A FIRMEZA DO
CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL
TEXTO ÁUREO = “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a
porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe
dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar” (Dn 1.8).
VERDADE PRÁTICA = A reverência a Deus fez com que Daniel
achasse graça aos olhos do chefe dos eunucos, e não se contaminasse com os
manjares do rei.
LEITURA EM
CLASSE = DANIEL 1.1-8,17-20
INTRODUÇÃO
Os quatro heróis do livro de Daniel se sobressaíram entre todos
os vencedores do rigoroso exame. Esses que pertenciam aos filhos de Judá tinham
a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e
Azarias (6). Esses quatro jovens de
Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus.
Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá,
seus pais lhes deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam.
Daniel significava: "Deus é meu juiz"; Hananias significava: "O
Senhor tem sido gracioso ou bondoso"; Misael significava: "Ele é alguém
que vem de Deus" e Azarias declarava: "O Senhor é meu Ajudador".
A continuação da história claramente indica que, embora outros pais em Judá
pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os pais desses
meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e
responsabilidades dignas do significado dos seus nomes. Seu treinamento piedoso
havia cultivado profundas raízes de caráter.
Em consideração ao rei e seus deuses pagãos, o chefe dos eunucos
designou novos nomes aos quatro jovens. Beltessazar (7) significava "o
tesouro (ou segredos) de Bel". Sadraque significava "a inspiração do
sol". Mesaque sugeria: "aquele que pertence à deusa Sesaque". E
Abede-Nego significava "servo de Nego (a estrela da manhã)". A pouca
importância que esses jovens deram aos seus novos nomes pode ser vista nas
narrativas que se seguem.
Com convicção inabalável, ousadia santa e cortesia refinada,
Daniel e seus companheiros revelaram seus dons extraordinários de sabedoria e
caráter. A decisão de não comer das iguarias do rei era muito mais do que uma
questão de conveniência ou saúde. Isso estava relacionado com a integridade dos
seus votos de consagração como hebreus ao Deus de Israel. O significado
cerimonial do alimento, puro ou impuro, significava tudo para descendentes
profundamente comprometidos de Abraão. Ingerir alimentos dedicados a deuses
pagãos da Babilônia constituiria uma ruptura de fé com Jeová.
Eles não vêem outra saída senão arriscar o perigo da recusa. Mas
eles devem fazer isso de maneira afável e atenciosa com aqueles que são
responsáveis em cumprir as ordens do rei. Quando o chefe dos eunucos (8,10)
recusou o pedido, uma sugestão sensata dada ao despenseiro (11), encarregado
direto dos jovens, tirou a pressão do oficial superior abriu caminho para uma
solução. O período de prova de dez dias (12) era justo e suficiente para prover
uma demonstração adequada do bom senso higiênico do pedido e de oportunidade a
Deus para vindicar seus jovens servos. Legume significa literalmente "sementes",
mas incluía vegetais em geral.
O QUE
E CARÁTER
Caráter é um
conjunto de hábitos adquiridos ou ao longo do tempo que define quem “é” a
pessoa. Reputação é aquilo que as pessoas pensam a seu respeito.
Podemos
comparar o caráter ao alicerce ou à fundação de um prédio que, depois de
construído, ninguém enxerga, mas é a base de sustentação, é a segurança da
construção. Nenhum projeto de vida cristã se sustenta sem uma base (caráter)
bem construída ( Mt 7: 24-27): Quanto maior for a altura do prédio, maior
deverá ser o investimento na fundação, no alicerce, caso contrário, não será
uma construção digna de confiança.
Nada
compromete mais a pregação do Evangelho diante do mundo do que a incoerência
entre a mensagem que pregamos e a vida que vivemos. Meu pai, de saudosa
memória, sempre dizia: “A minha vida precisa falar mais alto que a minha voz”.
No Sermão do Monte, Jesus afirmou; “Vocês são o sal para a humanidade; mas se o
sal perder o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. E jogado fora
e pisado pelos que passam” (Mt 5.13-BLH).
Uma das
causas dos escândalos em nossos dias é que o fazer e o ter têm se tomado mais
importante do que o ser sal (caráter). Lembre-se: o fazer sem preocupação com o
ser (caráter), sempre vai gerar escândalos. Por isso, Jesus falou do que
acontecerá no dia do acerto de contas (Mt 7.22,23).
Daniel e três amigos são
selecionados para preparação especial, 1: 1-7.
1: 1 - O começo do cativeiro de
Daniel é dado como "o terceiro ano" do reinado de Jeoaquim. Os críticos gostam de se referir a esta passagem como prova de
contradição, porque Jeremias 25: 1 diz "o quarto ano de Jeoaquim foi o
primeiro ano de Nabucodonosor". Porém não ocorre contradição aqui.
Jeremias estava falando do ponto de vista hebreu enquanto Daniel estava falando
do ponto de vista babilônio. Os babilônios não contavam o ano no qual um homem
se tornava rei enquanto um ano inteiro de reinado não era completado, enquanto
os hebreus consideravam qualquer parte do ano da ascensão como o primeiro ano.
Portanto, o quarto ano hebreu era equivalente ao terceiro ano babilônio.
1:2 - Antes da invasão de
Jerusalém, Nabucodonosor tinha derrotado o Egito em Carquêmis, o que provou
claramente que a Babilônia era o poder dominante (Jeremias 46:2). Ele perseguiu os egípcios até o sul de Jerusalém onde ele soube
da morte de seu pai. Então retomou à Babilônia para assumir o trono, mas levou
consigo alguns cativos judeus e tesouros do templo para a terra de Sina r, que
é a área da Babilônia também conhecida como Caldéia.
"O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim".
Nabucodonosor não teria sucesso se não fosse permitido por Deus (d. Jeremias
27:5-8). Isto dá o tom do tema da profecia de Daniel: "Deus tem domínio
sobre o reino dos homens". Não nos é dito quantos cativos foram levados
desta vez; somente que Daniel, Hananias, Misael e Azarias estavam entre eles.
Lembramos esta data (605 a.C.) como o começo do cativeiro de Judá.
Nabucodonosor veio contra Jerusalém mais duas vezes (597 a.C. e 586 a.C.).
1 :3-4 - Nabucodonosor
comissionou Aspenaz, chefe de seus servos, para selecionar alguns dos jovens
judeus nobres para serem preparados na sabedoria e cultura dos caldeus. Sabemos que eram jovens, mas qual exatamente era a idade deles
é incerto. Muitos estudiosos pensam que Daniel tinha entre quatorze e vinte
anos. Ele era um jovem de estatura elegante e inteligente, e agora é
selecionado para um papel honroso no reino de Nabucodonosor. Estas vantagens
tentariam a maioria dos jovens a serem orgulhosos e arrogantes, mas Daniel
nunca esqueceu que seu primeiro dever era ser um servo de Deus!
1:5 - O rei favoreceu estes
jovens com alimento de sua própria mesa. Durante
três anos eles deveriam receber provisões reais e educação, de modo que
pudessem ser preparados para servir no governo de Nabucodonosor.
1:6-7 - Não somente foram eles iniciados nos costumes babilônios, mas
também lhes foram dados nomes babilônios. Tudo isto provavelmente era destinado
a ajudá-los a esquecer suas fidelidades judaicas; de fato, os novos nomes
parecem referir-se a deuses babilônios.
Daniel ("Deus é meu juiz") ==================Beltessazar
("um servo de Bel")
Hananias ("o Senhor é bondoso") ========= Sadraque
("inspirado pelo deus sol")
Misael ("quem é o que Deus é")=========Mesaque
("quem é o que o deus lua é")
Azarias ("o Senhor ajuda") ====================Abednego
("servo de Nebo")
Daniel se recusa a
contaminar-se, 1 :8-16.
1:8 - Eles puderam mudar o nome
de Daniel, sua lealdade, não. Eles
puderam ensinar-lhe o "conhecimento" babilônio, sua religião, não.
O assunto de comer da mesa do rei envolvia sua relação com Deus.
Não nos é dito por que isto "contaminaria" Daniel. Talvez fosse carne
que tivesse sido sacrificada aos ídolos e comê-la teria sido visto como
adoração ao ídolo (veja 1 Coríntios 10:28). Ou talvez fosse comida proibida aos
hebreus como imunda (Levítico 11), ou carne que tivesse sido sangrada
inadequadamente (Levítico 17: 14). Qualquer que fosse a razão que a faziam
errada, "resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se".
1:9-1 0- Aspenaz, o chefe dos
eunucos, gostou de Daniel. Mas sua própria vida correria
perigo se fosse descoberto que ele não tinha executado as ordens do rei. Ele
argumentou que, se eles não comessem a comida do rei e não bebessem o vinho do
rei, sua aparência logo mostraria a diferença, e ele então seria condenado à
morte.
1:11-13 - Daniel pediu ao eunuco especialmente encarregado dele e de seus
três companheiros hebreus, que lhes desse um período de experiência de dez
dias. Ele persuadiu-o a dar-lhes legumes para comer e água para beber.
1:14-16 - No fim deste período experimental, o eunuco encarregado
descobriu que eles pareciam melhores e mais cheios de carne do que todos os
outros que tinham comido a comida do rei. Portanto lhes foi concedido seu
pedido de legumes e água durante todo o período de treinamento.
Deus recompensa seus servos
fiéis, 1: 1 7 -21.
1: 17 - O sucesso destes quatro jovens hebreus foi o resultado da
bênção especial do Senhor. Deus lhes deu destreza em todo o conhecimento e
sabedoria. A Daniel foi dada a capacidade de entender o significado dos sonhos
e visões.
1: 18-19 - Eles foram levados diante do rei para serem examinados, depois
de completados seus três anos de preparação. Daniel e seus três companheiros
hebreus ultrapassaram todos os outros.
1 :20-21 - Eles eram "dez vezes" melhores (um esplêndido grau)
do que todos os outros sábios do rei. Foram indicados para a equipe permanente
de conselheiros. Daniel continuou ainda "até ao primeiro ano do rei
Ciro", o que mostra que sobreviveu em um novo império. Realmente, Daniel
1O: 1 afirma que ele recebeu uma visão no terceiro ano de Ciro; assim, isto não
pretende dizer-nos quando ele morreu ou parou de profetizar, mas que seu
trabalho abrangeu todo o período babilônio.
Aplicações para os Dias de
Hoje:
1. Daniel 1:8 - A obediência fiel deve
partir do coração do homem. Nenhum dos servos de Deus ficará sem prova.
Aqueles com atitude displicente, que servem só quando convém, cairão na
tentação do diabo (Efésios 6: 1 0-18; Romanos 6: 16-18).
2. Daniel 1: 17 - Deus opera em
seu povo para cumprir seu propósito. Mesmo no
cativeiro babilônio Deus usou seu povo quando preparava uma parte para a vinda
do Messias. Ele abençoou os fiéis com o sucesso. Hoje ele continua a
recompensar aqueles que, com a coragem da convicção, defendam Jesus Cristo
(Marcos 10:29-30; 2 Timóteo 1: 12).
A Determinação de
Manter a Pureza
Jovens longe de casa enfrentam tentações. Se cruzar a linha e violar
alguns princípios ensinados pelos pais, quem vai saber? Imagine, então, jovens
levados de uma maneira violenta para uma terra estranha. Eles nem sabiam se os
pais ainda estavam vivos. Poderiam até duvidar o poder do Deus que serviam,
pois ele não protegeu seu povo dos ataques da Babilônia. E agora o imperador
mandou que eles fossem preparados para servir no governo dele. Seria grande coisa
se submeter às ordens deste rei poderoso?
Daniel percebeu que alguma coisa dos alimentos e bebidas fornecidos pelo
rei traria contaminação. É provável que alguns destes alimentos fossem
proibidos para os judeus na lei dada no monte Sinai 800 anos antes. Como este
jovem reagiu? Poderia ter oferecido desculpas, dizendo que ele não tinha
controle da situação e teria que ceder às ordens do rei. Daniel não tinha
controle da situação, nem do rei, nem do homem encarregado da responsabilidade
de supervisionar os jovens em treinamento.
Mas ele tinha controle de si, e
tomou a sua própria decisão. “Resolveu Daniel, firmemente, não
contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia;
então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se”
(1:8). Deus abençoou esta decisão de Daniel, e o chefe permitiu que ele e os
seus companheiros fizessem uma experiência, comendo comidas mais simples
durante dez dias. Deus estava com eles, e o chefe viu que progrediram mais do
que os jovens que comiam os alimentos do rei.
O resultado foi favorável, mas a decisão de Daniel não foi condicionada
no resultado. Ele decidiu fazer a coisa certa antes de falar com o chefe. Mesmo
se este tivesse recusado o pedido do jovem, Daniel já tinha tomado a decisão.
Será que nós temos a mesma convicção?
Nós enfrentamos situações em que temos que insistir em fazer a coisa
certa, ou ceder às pressões de outros, até de pessoas que exercem autoridade
sobre nós. Um superior no trabalho pode exigir que mintamos para um cliente,
para um fornecedor, ou para o próprio governo. Se insistirmos em fazer a coisa
certa e falar somente a verdade, poderemos sofrer consequências, talvez até
perdendo o emprego. E não temos garantia de intervenção divina, como aconteceu
com Daniel. O que faremos? Resolveremos, firmemente, não nos contaminar?
Uma vez que Daniel tomou uma atitude, Deus o usou para revelar algumas
das suas mensagens mais importantes da época. Ele revelou e explicou sonhos do
rei Nabucodonosor, frisando um ponto central da mensagem divina para todas as
épocas – Deus exerce sua autoridade sobre todos os reis. Ele olhou para um
tempo, séculos depois, quando Deus estabeleceria “um reino que não será
jamais destruído” (2:44), e disse que este reino “será um reino
eterno” (7:14,27). Em outra ocasião, ele disse que o rei Nabucodonosor
seria humilhado “até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o
reino dos homens e o dá a quem quer” (4:32). Décadas depois, Daniel
avisou um descendente do mesmo rei do castigo iminente, porque ele não se
humilhou diante do Senhor (5:22-30). Ele transmitiu várias outras profecias
importantes, mostrando o domínio total do Senhor.
CONCLUSÃO
Hoje muitos
começam bem, mas terminam mal. São crentes fiéis e consagrados até que venha a
primeira prova. Depois começam a negociar seus valores, vendem sua consciência
e perdem-se em paixões mundanas, afundam na lama do pecado. Muitos nessa
corrida ao sucesso e ao fazer apenas o que querem deixam de lado a fé e a
obediência, deixam a Cristo e Sua Igreja e se contaminam com o mundo. Daniel
continuou servindo a Deus com integridade até o último dia de sua vida. E você?
Tem se guardado do mundo? Tem dito um grande “não” aos inúmeros convites do
pecado? Tem sido um influenciador (a) pela poder que há no Nome de Jesus? As
pessoas ao seu redor são despertadas a conhecer a Deus por intermédio de seu
testemunho? Pense nisso!
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
www.estudosdabiblia.net
Comentário Bíblico Beacon Daniel
Lições
Biblicas Editora Central Gospel 2008
LIÇÕES
BIBLICAS CPAD 4º TRIMESTRE 1984
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