8 de outubro de 2014

A FIRMEZA DO CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL



A FIRMEZA DO CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL

TEXTO ÁUREO = “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (Dn 1.8).

VERDADE PRÁTICA = A reverência a Deus fez com que Daniel achasse graça aos olhos do chefe dos eunucos, e não se contaminasse com os manjares do rei.

LEITURA EM CLASSE = DANIEL 1.1-8,17-20

INTRODUÇÃO

Os quatro heróis do livro de Daniel se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso exame. Esses que pertenciam aos filhos de Judá tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e Azarias (6).  Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhes deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam. Daniel significava: "Deus é meu juiz"; Hananias significava: "O Senhor tem sido gracioso ou bondoso"; Misael significava: "Ele é alguém que vem de Deus" e Azarias declarava: "O Senhor é meu Ajudador". A continuação da história claramente indica que, embora outros pais em Judá pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os pais desses meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas do significado dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de caráter.

Em consideração ao rei e seus deuses pagãos, o chefe dos eunucos designou novos nomes aos quatro jovens. Beltessazar (7) significava "o tesouro (ou segredos) de Bel". Sadraque significava "a inspiração do sol". Mesaque sugeria: "aquele que pertence à deusa Sesaque". E Abede-Nego significava "servo de Nego (a estrela da manhã)". A pouca importância que esses jovens deram aos seus novos nomes pode ser vista nas narrativas que se seguem.

Com convicção inabalável, ousadia santa e cortesia refinada, Daniel e seus companheiros revelaram seus dons extraordinários de sabedoria e caráter. A decisão de não comer das iguarias do rei era muito mais do que uma questão de conveniência ou saúde. Isso estava relacionado com a integridade dos seus votos de consagração como hebreus ao Deus de Israel. O significado cerimonial do alimento, puro ou impuro, significava tudo para descendentes profundamente comprometidos de Abraão. Ingerir alimentos dedicados a deuses pagãos da Babilônia constituiria uma ruptura de fé com Jeová.
Eles não vêem outra saída senão arriscar o perigo da recusa. Mas eles devem fazer isso de maneira afável e atenciosa com aqueles que são responsáveis em cumprir as ordens do rei. Quando o chefe dos eunucos (8,10) recusou o pedido, uma sugestão sensata dada ao despenseiro (11), encarregado direto dos jovens, tirou a pressão do oficial superior abriu caminho para uma solução. O período de prova de dez dias (12) era justo e suficiente para prover uma demonstração adequada do bom senso higiênico do pedido e de oportunidade a Deus para vindicar seus jovens servos. Legume significa literalmente "sementes", mas incluía vegetais em geral.

  O QUE E CARÁTER

Caráter é um conjunto de hábitos adquiridos ou ao longo do tempo que define quem “é” a pessoa. Reputação é aquilo que as pessoas pensam a seu respeito.

Podemos comparar o caráter ao alicerce ou à fundação de um prédio que, depois de construído, ninguém enxerga, mas é a base de sustentação, é a segurança da construção. Nenhum projeto de vida cristã se sustenta sem uma base (caráter) bem construída ( Mt 7: 24-27): Quanto maior for a altura do prédio, maior deverá ser o investimento na fundação, no alicerce, caso contrário, não será uma construção digna de confiança.

Nada compromete mais a pregação do Evangelho diante do mundo do que a incoerência entre a mensagem que pregamos e a vida que vivemos. Meu pai, de saudosa memória, sempre dizia: “A minha vida precisa falar mais alto que a minha voz”. No Sermão do Monte, Jesus afirmou; “Vocês são o sal para a humanidade; mas se o sal perder o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. E jogado fora e pisado pelos que passam” (Mt 5.13-BLH).

Uma das causas dos escândalos em nossos dias é que o fazer e o ter têm se tomado mais importante do que o ser sal (caráter). Lembre-se: o fazer sem preocupação com o ser (caráter), sempre vai gerar escândalos. Por isso, Jesus falou do que acontecerá no dia do acerto de contas (Mt 7.22,23).

Daniel e três amigos são selecionados para preparação especial, 1: 1-7.

1: 1 - O começo do cativeiro de Daniel é dado como "o terceiro ano" do reinado de Jeoaquim. Os críticos gostam de se referir a esta passagem como prova de contradição, porque Jeremias 25: 1 diz "o quarto ano de Jeoaquim foi o primeiro ano de Nabucodonosor". Porém não ocorre contradição aqui. Jeremias estava falando do ponto de vista hebreu enquanto Daniel estava falando do ponto de vista babilônio. Os babilônios não contavam o ano no qual um homem se tornava rei enquanto um ano inteiro de reinado não era completado, enquanto os hebreus consideravam qualquer parte do ano da ascensão como o primeiro ano. Portanto, o quarto ano hebreu era equivalente ao terceiro ano babilônio.

1:2 - Antes da invasão de Jerusalém, Nabucodonosor tinha derrotado o Egito em Carquêmis, o que provou claramente que a Babilônia era o poder dominante (Jeremias 46:2). Ele perseguiu os egípcios até o sul de Jerusalém onde ele soube da morte de seu pai. Então retomou à Babilônia para assumir o trono, mas levou consigo alguns cativos judeus e tesouros do templo para a terra de Sina r, que é a área da Babilônia também conhecida como Caldéia.

"O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim". Nabucodonosor não teria sucesso se não fosse permitido por Deus (d. Jeremias 27:5-8). Isto dá o tom do tema da profecia de Daniel: "Deus tem domínio sobre o reino dos homens". Não nos é dito quantos cativos foram levados desta vez; somente que Daniel, Hananias, Misael e Azarias estavam entre eles. Lembramos esta data (605 a.C.) como o começo do cativeiro de Judá. Nabucodonosor veio contra Jerusalém mais duas vezes (597 a.C. e 586 a.C.).

1 :3-4 - Nabucodonosor comissionou Aspenaz, chefe de seus servos, para selecionar alguns dos jovens judeus nobres para serem preparados na sabedoria e cultura dos caldeus. Sabemos que eram jovens, mas qual exatamente era a idade deles é incerto. Muitos estudiosos pensam que Daniel tinha entre quatorze e vinte anos. Ele era um jovem de estatura elegante e inteligente, e agora é selecionado para um papel honroso no reino de Nabucodonosor. Estas vantagens tentariam a maioria dos jovens a serem orgulhosos e arrogantes, mas Daniel nunca esqueceu que seu primeiro dever era ser um servo de Deus!

1:5 - O rei favoreceu estes jovens com alimento de sua própria mesa. Durante três anos eles deveriam receber provisões reais e educação, de modo que pudessem ser preparados para servir no governo de Nabucodonosor.

1:6-7 - Não somente foram eles iniciados nos costumes babilônios, mas também lhes foram dados nomes babilônios. Tudo isto provavelmente era destinado a ajudá-los a esquecer suas fidelidades judaicas; de fato, os novos nomes parecem referir-se a deuses babilônios.

Daniel ("Deus é meu juiz") ==================Beltessazar ("um servo de Bel")
Hananias ("o Senhor é bondoso") ========= Sadraque ("inspirado pelo deus sol")
Misael ("quem é o que Deus é")=========Mesaque ("quem é o que o deus lua é")
Azarias ("o Senhor ajuda") ====================Abednego ("servo de Nebo")

Daniel se recusa a contaminar-se, 1 :8-16.

1:8 - Eles puderam mudar o nome de Daniel, sua lealdade, não. Eles puderam ensinar-lhe o "conhecimento" babilônio, sua religião, não.
O assunto de comer da mesa do rei envolvia sua relação com Deus. Não nos é dito por que isto "contaminaria" Daniel. Talvez fosse carne que tivesse sido sacrificada aos ídolos e comê-la teria sido visto como adoração ao ídolo (veja 1 Coríntios 10:28). Ou talvez fosse comida proibida aos hebreus como imunda (Levítico 11), ou carne que tivesse sido sangrada inadequadamente (Levítico 17: 14). Qualquer que fosse a razão que a faziam errada, "resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se".

1:9-1 0- Aspenaz, o chefe dos eunucos, gostou de Daniel. Mas sua própria vida correria perigo se fosse descoberto que ele não tinha executado as ordens do rei. Ele argumentou que, se eles não comessem a comida do rei e não bebessem o vinho do rei, sua aparência logo mostraria a diferença, e ele então seria condenado à morte.

1:11-13 - Daniel pediu ao eunuco especialmente encarregado dele e de seus três companheiros hebreus, que lhes desse um período de experiência de dez dias. Ele persuadiu-o a dar-lhes legumes para comer e água para beber.

1:14-16 - No fim deste período experimental, o eunuco encarregado descobriu que eles pareciam melhores e mais cheios de carne do que todos os outros que tinham comido a comida do rei. Portanto lhes foi concedido seu pedido de legumes e água durante todo o período de treinamento.

Deus recompensa seus servos fiéis, 1: 1 7 -21.

1: 17 - O sucesso destes quatro jovens hebreus foi o resultado da bênção especial do Senhor. Deus lhes deu destreza em todo o conhecimento e sabedoria. A Daniel foi dada a capacidade de entender o significado dos sonhos e visões.

1: 18-19 - Eles foram levados diante do rei para serem examinados, depois de completados seus três anos de preparação. Daniel e seus três companheiros hebreus ultrapassaram todos os outros.

1 :20-21 - Eles eram "dez vezes" melhores (um esplêndido grau) do que todos os outros sábios do rei. Foram indicados para a equipe permanente de conselheiros. Daniel continuou ainda "até ao primeiro ano do rei Ciro", o que mostra que sobreviveu em um novo império. Realmente, Daniel 1O: 1 afirma que ele recebeu uma visão no terceiro ano de Ciro; assim, isto não pretende dizer-nos quando ele morreu ou parou de profetizar, mas que seu trabalho abrangeu todo o período babilônio.



Aplicações para os Dias de Hoje:

1. Daniel 1:8 - A obediência fiel deve partir do coração do homem. Nenhum dos servos de Deus ficará sem prova. Aqueles com atitude displicente, que servem só quando convém, cairão na tentação do diabo (Efésios 6: 1 0-18; Romanos 6: 16-18).

2. Daniel 1: 17 - Deus opera em seu povo para cumprir seu propósito. Mesmo no cativeiro babilônio Deus usou seu povo quando preparava uma parte para a vinda do Messias. Ele abençoou os fiéis com o sucesso. Hoje ele continua a recompensar aqueles que, com a coragem da convicção, defendam Jesus Cristo (Marcos 10:29-30; 2 Timóteo 1: 12). 

A Determinação de Manter a Pureza

Jovens longe de casa enfrentam tentações. Se cruzar a linha e violar alguns princípios ensinados pelos pais, quem vai saber? Imagine, então, jovens levados de uma maneira violenta para uma terra estranha. Eles nem sabiam se os pais ainda estavam vivos. Poderiam até duvidar o poder do Deus que serviam, pois ele não protegeu seu povo dos ataques da Babilônia. E agora o imperador mandou que eles fossem preparados para servir no governo dele. Seria grande coisa se submeter às ordens deste rei poderoso?

Daniel percebeu que alguma coisa dos alimentos e bebidas fornecidos pelo rei traria contaminação. É provável que alguns destes alimentos fossem proibidos para os judeus na lei dada no monte Sinai 800 anos antes. Como este jovem reagiu? Poderia ter oferecido desculpas, dizendo que ele não tinha controle da situação e teria que ceder às ordens do rei. Daniel não tinha controle da situação, nem do rei, nem do homem encarregado da responsabilidade de supervisionar os jovens em treinamento. 

Mas ele tinha controle de si, e tomou a sua própria decisão. “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se” (1:8). Deus abençoou esta decisão de Daniel, e o chefe permitiu que ele e os seus companheiros fizessem uma experiência, comendo comidas mais simples durante dez dias. Deus estava com eles, e o chefe viu que progrediram mais do que os jovens que comiam os alimentos do rei.

O resultado foi favorável, mas a decisão de Daniel não foi condicionada no resultado. Ele decidiu fazer a coisa certa antes de falar com o chefe. Mesmo se este tivesse recusado o pedido do jovem, Daniel já tinha tomado a decisão. Será que nós temos a mesma convicção?

Nós enfrentamos situações em que temos que insistir em fazer a coisa certa, ou ceder às pressões de outros, até de pessoas que exercem autoridade sobre nós. Um superior no trabalho pode exigir que mintamos para um cliente, para um fornecedor, ou para o próprio governo. Se insistirmos em fazer a coisa certa e falar somente a verdade, poderemos sofrer consequências, talvez até perdendo o emprego. E não temos garantia de intervenção divina, como aconteceu com Daniel. O que faremos? Resolveremos, firmemente, não nos contaminar?
Uma vez que Daniel tomou uma atitude, Deus o usou para revelar algumas das suas mensagens mais importantes da época. Ele revelou e explicou sonhos do rei Nabucodonosor, frisando um ponto central da mensagem divina para todas as épocas – Deus exerce sua autoridade sobre todos os reis. Ele olhou para um tempo, séculos depois, quando Deus estabeleceria “um reino que não será jamais destruído” (2:44), e disse que este reino “será um reino eterno” (7:14,27). Em outra ocasião, ele disse que o rei Nabucodonosor seria humilhado “até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (4:32). Décadas depois, Daniel avisou um descendente do mesmo rei do castigo iminente, porque ele não se humilhou diante do Senhor (5:22-30). Ele transmitiu várias outras profecias importantes, mostrando o domínio total do Senhor.

CONCLUSÃO

Hoje muitos começam bem, mas terminam mal. São crentes fiéis e consagrados até que venha a primeira prova. Depois começam a negociar seus valores, vendem sua consciência e perdem-se em paixões mundanas, afundam na lama do pecado. Muitos nessa corrida ao sucesso e ao fazer apenas o que querem deixam de lado a fé e a obediência, deixam a Cristo e Sua Igreja e se contaminam com o mundo. Daniel continuou servindo a Deus com integridade até o último dia de sua vida. E você? Tem se guardado do mundo? Tem dito um grande “não” aos inúmeros convites do pecado? Tem sido um influenciador (a) pela poder que há no Nome de Jesus? As pessoas ao seu redor são despertadas a conhecer a Deus por intermédio de seu testemunho? Pense nisso!

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

www.estudosdabiblia.net
Comentário Bíblico Beacon Daniel
Lições Biblicas Editora Central Gospel 2008
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 4º TRIMESTRE 1984

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