NAUM
O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA
TEXTO
ÁUREO = “Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais
esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei,
por amor dos dez” (Gn 18.32).
VERDADE
PRÁTICA = No tempo estabelecido por Deus, cada nação, e cada
indivíduo em particular, passará pelo crivo da justiça divina.
LEITURA
BIBLICA = Naum 1: 1-3,9-14
INTRODUÇÃO
O profeta Naum tem em sua profecia uma unidade de propósito
notável. Seu objetivo foi o de inspirar os compatriotas judeus a confiarem em
Deus, ainda que fosse alarmante o quadro em que viviam e a situação estivesse
favorável aos ataques dos poderosos assírios, que já àquela altura subjugavam
as dez tribos de Israel. Contudo fracassariam em seus ataques a Jerusalém, e
sua própria capital, Ninive, sei-ia tomada e destruída, por causa das
iniqüidades e crueldades deles, sua destruição já estava decretada por Jeová. O
vaticínio de Naum contra Nínive cumpriu-se cabalmente cerca do ano 612 a. C.
O
LIVRO DE NAUM
AUTOR
DATA
CONTEXTO
HISTÓRICO
Seu território, se mudou com o passar dos anos por causa das conquistas e derrotas dos seus governantes, localiza-se ao norte da Babilônia, entre e além dos rios Tigre e Eufrates. Documentos antigos atestam a crueldade dos assírios contra outras nações. Os reis assírios vangloriam-se de sua brutalidade, celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram sobre os povos conquistados.
A queda do império Assírio, cujo clímax foi a destruição da cidade de Nínive, em 612 aC, é o assunto da profecia de Naum. O juízo que cai sobre o grande opressor do mundo é o único motivo para o pronunciamento de Naum. Conseqüêntemente, o profeta é judicial em seu estilo, incorporando antigos “oráculos de julgamento”. A linguagem é poética, vigorosa e figurada, sublinhando a intensidade do tema com o qual Naum luta.
CONTEÚDO
O livro de Naum focaliza-se num
único interesse: a queda da cidade de Nínive. Três seções principais,
correspondentes aos três capítulos, abrangem a profecia. A primeira descreve o
grande poder de Deus e como aquele poder opera na forma de proteção pra o
justo, mas de julgamento para o ímpio. Embora Deus nunca seja rápido em julgar,
sua paciência não pode ser admitida sempre. Toda a Terra está sob o seu
controle; e, quando ele aparece em poder, até mesmo a natureza treme diante
dele (1.1-8). Na sua condição de miséria e aflição (1.12), Judá podia facilmente duvidar da bondade de Deus e até mesmo questionar os inimigos de seu povo (1.13-15) e remover a ameaça de uma nova angústia (1.9). A predição do juízo sobre Nínive forma uma mensagem de consolação para Judá (1.15)
A segunda seção principal, descreve a ida da destruição para Nínive (2.1-3). Tentativas de defender a cidade contra seus atacantes serão em vão, porque o Senhor já decretou a queda de Nínive e a ascensão de Judá (2.1-7). As portas do rio se abrirão, inundando a cidade e varrendo todos os poderosos, e o palácio se derreterá (2.6). O povo de Nínive será levado cativo (2.7); outros fugirão com terror (2.8). Os tesouros preciosos serão saqueados (2.9); toda a força e autoconfiança se consumirão (2.10). O covil do leão poderoso será desolado, porque “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-13).
O terceiro capítulo forma a seção final do livro. O julgamento de Deus parece excessivamente cruel, mas ele é justificado em sua condenação. Nínive era uma “cidade ensangüentada” (3.1), uma cidade culpada por espalhar o sangue inocente de outras pessoas. Ele era uma cidade conhecida pela mentira, falsidade rapina e devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a Deus; portanto, seu veredicto de julgamento era inevitável (3.2-3, 5-7). Semelhante a Nô-Amom, uma cidade egípcia que sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes defesas. Nínive não pode escapar do julgamento divino (3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes sucumbirão e o povo se derramará pelos montes (3.16-18). O julgamento de Deus sobreveio, e os povos que a Assíria fez outrora vítimas tão impiedosamente baatem palmas e celebram em resposta às boas-novas (3.19).
O GOVERNO DE DEUS = Naum 1.1-6
É extremamente provável que esta declaração introdutória
tenha sido acrescentada por um editor com a finalidade de identificar a obra.
Está composta de duas partes: a primeira apresenta o propósito da mensagem, e a
segunda determina o autor. Há quem afirme que a parte dois foi declarada
especificamente com o fim de catalogar o livro entre os rolos do Templo. Ele
era indubitavelmente usado na adoração do Templo tempos mais tarde, e também lá
pelo ano de 612 a.C. Mas o livro não era primariamente uma produção litúrgica
como muitos têm defendido com veemência.
Certo ponto de vista declara que a porção básica do escrito
(1.9—2.13) era uma mensagem ou debate público, no qual o profeta argumentava
com pessoas de opiniões divergentes sobre os acontecimentos graves e
significativos da época.2 Se esta opinião estiver correta, abre a probabilidade
de esta profecia ter sido entregue em Jerusalém.
Peso (1; “oráculo”, ECA; “sentença”, ARA; “mensagem”, NTLH;
“advertência”, NVI) é termo técnico que denota a mensagem de um
sacerdote-profeta em nome de um deus. Significa literalmente “o levantamento”
da voz. E lógico que o oráculo era sobre Nínive e não para Nínive, capital do
Império Assírio. Por quase dois séculos, este poder tirânico fora a grande
força política e militar no mundo conhecido dos hebreus. Foi sob o reinado de
Sargão II que, em 722 a.C., Israel (o Reino do Norte) foi extinto. Mais tarde,
sob o reinado de Senaqueribe, Judá ficou, por tolice de Acaz, sujeito ao
domínio da Assíria e começou a pagar anualmente pesados tributos. Assurbanipal
foi o último grande rei do império, e reis menos importantes ocuparam o trono na
época da profecia de Naum. Mas Judá ainda estava sob o domínio do vasto
império. A capital Nínive, sede do governo assírio, situava-se junto ao rio
Tigre.
O segundo título (lb) é único na literatura, visto que o
habitual era ter apenas um. Também é único no uso da palavra livro. Visão é
termo técnico e denota que a fonte da inspiração profética era o discernimento
divino. Naum, que significa “o consolador”, é muito apropriado à mensagem
quando corretamente entendido, pois certos intérpretes pensam tratar-se de
adição fictícia, mas há escassa base que apóie esta suposição.
A maioria dos estudiosos encontra provas de um poema
acróstico que começa no versículo 2 e usa a primeira metade do alfabeto
hebraico. Trata-se de forma literária que de modo nenhum compromete o conteúdo
da mensagem. Há muita discordância sobre este ponto, pois o acróstico está
incompleto. Por esta causa, muitos dos que desejam defender esta teoria do
poema são obrigados a considerar que o próprio texto está excessivamente
adulterado. Semelhantemente, há discordância considerável quanto à extensão
desta construção em particular.
O rabino Lehrman afirma: “Os esforços em prover as letras
que faltam não justificam as muitas correções propostas”.
O
PODER DE DEUS, 1.3b-6
O homem sempre teve muito medo das forças da Natureza. É
natural associar o poder da deidade com a manifestação da grandiosidade do
poder de Deus. Era de se esperar que a humanidade obscurecida pelo pecado
exaltasse a força da Natureza à estatura de deuses e fizesse cultos e sacrifícios
de conciliação. Esta passagem não afirma que Deus faz parte da Natureza (no
sentido de ser uma de suas deidades). O profeta mostra que o Todo-poderoso é o
dominador das forças e entidades da ordem natural. Ele é o Senhor dos mares,
dos rios, das montanhas e das pessoas. Há dois movimentos que simbolizam o
poder de Jeová: o furacão no mar e o simum4 na terra.
A parte “a” do versículo 4 refere-se possivelmente ao recuo
do mar Vermelho e à divisão do rio Jordão. E esta a interpretação mais natural
e adotada por Adam Clarke. Basã, Carmelo e Líbano (4) são algumas das regiões
mais férteis da Palestina, as últimas a serem afetadas pela seca. Os versículos
5 e 6 descrevem a ira de Deus na linguagem de terremoto, vulcão e tempestade
violenta e devastadora.
A
QUEDA DE NÍNIVE, 2.1,343
1. A
Destruição (2.1,3-9)
Na descrição da batalha iminente, a mensagem de Naum sobe a
um crescendo trovejante como o som de uma grande orquestra. Ainda que seja um
acontecimento esperado, a cena é pintada com cores assombrosas e detalhes
sangrentos. Até que ponto isto é exato? E lógico que era o quadro típico de
guerra daqueles tempos em que predominavam carros e soldados a pé. Quanto à
descrição real da queda da cidade, há pouco registro na literatura
contemporânea. O Tablete Babilônico, descoberto por C. J. Gadd, do Museu
Britânico, é a fonte de informação de maior autoridade. Fixa a data da
destruição de Nínive em 612 a.C., e relata a queda de outras fortalezas
assírias.
Infelizmente, só duas linhas do texto no Tablete Babilônico
são dedicadas à vitória em Nínive, e estas estão em grande parte mutiladas. O
cerco durou do começo de junho até agosto, aproximadamente dois meses e meio. 6
Não há registro na crônica que comprove ou conteste as histórias relacionadas
com a derrota da cidade, e Gadd sugere que nada há de improvável sobre estas
narrativas.
A história relata que a captura da cidade foi possível,
porque uma grande tempestade de chuva e trovão fez o rio inundar e devastar
grande porção dos muros (cf. 1.8). A ocasião da invasão está em perfeita
harmonia com tal ocorrência.
As chuvas mais pesadas no distrito do Tigre ocorrem
geralmente em março e, junto com o degelo da neve armênia, fazem com que o rio
atinja seu maior volume em abril e maio. “A verdade indubitável é que Ciaxares
se aproveitou da devastação causada pelo rio Tigre, anormalmente alto na
primavera precedente, para desencadear seu ataque no único lugar dos muros em
que o desastre da natureza os tornara vulneráveis”.
Veremos, contudo, que o rio Tigre não foi o instrumento de
vitória e que a inundação não foi acidental (cf. mais adiante).
Naum não fez um relato cronológico do cerco, mas narra
“impressões” pré-invasão, como sugere G. A. Smith.8 Existem três destas
impressões: 2.Sss; 3.2ss e 3.l2ss.
a)
Insultos aos sitiados (2.1). As vezes, a palavra hebraica
traduzida por destruidor é associada com o termo que significa “martelo”. E
óbvio que Naum tem em mente Ciaxares que liderara sem sucesso o cerco anterior
contra Nínive (ver Introdução). Nesta ocasião antevista, os medos, sob o
comando deste rei, uniram forças com os babilônios e sitiaram a cidade. O cerco
durou três meses, o que resultou praticamente no fim do Império Assírio. “O
sitiador do mundo é, afinal, sitiado; toda crueldade que infligira nos homens
agora se volta para ele”.
Com fé numa conquista bem-sucedida, Naum convoca com ironia
os ninivitas, a fim de se prepararem para o ataque, ao usar uma forma do verbo
que expressa sua força com ênfase máxima: “O destruidor sobe contra ti, ó
Nínive! Guarda a fortaleza, vigia o caminho, fortalece os lombos, reúne todas
as tuas forças!” (ARA). Ver a análise de 2.2 com relação a 1.15.
b)
Descrição do invasor (2.3). A profecia descreve os invasores em ordem
de batalha primorosa, trajados com roupas escarlates, como era a prática. Os
escudos eram revestidos de peles tingidas de vermelho. Segundo descrição de
Heródoto, parte do exército de Xerxes usava roupas laboriosamente coloridas;
alguns soldados “pintavam o corpo, a metade com giz e a metade com cinabre”.
Nesta subdivisão e na seguinte, o texto é um tanto quanto
difícil, e gera inúmeras variações nas traduções. A referência a fogo de tochas
é ambígua. A sugestão mais provável é que a descrição se refira a “as chapas de
metal polido com que os carros eram montados ou encouraçados, e ao brilho das
armas dependuradas neles”. Estas superficies polidas cintilavam como tochas ao
sol,
As lanças se sacudirão terrivelmente. A palavra lanças no
original hebraico é, mais literalmente, traduzida por “ciprestes”, numa alusão
ao cabo das lanças que eram feitas de madeira de cipreste. Porém, “autores
clássicos antigos se referem a lanças como abetos [ou pinheiros; cf. NVI]’ e
‘freixos”.
A interpretação que recebe maior apoio está baseada na
Septuaginta, que traduz a palavra “cipreste” por “cavalos de guerra” ou
“cavaleiros” (cf. NVI, nota). Neste caso, a referência seria ao sinal de ataque
da cavalaria. De acordo com um radical árabe, a frase se sacudirão
terrivelmente é traduzida por “reunirão as tropas em ordem de batalha”, ou, se
for deixada como está, refere-se aos cavalos que tremem de inquietação. Por
conseguinte, “os escudos dos seus heróis são carmesíns, os soldados estão
vestidos de escarlata, seus carros armados cintilam como fogo e seus cavalos se
empinam no ajuntamento das tropas” (Moffatt).
c) O
ataque pela periferia da cidade (2.4). Primeiro, examinemos a
tradução pitoresca e adequada desta cena feita por Moffatt;
Os
carros de batalha cortam pelos campos abertos
E galopam pelos espaços
amplos,
Percorrendo velozmente como tochas,
Correndo bruscamente como raios.
Níníve situava-se ao longo da margem oriental do Tigre, no
ponto em que este rio recebe as águas do Khoser, o qual atravessava a cidade de
um extremo ao outro (ver diagrama). Montes baixos descem desde o extremo norte
da fortaleza, contornam os muros leste e sul e voltam-se para o rio ao sul da
cidade. No leste, há uma planície grande e plana de uns quatro quilômetros por
dois e meio. Os muros externos da cidade tinham uma circunferência de 12
quilômetros e, segundo estimativas, poderiam acomodar de 175.000 a 300.000
habitantes. Em tomo dos muros, exceto no lado ocidental, afastado uns 18
metros, existiam fossos de cerca de 45 metros de largura. As águas do Khoser
enchiam os fossos que estavam ao sul do rio, ao passo que os canais que estavam
ao norte do rio eram abastecidos de água por um duto que saía da cidade no lado
norte.
A água dessas represas era controlada por diques e
comportas. Depois do canal no lado oriental, havia dois baluartes: um ao norte
e o outro ao sul do rio Khoser. O que ficava no sul tinha a forma de segmento
de círculo e era composto de duas linhas de fortificação. Em frente existia uma
terceira linha de fortificação, a qual era fechada no sul por uma grande
fortaleza.
Os medos vieram do leste e do norte, a fim de evitar as fortalezas;
capturaram outras fortificações que Naum predissera que cairiam nas mãos deles
como “figos maduros” (3.12, NVI). E a opinião de autoridades militares que
atacaram a cidade pelo lado nordeste, onde a altura do chão os colocaria em
nível com o muro. Neste ponto, poderiam controlar o sistema de abastecimento de
água que alimentava a maioria dos fossos. Ademais, ao atacar no lado nordeste,
o flanco dos sitiadores estaria protegido pelos desfiladeiros do rio Khoser.
d) O
ataque aos muros (2.5). Depois que os bairros residenciais caíram,
as riquezas (as melhores unidades militares; as “tropas de elite”, NVI) foram
convocadas para o ataque. E ponto de debate ente os estudiosos se este
versículo se aplica aos atacantes ou aos defensores. Afigura-se mais provável
aos atacantes, como optam certas traduções (cf. ECA; NTLH; RC). Entender que o
versículo 5 é uma descrição dos defensores torna ambíguo seu significado.
e) A
cidade cai (2.6-8). Nínive, que usou o cerco com grande sucesso em
suas operações militares, agora sente a força de sua própria arma. E Naum
percebe a exultação do mundo que vivera em constante horror por causa dos
ataques assírios. “Ele ouve os estalidos das rachaduras se abrirem sob os muros
e o ruído causado pelos carros de guerra que saltam; o fim é a carnificina,
tristeza e devastação total”.
As brechas do muro foram causadas pelos aríetes ou pelo
direcionamento da água dos canais contra os muros, que eram feitos de tijolos
de lama e terra. As portas do rio (6) talvez seja referência ao Khoser que
inundava na primavera. Pode ser que os atacantes o tivessem represado e depois
soltado o volume retido nos diques que canalizavam a passagem do rio debaixo do
muro oriental, a fim de, desta forma, quebrá-lo. A inundação de água minaria a
fundação dos edifícios e o palácio ruiria (se derreterá).
f) O
saque dos tesouros (2.9). Os grandes tesouros de Nínive, os espólios
de suas conquistas, tornam-se despojo dos vencedores, O versículo foi
parafraseado com dramaticidade: “Tomem posse da prata! Tomem posse do ouro! Há
tesouros sem fim. A riqueza incalculável de Nínive será dividida entre muitas
pessoas” (BV).
2. A
Desolação (2.10-13)
Em linguagem poética, o versículo 10 (NVI) descreve a cidade
saqueada.
DEUS
DESTRUIRÁ O MAL = Naum 3.1-19
No capítulo 3, a descrição veemente da queda da cidade
oferece uma explicação racional dos motivos de ter sido necessária.
A
MALDADE DE NÍNIVE, 3.1-4
Nínive é condenada por três razões: saque, destrutibilidade
(i.e., propensão para matar e destruir) e má influência. Os assírios estavam
entre os povos mais cruéis da história. As crônicas de Assurbanipal II (885-860
a.C.) narram suas próprias atrocidades:
Esfolei todos os homens importantes (da cidade de Suru) que
tinham se revoltado, e revesti o pilar com a pele deles; alguns eu emparedei no
pilar, outros empalei no pilar em estacas e uns prendi com estacas em volta do
pilar; muitos, já na fronteira de minha terra, esfolei e estendi a pele pelos
muros; e cortei os membros dos oficiais, dos oficiais do rei, que tinham se rebelado.
Levei Alababa para Nínive. [...]
[...] No meio da grande montanha, matei-os, com o sangue
tingi de vermelho a montanha, que ficou como lã vermelha, e com o que restou
deles manchei as valas e precipícios das montanhas.’
É por isso que Naum disse que Nínive era cidade
ensangüentada (1). Ela despojara outras nações de sua riqueza e saqueara muitas
cidades para mostrar que “da presa não há fim!” (ECA).
O versículo 3 refere-se ao hábito cruel de cortar as cabeças
dos cativos e amontoá-las com outros corpos em frente das portas da cidade.
Lemos da crônica do rei: “Formei um pilar dos vivos e das cabeças bem em frente
da porta da cidade e empalei 700 homens em estacas. [...] Os jovens e suas
donzelas queimei em fogueiras”.
OPOSIÇÃO
DE DEUS À MALDADE, 3.5-7
A metáfora da meretriz continua nestes versículos. A
condenação descrita diz respeito à prática de expor ao olhar público a mulher
condenada de impudência (cf. Ez 16.37-39; Os 2.3). Descobrirei (5) significa
despir, retirar aquilo que cobria, aquilo que servia de coberta. Ao julgar que
Nínive fez o papel de meretriz, a cidade tinha de sofrer o destino de ser
exibida em desgraça. Ninguém sentirá dó; pelo contrário, as nações se alegrarão
por causa de sua destruição.
A
INEVITABILIDADE DA DERROTA DO MAL, 3.8-13
A própria Assíria, sob o reinado de Assurbanipal, tinha
derrotado a populosa cidade de Nô-Amom (“Tebas”, a capital egípcia, cf. BV;
NTLH; NVI). Desta forma, suas fronteiras chegaram até ao mais extremo limite
sul do mundo habitado. Por que esta metrópole foi mencionada? Primeiramente,
porque também fora uma importantíssima cidade; e em segundo lugar, porque Naum
talvez achasse que dependia do rio Nilo para sua defesa, da mesma forma que
Nínive confiava no Tigre. O Nilo, como outros grandes rios da Bíblia, é chamado
o mar (8).
A grande lição teológica de Naum é a direção de Deus na história. Os impérios humanos são cruéis. Apesar de muitos crentes acharem que podemos construir uma sociedade cristã justa e perfeita neste mundo, o que não conseguiremos, mas não deve nos levar a desistir de lutar por justiça social, o fato é que o mundo está nas mãos de ímpios.
Apesar de tantas declarações pomposas de que tal lugar pertence ao Senhor Jesus, declaração exibida em placas em entradas de cidades, o mundo “jaz no Maligno” (1Jo 5.19). Ou como diz a Linguagem de Hoje: “o mundo inteiro está debaixo do poder do Diabo”.
Mas Deus retomará o que é seu, aniquilando o poder do Mal. E dá mostras disto derrubando reinos, nações e culturas quando estas se ensoberbecem. Nós somos testemunhas históricas da queda do poder maior mundial de todos os tempos, o bloco soviético. Eram treze fusos horários, fazendo com que o sol nunca se pusesse sob o domínio soviético. Muitos preconizavam o domínio deste sistema em todo o mundo. Seus saudosos órfãos o julgavam imbatível a mais perfeita expressão de justiça social no mundo.
Quando aprouve a Deus que chegasse ao fim, chegou. Nação alguma, por mais poderosa que seja, escapará do juízo divino. É oportuno aqui lembrar a palavra de Daniel 2.20-21: “Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos”.
Deus é o Senhor da história. Nunca perdeu e nunca perderá o domínio. Eventualmente pode demorar em seu juízo, porque seu relógio não é o nosso, mas por fim, sua vontade prevalecerá. Para os incrédulos, uma advertência. Para nós, uma promessa. Há um Deus que pune o mal e que faz sua vontade triunfar. Há um Deus que vê os adversários de seu povo e os pune no momento certo. Por isto, confiemos no poder de um Deus que conduz a história e que a faz caminhar para onde ele deseja.
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Plenitude
Lições bíblicas CPAD 1993
Comentário Bíblico Beacon
Um comentário:
Graça e Paz do Senhor Jesus, irmão e evangelista Isaías!
Indiquei este blog ao Prêmio Dardos. Por favor, visite o meu blog para ver a indicação e fique na liberdade para dar sequência às indicações do prêmio.
Deus o abençoe!
Em Cristo,
Claudia Paiva (Claudia Sunshine - meu apelido no meu blog)
http://blogdosultimos.blogspot.com.br/2012/11/blog-dos-ultimos-recebe-indicacao-ao.html
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