20 de novembro de 2012

NAUM O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA


NAUM O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA

TEXTO ÁUREO = “Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez” (Gn 18.32).
VERDADE PRÁTICA = No tempo estabelecido por Deus, cada nação, e cada indivíduo em particular, passará pelo crivo da justiça divina.

LEITURA BIBLICA = Naum 1: 1-3,9-14

INTRODUÇÃO

O profeta Naum tem em sua profecia uma unidade de propósito notável. Seu objetivo foi o de inspirar os compatriotas judeus a confiarem em Deus, ainda que fosse alarmante o quadro em que viviam e a situação estivesse favorável aos ataques dos poderosos assírios, que já àquela altura subjugavam as dez tribos de Israel. Contudo fracassariam em seus ataques a Jerusalém, e sua própria capital, Ninive, sei-ia tomada e destruída, por causa das iniqüidades e crueldades deles, sua destruição já estava decretada por Jeová. O vaticínio de Naum contra Nínive cumpriu-se cabalmente cerca do ano 612 a. C.

O LIVRO DE NAUM

AUTOR

Naum, cujo nome significa “confortador” ou “cheio de conforto”, é desconhecido, a não ser pelo breve título que inicia sua profecia. Sua identificação como um “elcosita” não ajuda muito, visto que a localização de Elcose é incerta. Carfanaum, uma cidade da Galiléia, tão proeminente no ministério de Jesus, significa “Aldeia de Naum”, e alguns têm especulado mas, sem prova concreta, que seu nome deriva do profeta. Ele profetizou a Judá durante os reinados de Manassés, Amom e Josias. Seus contemporâneos foram Sofonias, Habacuque e Jeremias.

DATA

Em Na 3.8-10, o profeta narra o destino da cidade egípcia de Tebes, que foi destruída em 663 aC. A queda de Nínive, ao redor da qual todo o livro gira, aconteceu em 612 aC. A profecia de Naum deve ser datada entre esses dois acontecimento, visto que ele olha para trás para um e à frente para outro. É mais provável que sua mensagem tenha sido entregue pouco antes da destruição de Nínive, talvez quando os inimigos da Assíria estavam colocando suas forças em ordem de batalha para o ataque final.

CONTEXTO HISTÓRICO

O reino dos assírios, havia sido uma nação próspera durante séculos, quando o profeta Naum entrou em cena.
Seu território, se mudou com o passar dos anos por causa das conquistas e derrotas dos seus governantes, localiza-se ao norte da Babilônia, entre e além dos rios Tigre e Eufrates. Documentos antigos atestam a crueldade dos assírios contra outras nações. Os reis assírios vangloriam-se de sua brutalidade, celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram sobre os povos conquistados.

A queda do império Assírio, cujo clímax foi a destruição da cidade de Nínive, em 612 aC, é o assunto da profecia de Naum. O juízo que cai sobre o grande opressor do mundo é o único motivo para o pronunciamento de Naum. Conseqüêntemente, o profeta é judicial em seu estilo, incorporando antigos “oráculos de julgamento”. A linguagem é poética, vigorosa e figurada, sublinhando a intensidade do tema com o qual Naum luta.
CONTEÚDO
O livro de Naum focaliza-se num único interesse: a queda da cidade de Nínive. Três seções principais, correspondentes aos três capítulos, abrangem a profecia. A primeira descreve o grande poder de Deus e como aquele poder opera na forma de proteção pra o justo, mas de julgamento para o ímpio. Embora Deus nunca seja rápido em julgar, sua paciência não pode ser admitida sempre. Toda a Terra está sob o seu controle; e, quando ele aparece em poder, até mesmo a natureza treme diante dele (1.1-8). 

Na sua condição de miséria e aflição (1.12), Judá podia facilmente duvidar da bondade de Deus e até mesmo questionar os inimigos de seu povo (1.13-15) e remover a ameaça de uma nova angústia (1.9). A predição do juízo sobre Nínive forma uma mensagem de consolação para Judá (1.15)

A segunda seção principal, descreve a ida da destruição para Nínive (2.1-3). Tentativas de defender a cidade contra seus atacantes serão em vão, porque o Senhor já decretou a queda de Nínive e a ascensão de Judá (2.1-7). As portas do rio se abrirão, inundando a cidade e varrendo todos os poderosos, e o palácio se derreterá (2.6). O povo de Nínive será levado cativo (2.7); outros fugirão com terror (2.8). Os tesouros preciosos serão saqueados (2.9); toda a força e autoconfiança se consumirão (2.10). O covil do leão poderoso será desolado, porque “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-13).

O terceiro capítulo forma a seção final do livro. O julgamento de Deus parece excessivamente cruel, mas ele é justificado em sua condenação. Nínive era uma “cidade ensangüentada” (3.1), uma cidade culpada por espalhar o sangue inocente de outras pessoas. Ele era uma cidade conhecida pela mentira, falsidade rapina e devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a Deus; portanto, seu veredicto de julgamento era inevitável (3.2-3, 5-7). Semelhante a Nô-Amom, uma cidade egípcia que sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes defesas. Nínive não pode escapar do julgamento divino (3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes sucumbirão e o povo se derramará pelos montes (3.16-18). O julgamento de Deus sobreveio, e os povos que a Assíria fez outrora vítimas tão impiedosamente baatem palmas e celebram em resposta às boas-novas (3.19).

O GOVERNO DE DEUS = Naum 1.1-6

É extremamente provável que esta declaração introdutória tenha sido acrescentada por um editor com a finalidade de identificar a obra. Está composta de duas partes: a primeira apresenta o propósito da mensagem, e a segunda determina o autor. Há quem afirme que a parte dois foi declarada especificamente com o fim de catalogar o livro entre os rolos do Templo. Ele era indubitavelmente usado na adoração do Templo tempos mais tarde, e também lá pelo ano de 612 a.C. Mas o livro não era primariamente uma produção litúrgica como muitos têm defendido com veemência.

Certo ponto de vista declara que a porção básica do escrito (1.9—2.13) era uma mensagem ou debate público, no qual o profeta argumentava com pessoas de opiniões divergentes sobre os acontecimentos graves e significativos da época.2 Se esta opinião estiver correta, abre a probabilidade de esta profecia ter sido entregue em Jerusalém.

Peso (1; “oráculo”, ECA; “sentença”, ARA; “mensagem”, NTLH; “advertência”, NVI) é termo técnico que denota a mensagem de um sacerdote-profeta em nome de um deus. Significa literalmente “o levantamento” da voz. E lógico que o oráculo era sobre Nínive e não para Nínive, capital do Império Assírio. Por quase dois séculos, este poder tirânico fora a grande força política e militar no mundo conhecido dos hebreus. Foi sob o reinado de Sargão II que, em 722 a.C., Israel (o Reino do Norte) foi extinto. Mais tarde, sob o reinado de Senaqueribe, Judá ficou, por tolice de Acaz, sujeito ao domínio da Assíria e começou a pagar anualmente pesados tributos. Assurbanipal foi o último grande rei do império, e reis menos importantes ocuparam o trono na época da profecia de Naum. Mas Judá ainda estava sob o domínio do vasto império. A capital Nínive, sede do governo assírio, situava-se junto ao rio Tigre.

O segundo título (lb) é único na literatura, visto que o habitual era ter apenas um. Também é único no uso da palavra livro. Visão é termo técnico e denota que a fonte da inspiração profética era o discernimento divino. Naum, que significa “o consolador”, é muito apropriado à mensagem quando corretamente entendido, pois certos intérpretes pensam tratar-se de adição fictícia, mas há escassa base que apóie esta suposição.

A maioria dos estudiosos encontra provas de um poema acróstico que começa no versículo 2 e usa a primeira metade do alfabeto hebraico. Trata-se de forma literária que de modo nenhum compromete o conteúdo da mensagem. Há muita discordância sobre este ponto, pois o acróstico está incompleto. Por esta causa, muitos dos que desejam defender esta teoria do poema são obrigados a considerar que o próprio texto está excessivamente adulterado. Semelhantemente, há discordância considerável quanto à extensão desta construção em particular.
O rabino Lehrman afirma: “Os esforços em prover as letras que faltam não justificam as muitas correções propostas”.

O PODER DE DEUS, 1.3b-6

O homem sempre teve muito medo das forças da Natureza. É natural associar o poder da deidade com a manifestação da grandiosidade do poder de Deus. Era de se esperar que a humanidade obscurecida pelo pecado exaltasse a força da Natureza à estatura de deuses e fizesse cultos e sacrifícios de conciliação. Esta passagem não afirma que Deus faz parte da Natureza (no sentido de ser uma de suas deidades). O profeta mostra que o Todo-poderoso é o dominador das forças e entidades da ordem natural. Ele é o Senhor dos mares, dos rios, das montanhas e das pessoas. Há dois movimentos que simbolizam o poder de Jeová: o furacão no mar e o simum4 na terra.

A parte “a” do versículo 4 refere-se possivelmente ao recuo do mar Vermelho e à divisão do rio Jordão. E esta a interpretação mais natural e adotada por Adam Clarke. Basã, Carmelo e Líbano (4) são algumas das regiões mais férteis da Palestina, as últimas a serem afetadas pela seca. Os versículos 5 e 6 descrevem a ira de Deus na linguagem de terremoto, vulcão e tempestade violenta e devastadora.

A QUEDA DE NÍNIVE, 2.1,343

1. A Destruição (2.1,3-9)

Na descrição da batalha iminente, a mensagem de Naum sobe a um crescendo trovejante como o som de uma grande orquestra. Ainda que seja um acontecimento esperado, a cena é pintada com cores assombrosas e detalhes sangrentos. Até que ponto isto é exato? E lógico que era o quadro típico de guerra daqueles tempos em que predominavam carros e soldados a pé. Quanto à descrição real da queda da cidade, há pouco registro na literatura contemporânea. O Tablete Babilônico, descoberto por C. J. Gadd, do Museu Britânico, é a fonte de informação de maior autoridade. Fixa a data da destruição de Nínive em 612 a.C., e relata a queda de outras fortalezas assírias.

Infelizmente, só duas linhas do texto no Tablete Babilônico são dedicadas à vitória em Nínive, e estas estão em grande parte mutiladas. O cerco durou do começo de junho até agosto, aproximadamente dois meses e meio. 6 Não há registro na crônica que comprove ou conteste as histórias relacionadas com a derrota da cidade, e Gadd sugere que nada há de improvável sobre estas narrativas.

A história relata que a captura da cidade foi possível, porque uma grande tempestade de chuva e trovão fez o rio inundar e devastar grande porção dos muros (cf. 1.8). A ocasião da invasão está em perfeita harmonia com tal ocorrência. 

As chuvas mais pesadas no distrito do Tigre ocorrem geralmente em março e, junto com o degelo da neve armênia, fazem com que o rio atinja seu maior volume em abril e maio. “A verdade indubitável é que Ciaxares se aproveitou da devastação causada pelo rio Tigre, anormalmente alto na primavera precedente, para desencadear seu ataque no único lugar dos muros em que o desastre da natureza os tornara vulneráveis”.
Veremos, contudo, que o rio Tigre não foi o instrumento de vitória e que a inundação não foi acidental (cf. mais adiante).

Naum não fez um relato cronológico do cerco, mas narra “impressões” pré-invasão, como sugere G. A. Smith.8 Existem três destas impressões: 2.Sss; 3.2ss e 3.l2ss.

a) Insultos aos sitiados (2.1). As vezes, a palavra hebraica traduzida por destruidor é associada com o termo que significa “martelo”. E óbvio que Naum tem em mente Ciaxares que liderara sem sucesso o cerco anterior contra Nínive (ver Introdução). Nesta ocasião antevista, os medos, sob o comando deste rei, uniram forças com os babilônios e sitiaram a cidade. O cerco durou três meses, o que resultou praticamente no fim do Império Assírio. “O sitiador do mundo é, afinal, sitiado; toda crueldade que infligira nos homens agora se volta para ele”.
Com fé numa conquista bem-sucedida, Naum convoca com ironia os ninivitas, a fim de se prepararem para o ataque, ao usar uma forma do verbo que expressa sua força com ênfase máxima: “O destruidor sobe contra ti, ó Nínive! Guarda a fortaleza, vigia o caminho, fortalece os lombos, reúne todas as tuas forças!” (ARA). Ver a análise de 2.2 com relação a 1.15.

b) Descrição do invasor (2.3). A profecia descreve os invasores em ordem de batalha primorosa, trajados com roupas escarlates, como era a prática. Os escudos eram revestidos de peles tingidas de vermelho. Segundo descrição de Heródoto, parte do exército de Xerxes usava roupas laboriosamente coloridas; alguns soldados “pintavam o corpo, a metade com giz e a metade com cinabre”. 

Nesta subdivisão e na seguinte, o texto é um tanto quanto difícil, e gera inúmeras variações nas traduções. A referência a fogo de tochas é ambígua. A sugestão mais provável é que a descrição se refira a “as chapas de metal polido com que os carros eram montados ou encouraçados, e ao brilho das armas dependuradas neles”. Estas superficies polidas cintilavam como tochas ao sol,

As lanças se sacudirão terrivelmente. A palavra lanças no original hebraico é, mais literalmente, traduzida por “ciprestes”, numa alusão ao cabo das lanças que eram feitas de madeira de cipreste. Porém, “autores clássicos antigos se referem a lanças como abetos [ou pinheiros; cf. NVI]’ e ‘freixos”.

A interpretação que recebe maior apoio está baseada na Septuaginta, que traduz a palavra “cipreste” por “cavalos de guerra” ou “cavaleiros” (cf. NVI, nota). Neste caso, a referência seria ao sinal de ataque da cavalaria. De acordo com um radical árabe, a frase se sacudirão terrivelmente é traduzida por “reunirão as tropas em ordem de batalha”, ou, se for deixada como está, refere-se aos cavalos que tremem de inquietação. Por conseguinte, “os escudos dos seus heróis são carmesíns, os soldados estão vestidos de escarlata, seus carros armados cintilam como fogo e seus cavalos se empinam no ajuntamento das tropas” (Moffatt).

c) O ataque pela periferia da cidade (2.4). Primeiro, examinemos a tradução pitoresca e adequada desta cena feita por Moffatt;
Os carros de batalha cortam pelos campos abertos                                                                                E galopam pelos espaços amplos,                                                                                                                                             Percorrendo velozmente como tochas,                                                                                                     Correndo bruscamente como raios.

Níníve situava-se ao longo da margem oriental do Tigre, no ponto em que este rio recebe as águas do Khoser, o qual atravessava a cidade de um extremo ao outro (ver diagrama). Montes baixos descem desde o extremo norte da fortaleza, contornam os muros leste e sul e voltam-se para o rio ao sul da cidade. No leste, há uma planície grande e plana de uns quatro quilômetros por dois e meio. Os muros externos da cidade tinham uma circunferência de 12 quilômetros e, segundo estimativas, poderiam acomodar de 175.000 a 300.000 habitantes. Em tomo dos muros, exceto no lado ocidental, afastado uns 18 metros, existiam fossos de cerca de 45 metros de largura. As águas do Khoser enchiam os fossos que estavam ao sul do rio, ao passo que os canais que estavam ao norte do rio eram abastecidos de água por um duto que saía da cidade no lado norte.

A água dessas represas era controlada por diques e comportas. Depois do canal no lado oriental, havia dois baluartes: um ao norte e o outro ao sul do rio Khoser. O que ficava no sul tinha a forma de segmento de círculo e era composto de duas linhas de fortificação. Em frente existia uma terceira linha de fortificação, a qual era fechada no sul por uma grande fortaleza.
Os medos vieram do leste e do norte, a fim de evitar as fortalezas; capturaram outras fortificações que Naum predissera que cairiam nas mãos deles como “figos maduros” (3.12, NVI). E a opinião de autoridades militares que atacaram a cidade pelo lado nordeste, onde a altura do chão os colocaria em nível com o muro. Neste ponto, poderiam controlar o sistema de abastecimento de água que alimentava a maioria dos fossos. Ademais, ao atacar no lado nordeste, o flanco dos sitiadores estaria protegido pelos desfiladeiros do rio Khoser.


d) O ataque aos muros (2.5). Depois que os bairros residenciais caíram, as riquezas (as melhores unidades militares; as “tropas de elite”, NVI) foram convocadas para o ataque. E ponto de debate ente os estudiosos se este versículo se aplica aos atacantes ou aos defensores. Afigura-se mais provável aos atacantes, como optam certas traduções (cf. ECA; NTLH; RC). Entender que o versículo 5 é uma descrição dos defensores torna ambíguo seu significado.

e) A cidade cai (2.6-8). Nínive, que usou o cerco com grande sucesso em suas operações militares, agora sente a força de sua própria arma. E Naum percebe a exultação do mundo que vivera em constante horror por causa dos ataques assírios. “Ele ouve os estalidos das rachaduras se abrirem sob os muros e o ruído causado pelos carros de guerra que saltam; o fim é a carnificina, tristeza e devastação total”.
As brechas do muro foram causadas pelos aríetes ou pelo direcionamento da água dos canais contra os muros, que eram feitos de tijolos de lama e terra. As portas do rio (6) talvez seja referência ao Khoser que inundava na primavera. Pode ser que os atacantes o tivessem represado e depois soltado o volume retido nos diques que canalizavam a passagem do rio debaixo do muro oriental, a fim de, desta forma, quebrá-lo. A inundação de água minaria a fundação dos edifícios e o palácio ruiria (se derreterá).

f) O saque dos tesouros (2.9). Os grandes tesouros de Nínive, os espólios de suas conquistas, tornam-se despojo dos vencedores, O versículo foi parafraseado com dramaticidade: “Tomem posse da prata! Tomem posse do ouro! Há tesouros sem fim. A riqueza incalculável de Nínive será dividida entre muitas pessoas” (BV).

2. A Desolação (2.10-13)

Em linguagem poética, o versículo 10 (NVI) descreve a cidade saqueada.

DEUS DESTRUIRÁ O MAL = Naum 3.1-19

No capítulo 3, a descrição veemente da queda da cidade oferece uma explicação racional dos motivos de ter sido necessária.

A MALDADE DE NÍNIVE, 3.1-4

Nínive é condenada por três razões: saque, destrutibilidade (i.e., propensão para matar e destruir) e má influência. Os assírios estavam entre os povos mais cruéis da história. As crônicas de Assurbanipal II (885-860 a.C.) narram suas próprias atrocidades:


Esfolei todos os homens importantes (da cidade de Suru) que tinham se revoltado, e revesti o pilar com a pele deles; alguns eu emparedei no pilar, outros empalei no pilar em estacas e uns prendi com estacas em volta do pilar; muitos, já na fronteira de minha terra, esfolei e estendi a pele pelos muros; e cortei os membros dos oficiais, dos oficiais do rei, que tinham se rebelado. Levei Alababa para Nínive. [...]
[...] No meio da grande montanha, matei-os, com o sangue tingi de vermelho a montanha, que ficou como lã vermelha, e com o que restou deles manchei as valas e precipícios das montanhas.’
É por isso que Naum disse que Nínive era cidade ensangüentada (1). Ela despojara outras nações de sua riqueza e saqueara muitas cidades para mostrar que “da presa não há fim!” (ECA).
O versículo 3 refere-se ao hábito cruel de cortar as cabeças dos cativos e amontoá-las com outros corpos em frente das portas da cidade. Lemos da crônica do rei: “Formei um pilar dos vivos e das cabeças bem em frente da porta da cidade e empalei 700 homens em estacas. [...] Os jovens e suas donzelas queimei em fogueiras”. 

OPOSIÇÃO DE DEUS À MALDADE, 3.5-7

A metáfora da meretriz continua nestes versículos. A condenação descrita diz respeito à prática de expor ao olhar público a mulher condenada de impudência (cf. Ez 16.37-39; Os 2.3). Descobrirei (5) significa despir, retirar aquilo que cobria, aquilo que servia de coberta. Ao julgar que Nínive fez o papel de meretriz, a cidade tinha de sofrer o destino de ser exibida em desgraça. Ninguém sentirá dó; pelo contrário, as nações se alegrarão por causa de sua destruição.

A INEVITABILIDADE DA DERROTA DO MAL, 3.8-13

A própria Assíria, sob o reinado de Assurbanipal, tinha derrotado a populosa cidade de Nô-Amom (“Tebas”, a capital egípcia, cf. BV; NTLH; NVI). Desta forma, suas fronteiras chegaram até ao mais extremo limite sul do mundo habitado. Por que esta metrópole foi mencionada? Primeiramente, porque também fora uma importantíssima cidade; e em segundo lugar, porque Naum talvez achasse que dependia do rio Nilo para sua defesa, da mesma forma que Nínive confiava no Tigre. O Nilo, como outros grandes rios da Bíblia, é chamado o mar (8).

CONCLUSÃO

A grande lição teológica de Naum é a direção de Deus na história. Os impérios humanos são cruéis. Apesar de muitos crentes acharem que podemos construir uma sociedade cristã justa e perfeita neste mundo, o que não conseguiremos, mas não deve nos levar a desistir de lutar por justiça social, o fato é que o mundo está nas mãos de ímpios. 

Apesar de tantas declarações pomposas de que tal lugar pertence ao Senhor Jesus, declaração exibida em placas em entradas de cidades, o mundo “jaz no Maligno” (1Jo 5.19). Ou como diz a Linguagem de Hoje: “o mundo inteiro está debaixo do poder do Diabo”.

Mas Deus retomará o que é seu, aniquilando o poder do Mal. E dá mostras disto derrubando reinos, nações e culturas quando estas se ensoberbecem. Nós somos testemunhas históricas da queda do poder maior mundial de todos os tempos, o bloco soviético. Eram treze fusos horários, fazendo com que o sol nunca se pusesse sob o domínio soviético. Muitos preconizavam o domínio deste sistema em todo o mundo. Seus saudosos órfãos o julgavam imbatível a mais perfeita expressão de justiça social no mundo. 

Quando aprouve a Deus que chegasse ao fim, chegou. Nação alguma, por mais poderosa que seja, escapará do juízo divino. É oportuno aqui lembrar a palavra de Daniel 2.20-21: “Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque são dele a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos”.

Deus é o Senhor da história. Nunca perdeu e nunca perderá o domínio. Eventualmente pode demorar em seu juízo, porque seu relógio não é o nosso, mas por fim, sua vontade prevalecerá. Para os incrédulos, uma advertência. Para nós, uma promessa. Há um Deus que pune o mal e que faz sua vontade triunfar. Há um Deus que vê os adversários de seu povo e os pune no momento certo. Por isto, confiemos no poder de um Deus que conduz a história e que a faz caminhar para onde ele deseja.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus 

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Plenitude
Lições bíblicas CPAD 1993
Comentário Bíblico Beacon



Um comentário:

Claudia Paiva disse...

Graça e Paz do Senhor Jesus, irmão e evangelista Isaías!

Indiquei este blog ao Prêmio Dardos. Por favor, visite o meu blog para ver a indicação e fique na liberdade para dar sequência às indicações do prêmio.

Deus o abençoe!

Em Cristo,

Claudia Paiva (Claudia Sunshine - meu apelido no meu blog)

http://blogdosultimos.blogspot.com.br/2012/11/blog-dos-ultimos-recebe-indicacao-ao.html