se
ao fato de que o boi servia ao trabalho no campo; assim, a subtração do boi
causava maior prejuízo ao seu proprietário
Incêndio: o crime de incêndio em
propriedade alheia também era punido apenas com indenização (Ex. 22.6).
Atualmente, o incêndio doloso (com intenção) é punido com reclusão de 3 a 8
anos; e o incêndio culposo (sem intenção), com detenção de 6 meses a 2 anos
(art. 250 do Código Penal), afora a eventual configuração de crime ambiental.
Dano: se alguém abrisse uma cova e não
a cobrisse, nela vindo a cair um animal alheio, seria obrigado a indenizá-lo.
Note-se que se trata de crime culposo. Nossa lei atual só prevê o dano doloso,
com pena de um mês a três anos de detenção (art. 163 do Código Penal). Mas o
dano culposo, embora não seja crime, pode ensejar também a responsabilização
civil (art. 186 do Código Civil).
Lesões corporais: Ex. 21.18-19 = traça algumas regras a respeito
de brigas, conflitos e lutas pessoais, prevendo indenização das lesões e do
tempo perdido, desde que não houvesse morte. A agressão contra os pais,
contudo, era punível com a morte (Ex. 21.15); amaldiçoar o pai ou a mãe também
era punido com a morte (Ex. 21.17); e até a rebeldia do filho já ensejava a sua
morte (Dt. 21.18-21). Aliás, a ordem de honrar pai e mãe é a única do Decálogo
com promessa (Ex. 20.12; Ef. 6.2).
Atualmente,
além da responsabilização civil (indenização), o crime de lesões corporais
também enseja pena de 3 meses a 12 anos de prisão (art. 129 do Código Penal).
Os cristãos não devem se envolver em brigas, disputas e contendas (2Tm. 2.24).
Regras
de natureza processual:
Deveria
haver juízes instituídos em todas as cidades e aldeias das tribos de Israel
para julgarem as causas do povo segundo a lei mosaica. Eles eram proibidos de
aceitar subornos (Ex. 23.8) e de fazer acepção de pessoas (Dt. 16.18-20).
Não
se poderia aplicar a pena de morte para alguém com base na palavra de uma só
testemunha (Nm. 35.30; Dt. 19.15-21). A falsa testemunha receberia a mesma pena
a que estaria sujeito sua vítima. Evitava-se, assim, a condenação injusta de
alguém, com base em testemunho falso. O direito romano, mais tarde, acolheu
esse princípio (testis unius, testis nullius), estendendo para todos os
casos. Esse princípio, hoje, foi abandonado pelo nosso Direito.
Os
condenados à morte deveriam ser enterrados no mesmo dia (Dt. 21.22-23), não
deveriam ficar expostos, como normalmente se fazia naquela época.
O
falso testemunho era proibido (Ex. 20.16, 23.1), mas sem uma sanção
determinada. Também era proibido amaldiçoar os juízes (Ex. 22.28).
Os
juízes também não poderiam fazer injustiça, favorecendo pobres ou ricos (Lv.
19.15,35-36).
Leis
sanitárias e ecológicas:
A
lei mosaica é repleta de proibições de ordem sanitária, visando evitar a
proliferação de doenças entre o povo. Entre elas, a proibição de comer diversos
tipos de alimentos, como a carne do porco, era uma questão de natureza
puramente sanitária. Como não havia esgoto nem latrinas naquela época, cada
pessoa deveria fazer suas necessidades fora do arraial, carregando uma pá para
cavar e esconder suas necessidades (Dt. 23.12-13).
Ao
encontrar um ninho, o judeu não poderia tomar a mãe com toda a ninhada, mas
apenas os filhotes (Dt. 22.6-7). Está em foco aqui a bondade com os animais,
mas também o equilíbrio da natureza, pois os pássaros são importantes para o
controle de pestes. Também se proibia a derrubada de árvores frutíferas, pois
elas serviriam de mantimento e de proteção contra os inimigos (Dt. 20.19-20).
TRABALHO
Hoje, veremos
algumas das metáforas usadas pelos sábios para tratar da natureza do trabalho e
sua importância. Elas revelam que o labor é uma condição necessária à expressão
humana. Ao observarmos o campo, a imagem de um animal ou mesmo a atividade dos
insetos, aprenderemos acerca da grandeza do trabalho.
Era dessa forma que
os sábios da antiguidade ensinavam, pois quando se entende tais metáforas,
compreende-se melhor a natureza do trabalho.
O livro de
Provérbios é o mais típico da literatura sapiencial de Israel. O ensinamento de
Provérbios foi, sem dúvida, superado pelo de Cristo, Sabedoria de Deus, mas
certas máximas anunciam já a moral do Evangelho. No livro de Provérbios, a
sabedoria tem sua origem em Deus.
Os ditados e
instruções da obra têm um principal objetivo: revelar prudência aos incautos;
conhecimento e bom senso aos jovens, assim como aumentar a inteligência dos
sábios (1.4,5). A escrita e o estilo poético-sapiencial dos provérbios já eram
bem apreciadas pelos povos do oriente próximo - cananitas, hititas,
especialmente na Mesopotâmia e no Egito, desde o segundo milênio a.C.
Provérbios, mashal; Strong 04912: Provérbio, parábola, aforismo, adágio; uma
símile ou alegoria; uma lição com finalidade ou ilustração.
Este substantivo
vem do verbo mashal, “comparar, ser semelhante”. Com base no livro de
Provérbios, Tem-se a impressão de que um provérbio é uma frase curta que contém
uma verdade. Mas há evidencia no Antigo Testamento que mostram que o provérbio
tem usos mais amplos. O longo discurso de Balaão recebe o nome de mashal (Nm
23.7-24.24). Em outras referencias, mashal indica um escárnio, um adágio, ou
uma ilustração. E ainda em outras referencias indica uma pessoa ou uma nação da
qual Deus faz um exemplo. Comparar 1Rs 9.7 com Sl 69.11.
A dádiva que faz prosperar. Em Provérbios 3.9,10, está escrito que devemos
honrar ao Senhor com nossas posses e com o melhor de nossa renda. Tal atitude,
segundo o sábio, fará com que os nossos “celeiros” se encham abundantemente e
que trasbordem de mosto os nossos “lagares”. O celeiro e o lagar transbordantes
são metáforas que representam uma vida abundante! O celeiro, tradução do
hebraico asam, é o lugar onde se
deposita a produção de grãos. Quando transbordava era sinal de casa farta!
Vemos isso nas bênçãos decorrentes da obediência (Dt 28.8). Mas o conselho do
sábio mostra que isso só é possível quando há generosidade em fazermos a
vontade de Deus
A bênção que enriquece. No mesmo texto, Salomão fala dos bens e da
renda adquiridos como fruto do trabalho. Mas a verdadeira prosperidade não vem
apenas de nosso esforço, mas principalmente do resultado direto da bênção do
Senhor. É exatamente isso o que diz o sábio em Provérbios 10.22. O celeiro e o
lagar somente se encherão e trasbordarão quando a bênção de Deus estiver neles.
É a bênção divina que faz a distinção entre ter posses e ser verdadeiramente
próspero, pois é possível ser rico, mas não ser feliz. A prosperidade integral
só é possível com a presença de Deus em nossa vida.
Dentro
do contexto do Antigo Testamento, esse texto apontaria para as riquezas
materiais, um resultado da sabedoria de Salomão (1Rs 4.22-28; 10.4-13). A
riqueza não é um alvo da sabedoria, mas, com frequência, é uma recompensa
(10.2).
A Bíblia
apresenta o trabalho como fruto da vontade de Deus. Desde o início Ele desejou
que o ser humano trabalhasse e em Salmos 104,19-24; Isaías 28,23-29 se diz que
o trabalho é uma instituição da sabedoria divina. O terceiro mandamento também
mostra o trabalho como parte constituitiva do plano divino para a humanidade.
O pecado
muda a perspectiva do trabalho e sobretudo as suas condições. Depois do pecado
o trabalho não é mais alegria, mas fatiga (veja Gênesis 3,16-19); é um peso e
não uma bênção. Parece quase que perdeu, depois do pecado, o seu valor, mesmo
se em si não é um mal. Tornou-se ocasião de pecado e, quando é finalizado em si
mesmo, pode tornar-se até mesmo uma idolatria (Eclesiastes 2,4-11.20-23; Lucas
12,16-22). Em alguns casos transforma-se em instrumento de exploração e
opressão (Êxodo 1,11-14; 2,23; Juízes 5,4).
Com Cristo,
graças à redenção, o trabalho é restabelecido como uma benção divina,
realização da pessoa na comunidade humana, um ‘fazer’ que imita o ‘fazer
criativo’ de Deus.
É importante
lembrar como a Bíblia condena a pregüiça, a ausência de trabalho
(1Tessalonicenses 4,11; Efésios 4,28; 1Timóteo 5,13). O próprio Jesus trabalhou
como carpinteiro. Paulo era orgulhoso de dizer que se sustentava trabalhando
com as suas mãos, até mesmo para servir como exemplo (Atos dos Apóstolos 18,3).
É célebre o que ele diz em 2Tessalonecenses 3,10: Quem não quer trabalhar, não
coma. Com isso o apóstolo das nações quer afirmar um princípio de igualdade e
de respeito do ser humano e da sua dignidade. A este propósito também em Lucas
10,7 está escrito: O operário merece o seu salário.
CONCLUSÃO
O oitavo
mandamento é “Não roubarás”. Que,
a. Requer
que devemos obter, preservar e aumentar a nossa própria riqueza e a dos outros
de uma forma legal; que devemos ser diligentes em nossos chamados, com cuidado
para fornecer as nossas famílias coisas convenientes, honestas e respeitáveis
aos olhos de todos; que tenhamos um pouco para dar a quem precisa para que os
mesmos não sejam tentados a roubar dos outros, pois Deus odeia o roubo e toda
injustiça (Pv 22:29; 1 Tm 5:8; Rm 12:17; Ef 4:28; Is 61:8);
b. Exige
verdade, justiça e fidelidade em todas as relações com os homens; não dever
nada a ninguém, mas dar a todos os seus encargos; Usar de pesos e medidas
justos; ser fiel a todos os compromissos, promessas e contratos e em tudo que
está sob o nosso cuidado e confiança (Rm 13:7- 8; Lv 19:35-36, Lv 6:2-5; Ne
5:12);
c. Proíbe
todas as formas injustas de aumentar a nossa riqueza prejudicando o nosso
próximo; as balanças, pesos e medidas falsos; transações desonestas; o tirar
pela força ou pela fraude os bens e as propriedades dos homens; o pegar
emprestado e não pagar; a extorsão, a opressão e a usura ilegal, pois nem toda
usura é ilegal, apenas a que é exorbitante e opressora dos pobres; pois é
razoável que um homem ganhe pelo dinheiro de outro homem e que o outro tenha
uma participação proporcional no ganho. Nem foi sem pagamento nem uma violação
desta lei o empréstimo que os israelitas fizeram aos egípcios, uma vez que foi
por ordem de Deus, que é Senhor de todas as coisas. Ademais o empréstimo pôde
ser debitado dos serviços que os israelitas prestaram aos egípcios no período
da escravidão (Amós 8:5-6; 1 Ts 4:06, Sl 37:21; 1 Co 6:9-10; Dt 23:1-20; Ex
11:02; Ex 12:35).
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
=Comentário
Bíblico Beacon
=Bíblia de Estudo Pentecostal
– BEP (Digital);
=Bíblia de Estudo
Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
=Lições Bíblicas
do 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Jovens e Adultos;
=Lições Bíblicas
do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: =Pr. Elienai
Cabral; CPAD;
=Bíblia de Estudo
Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ:
CPAD, 2010.
=HAMILTON, Vitor
P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
I.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
=COHEN, Armando Chaves.
Comentário Bíblico Êxodo. 1 .ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1 998.
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