17 de junho de 2014

O DIÁCONATO - 01



O DIÁCONATO

TEXTO ÁUREO = “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1 Tm 3.13).

VERDADE PRÁTICA = O diaconato é um ministério instituído pelos apóstolos, na Igreja, para servir a Deus e ao seu povo.

LEITURA EM CLASSE = ATOS 6.1-7

INTRODUÇÃO

Assim como Deus instituiu os levitas para as atividades sagradas no culto auxiliando os sacerdotes da mesma forma a Igreja crescente precisava dos que pudessem ajudar os apóstolos.

1. DOIS GRUPOS DE JUDEUS.

1. Origem dos dois grupos. Desde o cativeiro babih5nico (605 a C) quando Nabucodonosor levou cativa a primeira leva de judeus para a Caldéia, muitos deles nunca mais retornaram à sua terra, exceto um pequeno grupo com Zorobabel, para a reconstrução do Templo, e depois outras levas com Esdras e Neemias (Ed 2.1; 7.1-7; Ne 2.9). A maior parte continuou pelas nações, onde eles já estavam.

2. Quem eram os gregos e hebreus? (v. 1). Eram dois grupos de judeus que se converteram e estavam no seio da Igreja. A palavra heienistikoi é uma referência aos judeus de fala grega, ou da diáspora. Muitos preferem chamá-los de “judeus gregos”, diferentes dos hebraioi, “judeus palestinenses” ou “aramaicos”.

3. Tensão cultural (v. 1). Havia uma antiga rivalidade entre esses grupos Os judeus aramaicos olhavam com suspeita os seus compatriotas, helenistas, por terem habitado fora de Éretz Israel, “Terra de Israel”. Agora, pertenciam a uma nova comunidade, onde Jesus havia abolido a parede da separação (Ef 2.14- 17). Mas ainda havia certa tensão cultural entre eles, O termo helënistikoi aparece apenas três vezes em Atos: 9.29; 11.19,20, além da passagem em foco. Até então o Evangelho ainda não havia sido pregado aos gentios (At 11.17,18).

4. Discriminação e preconceito. “Porque ás suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano” (v.1). A discriminação e o preconceito não devem ter lugar no meio dos discípulos de Jesus. Esta praga precisa ser eliminada do nosso meio, pois isso entristece o Espírito Santo e torna-se uma barreira que impede o Senhor de operar. Isso divide o povo de Deus e o Diabo se aproveita da ocasião, para suscitar discórdias entre os que professam a fé em Cristo.

II. A OBRA DOS DOZE E A DOS SETE

1. Começo da estrutura hierárquica. O texto não diz explicitamente que esses sete foram escolhidos para o diaconato, mas, como o substantivo grego diakonia, “serviço, ministério”, e o verbo diakonein, “servir”, são o tema do texto, desde o terceiro século d.C. todos os expositores admitem que eles exerceram o cargo que o apóstolo Paulo mais tarde chama de diácono.

Com o passar do tempo a Igreja foi se estruturando hierarquicamente, de modo que a comunidade cristã em Filipos, ainda nos dias do apóstolo Paulo, já apresentava “bispos e diáconos” (Fp 1.1). O apóstolo dos gentios, no entanto, estabelece regras para a consagração destes obreiros (1 Tm 3.1-14). Um estudo sobre este assunto mostra que isso depende muito da época e lugar. Não era uma estrutura inflexível e dogmática.

2. Convocando uma Assembléia Geral Extraordinária (v. 2). É a primeira vez que os termos “os doze”, para designar os apóstolos, e “discípulos”, os seguidores de Cristo, aparecem no livro de Atos. A convocação da multidão pelos apóstolos revela que há decisões na Igreja que precisam ser tomadas em assembléias, juntamente com os crentes. Foi uma reunião democrática, mas na direção do Espírito Santo, diferente da democracia política. Era uma questão interna, um problema entre irmãos, mas muito sério. Os líderes seguiram o modelo determinado por Jesus, convocando os cristãos (Mt 18-15-17).

III. FUNÇÃO DOS DIÁCONOS

Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, o apóstolo Paulo apresenta 10 qualificações para o diaconato e 16 para o presbiterato (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9). A função dos diáconos não ficou muito clara nas epístolas paulinas. O texto de Atos 6.1-6 mostra qual o dever dos sete escolhidos:
“servir às mesas” (v.2).

1. O sentido de servir. O verbo grego para servir é diakonein, de onde vem o termo diácono, que significa servo ou mensageiro. A função diz respeito não somente ao alimento posto para as viúvas, mas também à administração financeira em geral. O próprio Jesus aplicou esse termo a si mesmo (Mt 20.28; Mc 10.45; Lc 22.27). É, pois, uma função importante. Geralmente, os pastores começam ministerialmente como diáconos. Por isso, acumulam também este cargo, pois a sua chamada é a de servir ao povo de Deus. Jesus é o nosso maior exemplo.

2. Atividade diaconal. A diakonia, “ministério” ou “serviço”, palavra usada tanto no versículo 1,- “ministério cotidiano”, como no 4, “ministério da palavra”, mostra que os dois serviços têm o mesmo valor. Ambos são compromissos cristãos para servir a Deus e ao seu povo. A diferença residia na vocação dos doze. Há os que têm chamada para ministrar a Palavra (v. 4).
E comum ouvir em nosso meio falar de “ministério” como sinônimo de pastor ou evangelista. Seria bom acrescentar sempre o termo “pastoral”, pois a atividade dos diáconos não deixa de ser um ministério.

3. Alimento ou dinheiro? “Mesas” significa servir refeição e também a distribuição de fundos aos necessitados. A “boa reputação” refere-se às qualificações exigidas pelos apóstolos, para o exercício desse trabalho. Parece que a tarefa dos sete era a última, mas não é uma interpretação unânime dos expositores da Bíblia.

4. A função do diácono, hoje. O Diabo estava armando outra estratégia: desviar os apóstolos das obrigações a que eram vocacionados. Pela expressão “mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (v. 4) mostra que a função dos diáconos se assemelha à dos levitas no Antigo Testamento, ou seja, auxiliar todas as atividades ligadas ao culto (Nm 3.6-10). Se os apóstolos deviam se dedicar à oração e ao ministério de palavra, obviamente, os sete estavam sendo separados para os trabalhos auxiliares e não meramente as funções filantrópicas, de caráter social. Por isso, a atividade dos diáconos é justamente a de auxiliar nos cultos e nas demais atividades da Igreja. Manter a ordem, recepcionar os visitantes, recolher as contribuições, servir a Ceia do Senhor e cuidar do ambiente, para o bem-estar do povo de Deus.

IV. A ESCOLHA DOS SETE

1. A igreja escolhe seus diáconos (v 3). O termo “escolhei” mostra que os sete foram eleitos pela igreja. Os apóstolos apresentaram as qualificações para o exercício dessa importante tarefa: “varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” (v. 3). Depois, Paulo apresentou uma lista de requisitos necessários para o exercício desse ministério. “Boa reputação”, pois teriam de trabalhar na distribuição de dinheiro. Portanto, era necessário que tivessem conduta comprovada pelos irmãos. “Cheios do Espírito Santo e de sabedoria “, porque o trabalho era também espiritual. Só o batismo no Espírito Santo não basta. É necessário vivermos na plenitude do Espírito. Esses requisitos são necessários até hoje na Igreja de Cristo, para que o diácono tenha condições de cumprir o seu ministério. Não se trata de meras exigências, mas de preparo para tão importante tarefa.

2. Os sete nomes (v. 5). O parecer dos apóstolos deixou toda a igreja satisfeita. Todos viam nessa sábia atitude a solução dos problemas. Não houve imposição, mas sugestão. Quando a obra é dirigida pelo Espírito Santo, geralmente, o parecer da liderança é acatado, como se fosse uma determinação divina, e deixa a Igreja regozijante. Isso prova que Deus estava nesse negócio.

A igreja elegeu os que preencheram os requisitos apresentados pelos doze. São eles: “Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia” (v. 5).
Os sete tinham nomes gregos. Será que eram todos helenistikoi? Se assim for, isso mostrava que o direito dessas viúvas estava assegurado, além de revelar a idoneidade deles nessa administração que agora se tornava transparente.

3. O destino dos sete. Pouco se sabe do destino de cada um deles. Pelo discurso de Estevão, registrado em Atos 7, podemos afirmar que ele era de considerável estatura espiritual, pois logo revelou seus talentos. Portanto, o diácono pode ser um grande pregador (1 Tm 3. 13) Nada mais sabemos sobre os demais, exceto Filipe, que pregou em Samaria e para o eunuco da rainha Candace, da Etiópia (At8) e, depois de muitos anos, aparece como evangelista residindo em Cesareia Marítima (At 2 1.8). A tradição diz que Nicolau, prosélito de Antioquia, se desviou e tornou-se o líder do grupo herético os “nicolaitas”, mencionado em Apocalipse 2.6,15.

4. Imposição de mãos (v. 6). Os sete, escolhidos pela igreja, foram levados à presença dos apóstolos para a imposição de mãos e, dessa forma, receberem a oração. A imposição de mãos é o rito que representa a consagração para um determinado oficio e significa a transferência de bênçãos e dons.

CONCLUSÃO

A lição mostra que os apóstolos sabiam delegar as tarefas Infelizmente, na atualidade, há os que controlam tudo, pois não deixam que outros façam algo, para ajudá-los. Por causa disso, a obra de Deus sofre. Certos líderes ficam sobrecarregados, com atividades que poderiam ser encargo dos diáconos, e não têm tempo para a oração e meditação na Palavra de Deus. A noite, no culto, não possuem mensagem, pois não têm alimento para o povo e nem entendem a necessidade das ovelhas. Quando se segue o padrão dos apóstolos, o crescimento é de grandes proporções (v. 7).





Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1996


Nenhum comentário: