13 de maio de 2011

OS DONS DE PODER


OS DONS DE PODER


TEXTO ÁUREO = “Aquele, pois, que vos do Espírito e que opera maravilhas entre vós,o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”(Gl 3. 5)


VERDADE PRÁTICA = Por meio dos dons da fé e de maravilhas o Espírito Santo revela aos homens o seu poder sobrenatural.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = 1 CORÍNTIOS 12.9, 10; = ATOS 8.5-8, 13


INTRODUÇÃO


A operação sobrenatural de Deus, através dos dons de poder, são sinais e maravilhas realizados pelo Senhor, com propósitos específicos, e que fogem à compreensão humana. Supliquemos, pois, a Deus que se manifeste sempre em nosso meio através dos dons de poder, confirmando assim a sua Palavra.


1. DEFINIÇÃO


Dons de poder são capacidades extraordinárias concedidas pelo Senhor à sua Igreja para que esta aja sobrenaturalmente na proclamação do Evangelho. São também chamados “dons de ação”, pois operam na área física, material. Fazem parte desse grupo o dom da fé, o dom de operar maravilhas e os dons de curar. Estudaremos, nesta lição, os dois primeiros; quanto ao último, estaremos estudando na lição 9.


1. No Antigo Testamento. Entre tantas referências acerca dos dons de poder, podemos mencionar as seguintes:


a) Fé. Vemos tal operação nas vida de: Josué, quando o sol e a lua foram detidos segundo a palavra desse grande servo de Deus(Js 10.12); Elias, quando este orou para que caísse fogo e chuva dos céus (1 Rs 18.20-22, 4 1-46) etc.


b) Maravilhas. Este dom pode ser visto nas vidas de: Moisés, quando as pragas vieram sobre o Egito (Ex 7.20; 8.6, 17, 24; 9.10, 23, 26; 10.13, 22); quando o mar Vermelho se abriu (Ex 14.2!), e quando as águas de Mara tornaram-se doces; Filas, quando da multiplicação da farinha e do azeite da viúva (1 Rs 17.16) e dos demais milagres realizados pelo profeta.


2. No Novo Testamento. Os dons de poder operavam intensamente no período do Novo Testamento. Vejamos:


a) Fé. Vemos essa operação nas vidas de: Pedro, pela certeza do livramento, quando estava no cárcere (At 12.6);
Paulo, pela certeza que tinha da vitória, em meio ao temporal (At 27.25), e quando mordido pela serpente (At 28.5) etc.


b) Maravilhas. Esse dom operava eficazmente nas vidas de: Pedro, na ressurreição de Dorcas (At 9.40); Paulo, na cegueira que veio sobre Elimas (At 13.11), nos sinais e prodígios que fez em Icônio (At 14.3), e nas maravilhas extraordinárias que o Senhor operava por suas mãos (At 19.11) etc.


II. O DOM DE OPERAR MARAVILHAS


1. Definição. Conhecido também como operação de milagres, o dom de maravilhas é a capacitação sobrenatural que o Espírito Santo concede à Igreja de Cristo para que esta realize sinais, maravilhas e obras portentosas.


2. Utilidade. Manifestar operações extraordinárias provindas de Deus, que envolvem:


a) Ressurreição de mortos. Como ocorreu com o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17), a filha de Jairo (Mt 9.18, 19, 24), Lázaro (Jo 11.43, 44) etc.


b) Castigos. Como ocorreu com Ananias e Safira, que mentiram ao Senhor (At 5.1-11), e com Elimas, que foi ferido de cegueira, por estar perturbando a pregação de Paulo (At 13.7-12) etc.


c) Intervenção nas forças da natureza. Por intermédio deste dom, o Senhor altera as leis da natureza.

Exemplo: Moisés, ao dividir as águas do mar Vermelho (Ex 14.2 1); Eliseu, ao separar as águas do Jordão (2 Rs 2.14); Pedro, ao andar sobre as águas (Mt 14.28-31) etc.

Os “sinais, prodígios e maravilhas” eram manifestados tão poderosamente na vida de Paulo, que este os chama de “sinais do meu apostolado”. Eram suas credenciais (At 19. 11, 12).


3. Atualidade. Esse dom é para os nosso dias; Deus não mudou (Hb 13.8; 1 Co 12.4-6). Lamentamos que esse dom não se manifeste com tanta intensidade hoje.
                                                                                                                                                                           Pois a maior necessidade dos nossos dias é voltar às fontes do cristianismo primitivo. Tudo se moderniza, mas o caminho de Deus é sempre o mesmo. Se nos enchermos do Espírito (Ef 5.18), e permanecermos em humildade, os dons passarão a operar abundantemente em nós (Hb 2.4; Ef 3.7; Rm 12.6-8; 1 Co 12.11). Estes sinais hão de acompanhar a Igreja até o fim (Mc 16. 15-20).


III. O DOM DA FÉ


Há, pelo menos, três tipos de fé: natural, salvadora e extraordinária, que é o dom da fé.


1. Fé natural. Leva a pessoa a acreditar em qualquer coisa examinada à luz da razão. E a fé intelectual. A pessoa acredita, por exemplo, que há um pólo norte, que o remédio prescrito pelo médico vai curá-lo, que o piloto do avião, em que se encontra, vai conduzi-lo bem etc.

Alguns até crêem na existência de um Ser Supremo através do testemunho da natureza. Mas este tipo de fé serve apenas para as relações terrenas entre os homens (Tg 2.19; J0 20.29).


2. Fé Salvadora. E através desta que passamos a crer no Senhor para a nossa salvação; é definida como um dom Deus (Ef 2.8). Ao ouvir a Palavra, o coração do homem é despertado por ela (At 16.14), abrindo- se-lhe aporta da salvação (At 14.27). E, assim, Deus nos concede a graça de crer (Fp 1.29).

Ao crer em Jesus, o pecador é levado a obedecer a fé (Rm 16.26); e, dessa forma, é purificado e salvo por esta fé (At 15.9; Ef 2.8; Rm 10.9, 10).
Há que se mencionar, ainda, a fé como fruto do Espírito (Gl 5.22).


3. O dom da fé.


a) Definição. É a capacidade, ou faculdade, de se confiar em Deus de modo sobrenatural. É uma fé especial, diferente de qualquer outro tipo de fé; manifesta-se apenas em ocasiões especiais.

No original, significa literalmente “tende fé estando em Deus” (2 Co 10.15; 2 Ts 1.3). E um recurso especial do poder de Deus (1 Co 12.9), com o qual foram dotados os heróis mencionados na galeria da fé (Hb 11). Esse dom é concedido somente a algumas pessoas, visando a consecução de obras extraordinárias em tempos de crise, desafio e emergência (1 Co 12.29).


b) Utilidade. Através desse dom, o Espírito dá ao crente a fé que opera sinais e prodígios (Mt 17.20). O uso dessa fé libera o poder de Deus com abundância nas ocasiões que o Espírito dirigir (Tg 5.17; At 27.25). Esta capacidade sobrenatural de crer abre as portas para os milagres, onde “tudo é possível” (Mt 17.20; Mc 9.23; Lc 1.37; 18.27).

Esta fé dá autoridade diante dos problemas como ocorreu com: Josué, que orou a Deus, e em seguida ordenou que o sol e lua fossem detidos (Js 10.12); Elias, que orou, e fogo e chuva caíram do céu(l Rs 18.33-35, 41-46). Também promove uma confiança absoluta no poder de Deus, na resolução de dificuldades, como ocorreu com Daniel (Dn 6.16.23) etc.


IV. O USO CORRETO DOS DONS DE PODER


A operação dos dons de poder deve ser feita na direção do Senhor (Mt 14.28-31). Do contrário, haverá decepções ou fanatismo. Esse poder resulta em:


1. Glorificar o nome de Jesus.

Somente Deus faz maravilhas (SI 89.5; 150.2), demonstrando assim, por meio destas, a sua glória, poder e reino (lo 2.1l; 10.38; SI 62.11; 1 Co 4.20).
E, dessa maneira, confirma-se a sua Palavra (Hb 2.3, 4). Portanto, para que o portador desse dom continue a ser usado por Deus é necessário:


a) Humildade. Toda a glória deve ser dada a Deus (Is 42.8; 48.11). Há o perigo de o homem tomar para 5j a glória que pertence a Deus. Pedro e Paulo precaveram-se contra isso (At 3.12; 14.13-15).


b) Direção. Não somos nós que usamos o Espírito Santo. Ele opera quando, como e onde quiser. Ele nos usa de acordo com a sua soberana vontade. O Espírito é poderoso, e pode fazer mais do que pedimos ou pensamos (Ef 3.20). Mas é necessário pedir segundo a sua soberana vontade (I lo 5.14).


2. Expandir o Reino de Deus. Os milagres: confirmam a palavra pregada (Mc 16.16-18; Hb 2.3,4); expressam o amor compassivo de Cristo (At 10.38; Mc 8.2; Lc 7.13- 15); comprovam a divindade de Cristo (Jo 20.30, 31); atraem as almas para Deus (lo 7.31; At 19.11-20) etc.

Eis aí a grande razão dos milagres - a salvação das almas, como ocorreu logo após:


a) A cura do coxo, quando quase 5000 pessoas renderam-se a cristo (At 4.4).



b) Os sinais e prodígios realizados pelos apóstolos, quando muitos creram(At 5.12-14).


c) A ressurreição de Dorcas, quando não poucos passaram a crer (At 9.36-43) etc.
A operação do Espírito, por meio dos dons, é indispensável à Igreja de Cristo.


3. Fortalece a fé do povo de Deus. Quando os sinais se manifestam através desses dons do Espírito, a Igreja revive os dias apostólicos (Jo 14.12-16), e sua fé é grandemente fortalecida. O Espírito gera a fé (2 Co 4.13). Quando Ele opera por meio dos dons, o ambiente satura-se pelas imensas possibilidades alcançadas pala fé (Mt 19.26; Lc 1.37; Jr 32.17), levando o crente a confiar em Deus como Calebe (Nm 13.20).


CONCLUSÃO


Os dons de poder estão à disposição da Igreja. Sem eles, a Igreja está fadada a não ter êxito em sua tarefa de evangelização (Zc 4.6; 2 Co 10.4- 6). Busquemos, com perseverança e humildade, os dons que o Senhor Jesus, mediante o Espírito Santo, colocou-nos à disposição. É hora de voltarmos a evangelizar com poder.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1988


SEGUE ABAIXO MAIS UM ESTUDO SOBRE OS DONS DE PODER


Os Dons de Poder


1- O Dom da Fé

“E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé” (1 Co 12.9).
Os dons de poder, conforme já vimos em outras notas expositivas, são:

DOM DA FÉ
DONS DE CURAR
DOM DE OPERAR MARAVILHAS

Os dons da palavra da sabedoria, da palavra da ciência e de discernir os espíritos atuam na mente. Já os dons de poder, que estudaremos nesta seção, atuam na área física. E os do terceiro grupo - profecia, variedade de línguas e interpretação das línguas - atuam na esfera espiritual. Em cada grupo de dons espirituais existe um de maior magnitude, como já ficou demonstrado. No grupo que ora estudamos, por exemplo, o dom da fé é proeminente.


1. Definição


Biblicamente, define-se a fé da seguinte forma: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). Teologicamente, há vários conceitos.
Com efeito, no seu uso mais amplo, a palavra “fé”, do substantivo grego pistis e o verbo pisteuo, ocorre por 244 vezes, enquanto que o adjetivo pistos ocorre 77 vezes, trazendo algumas definições:


a. Fé salvadora. Atitude mediante a qual o homem abandona toda confiança em seus próprios esforços para obter a salvação e passa a confiar inteiramente em Cristo, a respeito de tudo que envolve a salvação. Este conceito de fé vem a ser a confiança insuflada nas promessas e provisões de Deus, no tocante ao Salvador e a todo o plano da redenção.
Não é propriamente “o dom da fé” relacionado em 1 Coríntios 12.9, mas trata-se também de um “dom de Deus” (Ef 2.8).


b. Fé servidora. Contempla como autêntico o fato dos dons divinamente conferidos e todos os detalhes concernentes às determinações divinas para o serviço. A fé vista por este prisma é especial, e também um dos dons de poder.


c. Fé santificadora. Ou sustentadora, apega-se ao poder de Deus na vida diária. Trata-se da vida vivida na dependência de Deus, operando um novo princípio de vida (Rm 6.4; 2 Co 5.7; Hb 10.38).


d. Fé intelectual. Pode vir ao homem através do testemunho do universo visível e do estudo das Escrituras (cf At 17.28; Tg 2.19). Ela afirma a existência de Deus, mas em si mesma não descobre o plano da redenção (cf. SI 19.1-4; At 17.11; Rm 10.17).


2. A fé como dom de poder


Esta é a fé mencionada em 1 Coríntios 12.9, uma operação completamente sobrenatural do Espírito Santo, capacitando a mente humana para uma confiança sem igual no poder de Deus, a de que Ele pode realizar qualquer coisa que lhe apraz. O Espírito Santo opera no mais profundo do coração humano, produzindo uma reação imediata da alma e levando-a à certeza e à evidência. A certeza é o estado do espírito que consiste na firme adesão a uma verdade conhecida, sem o temor do engano. A evidência é o que fundamenta a certeza.

Definimo-la como a clareza plena com que adere ao poder de Deus. Diante de tal operação do Espírito Santo, toda e qualquer dúvida é aniquilada!
A fé especial, mesmo sendo um dom do Espírito Santo, pode ser dividida em graus menores e maiores, da seguinte maneira:


• “Ainda não tendes fé?” (Mc 4.40);
• “... pouca fé” (Mt 17.20);
• “... tanta fé” (Mt 8.10);
• “... grande fé” (Mt 15.28);
• “.., toda a fé” (1 Co 13.2)

Para que haja um desempenho amplo da fé, torna-se necessário aniquilar toda dúvida produzida no coração. Jesus disse: “Se tiverdes fé e não duvidardes...” (Mt 21.21). Foi este o poder, a fé especial, pelo qual Jesus transformou água em vinho, multiplicou os pães e bos peixes, acalmou a tempestade, expulsou demônios, curou enfermos e ressuscitou mortos.


II - Os Dons de Curar


“E a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar” (1 Co 12.9)
No conceito de alguns expositOre5 são dons ativos que produzem sinais e maravilhas. De fato, isso fica bem demonstrado em algumas passagens das Escrituras. A cura de qualquer enfermidade é sempre um milagre, e um milagre é sempre uma maravilha, e uma maravilha é sempre um prodígio: “Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus” (At 4.30).


Na Epístola aos Hebreus, o escritor sagrado confirma este argumento: “Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade” (Hb 2.4).


1. Pluralidade


O leitor deve observar que o versículo chave desta seção menciona “dons de curar”, no plural, expressão que se repete no versículo 28 do mesmo capítulo. Entretanto, no versículo 30, encontramos a forma singular.
“Têm todos o dom de curar?” pergunta o apóstolo Paulo. A pluralidade deste dom provavelmente indica que cada diferente cura deve ser considerada uma atuação de um dom específico ou uma diversificada operação do Espírito. Isto significa que os dons de curar operam de maneira multiforme. Curas miraculosas, efetuadas por intervenção divina no Antigo Testamento, mostram esta realidade. Também aquelas realizadas por Jesus e seus discípulos, no Novo Testamento, a confirmam. Qualquer operação do Espírito Santo, até mesmo as realizadas ainda no período da Lei, trazia em si instruções didáticas e métodos pedagógicos. Jesus curava através:


• da “orla” de seu vestido (Mc 5.30);
• da “saliva” (Mc 8.23);
• do “lodo” (Jo 9.6,7);
• de “suas mãos” (Mc 6.5);
• do supremo “poder” da palavra (Mt 8.8; Jo 4.50-53).

Isso acontecia freqüentemente, porque sobre Ele repousava algo especial, isto é, “a virtude do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17).


2. Curas específicas operadas por Jesus


Durante seu ministério terreno, nosso Senhor efetuou diferentes maravilhas no campo da cura. Entretanto, 18 delas se encontram relacionadas nos evangelhos, com significação especial (Mt 8.2-4; 9.2-8; 14-17; 27-3 1; Mc 5.25-34; 7.31-37; 8.22-26; Lc 6.6-11; 7.1-10; 13.10-19; 14.1-6; 17.11-19; Jo 4.45-54; 5.1-19; 9.1-41; 18.1-11).

Parece que Jesus curou um homem cego na entrada de Jericó (Lc 18.35-43) e, ao sair da cidade, curou Bartimeu (Mc 10.46-52). Evidentemente Jesus curou milhares de outras pessoas, pois por onde passava Ele ia “curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.3 8).

3. A promessa de Jesus com respeito a cura


Antes de ser assunto aos Céus, Jesus prometeu a seus discípulos poder sobre toda enfermidade e moléstia. A ordem do divino Mestre foi esta: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios...” (Mt 10.8). E, após sua ressurreição, nosso Senhor reafirmou, em Marcos 16.17,18, a promessa feita no início de seu ministério: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome... imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão”.

No ministério de Pedro e Paulo, os dons de curar eram tão presentes que, em alguns casos, se dispensava até a presença física desses dois obreiros do Senhor.


a. Pedro. “De sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles... os quais todos eram curados” (At 5. 15,16).


b. Paulo. “E Deus pelas mãos de Paulo faziam maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles” (At 19.11,12). Isto é maravilhoso!


III - O Dom de Operar Maravilhas


“E a outro, a operação de maravilhas” (1 Co 12.10). No grego, encontramos a palavra dynameis (“poderes”), para indicar a operação realizada pelo Espírito Santo, tem acompanhado toda a história do povo de Deus em ambos os Pactos. As dez pragas enviadas ao Egito foram reputadas como sendo maravilhas da parte de Deus (Ex 3.2Oss). Maravilha é um milagre, portanto. Milagre é uma intervenção ordenada na operação regular da natureza: uma suspensão sobrenatural de lei natural. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, as maravilhas eram sempre operadas em resposta às necessidades mais prementes da vida.


Vejamos essas maravilhas operadas por Deus no Antigo Testamento. Depois, veremos as manifestações deste dom em Jesus e seus discípulos, no Novo Testamento. Apresentaremos apenas um esboço com a respectiva citação bíblica.


1. Antigo Testamento


• Trasladação de Enoque (Gn 5.24);
• o dilúvio (Gn 6-8);
• confusão das línguas (Gn 11.9);
• espalham-se as famílias (Gn 11.9);

• sodomitas são feridos de cegueira (Gn 19.11);
• destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19,24);
• a mulher de Ló convertida numa estátua de sal ( Gn 19.26);
• curada a esterilidade de Sara (Gn 11.30; 21.1,2);

• curada a esterilidade de Rebeca (Gn 25.21);
• curada a esterilidade de Raquel (Gn 29.3 1; 30.22);
• a sarça ardente (Êx 3.2)
• a mão de Moisés feita leprosa (Êx 4.6);

• a vara de Arão torna-se em serpente (Êx 7.10);
• as águas tornam-se em sangue (Êx 7.20);
• rãs (Êx 8.6);
• piolhos (Êx 8.17);
• moscas (Êx 8.24);
• peste nos animais (Êx 9.26);
• úlceras (Êx 9.10);
• saraiva (Êx 9.23);
• gafanhotos (Êx 10.13);

• trevas (Êx 10.22);
• morte dos primogênitos (Êx 12.29);
• coluna de nuvem de dia, e de fogo durante a noite (Ex 13.21);
• o mar Vermelho se divide e retorna ao seu leito (Êx 14.21);

• as águas de Mara se tornam doces (Êx 15.15);
• envio de codornizes e maná (Êx 16.13,14);
• água tirada da rocha (Êx 17.6);
• vitória sobre os amalequitas, pelo levantar das mãos de Moisés (Ex 17.11-13);

• holocausto consumido por fogo do céu (Lv 9.24);
• dois sacerdotes são consum.idos pelo fogo (Nm 10.1,2);
• fogo arde entre os israelitas (Nm 11.1);
• Miriã é ferida e curada da lepra (Nm 12.10, 13-15);

• destruição de Coré e seu grupo (Nm 16.32);
• praga mata 14.700 pessoas (Nm 16.47-49);
• a vara de Arão brota, floresce e produz amêndoas (Nm 17.8);
• água sai da rocha em Meribá (Nm 20.11);

• serpentes abrasadoras (Nm 2 1.6);
• a jumenta de Balaão fala com voz humana (Nm 22.28,30);
• a roupa dos israelitas não envelhece (Dt 8.4);
• os pés dos israelitas não incham (Nm 9.21);

• os israelitas caminham sem tropeçar (Is 63.13);
• as muralhas de Jericó demolidas (Js 6.20);
• o Sol e a Lua se detêm (Js 10.13);
• o velo de lã de Gideão (Jz 6.37-40);

• fogo consome o sacrifício de Gideão (Jz 6.21);
• curada a esterilidade da mulher de Manoá (Jz ,13:2,5,24);
• o sacrifício de Manoá é consumido (Jz 13.19);
• as proezas de Sansão (Jz 13-16);

• curada a esterilidade de Ana (1 Sm 1.2,20);
• filisteus feridos e queda de Dagom (1 Sm 5.3-12);
• feridos os bete-semítas (1 Sm 6.19);
• trovões e chuvas no tempo da colheita (1 Sm 12.6);


• morte de Uzá diante da Arca de Deus (2 Sm 6.7);
• seca-se a mão de Jeroboão; o altar se fende; derrama-se a cinza e novamente é      
• restituida a saúde da mão do rei (1 Rs 13.6);
• corvos alimentam Elias (1 Rs 17.6);

• a farinha e o azeite da viúva se multiplicam (1 Rs 17.16);
• a comida especial de Elias (1 Rs 19.8);
• cessam as chuvas por três anos e meio (Tg 5.17);
• Elias ressuscita o filho da viúva (1 Rs 17.22);

• Elias faz descer fogo do céu no monte Carmelo (1 Rs 18.38);
• Elias faz chover novamente (1 Rs 18.45);
• a carreira sobrenatural de Elias (1 Rs 18.46);
• Elias faz descer fogo do céu sobre dois capitães e cem soldados (2 Rs 1.9-14);

• Elias divide as águas do Jordão (2 Rs 2.8);
• carro e cavalos de fogo separam Elias de Eliseu, e Elias é levado ao Céu num redemoinho (2 Rs 2.11);
• Eliseu divide as águas do Jordão (2 Rs 2.14);
• as águas de Jericó são saradas (2 Rs 2.22);

• duas ursas despedaçam 42 rapazes (2 Rs 2.24);
• Eliseu supre de água um exército (2 Rs 3.20);
• multiplica-se o azeite da viúva (2 Rs 4.6);
• curada a esterilidade da sunamita (2 Rs 4.16,17);

• Eliseu ressuscita o filho da sunamita (2 Rs 4.35);
• cozido venenoso é purificado (2 Rs 4.41);,
• cem homens são alimentados (2 Rs 4.43);
• Naamã é curado da lepra (2 Rs 5.10-14);

• Geazi fica leproso (2 Rs 5.24-27);
• um machado flutua (2 Rs 6.6);
• tropas sírias feridas de cegueira (2 Rs 6.18);
• exército sírio é posto em fuga (2 Rs 7.6,7);


• homem ressuscita ao tocar os OSSOS de Eliseu (2 Rs 13.21);
• destruição do exército de Senaqueribe (2 Rs 19.35);
• o Sol retrocede dez graus (2 Rs 20.11);
• holocausto de Davi é consumido por fogo (1 Cr 21.26);

• holocausto de Salomão é consumido (2 Cr 7.1);
• Uzias é atacado da lepra (2 Cr 26.20);
• morte da mulher de Ezequiel (Ez 24.16-18);
• três hebreus na fornalha são conservados vivos (Dn 3.26);
• Daniel é livre das garras dos leões (Dn 6.22);
• lonas no ventre do peixe (Jn 2.10).


2. Novo Testamento

a. Ressurreição de mortos

• O filho da viúva de Naim (Lc 7.11-16);
• a filha de Jairo (Mc 5.21-43);
• Lázaro de Betânia (lo 11.32-44);
• mortos ressuscitam por ocasião da morte de Jesus (Mt 27.52,53);
• a ressurreição de Jesus (Jo 2.19-21);
• Tabita (At 9.36-41);
• Êutico (At 20.9-12).


b. Expulsão de demônios

• Um homem com um espírito imundo (Mc 1.23-26);
• um endemoninhado, cego e mudo (Mt 12.22);
• dois homens possuídos de legião (Mt 8.28-34);
• um mudo endemoninhado (Mt 9.32-35);
• a filha da siro-fenícia (Mc 7.24-30);
• um jovem lunático (Mt 17.14-21);
• um jovem possesso de um espírito mudo (Mc 9.14- 26);
• os espíritos imundos de alguns samaritanos (At 8.7);
• cura de uma jovem adivinhadora (At 16.18).


c. Curas fisicas

• A febre do filho de um oficial do rei (lo 4.46-54);
• a sogra de Pedro (Mc 1.29,30);
• um leproso (Mt 8.2-4);
• um paralítico (Mc 2.3-12);

• o paralítico do tanque de Betesda (Jo 5.1-16);
• o homem da mão mirrada (Lc 6.6-10);
• o servo de um centurião (Mt 8.5-13);
• a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.25-34);
• dois cegos (Mt 9.27-3 1);
• um surdo e gago (Mc 7.32-37);
• um homem cego (Mc 8.22-26);
• um cego de nascença (Jo 9.1-41);

• uma mulher encurvada (Lc 13.11-17);
• um hidrópico (Lc 14.1-6);
• dez homens leprosos (Lc 17.11-19);
• um mendigo cego (Lc 18.35-43);

• Bartimeu (Mc 10.46-52);
• a orelha de Malco (Jo 18.10);
• o coxo da porta formosa (At 3.1-8);
• Enéias (At 9.34);

• um coxo, em Listra (At 14.10);
• a disenteria do pai de Públio, em Malta (At 28.8);
• os demais enfermos da Ilha de Malta (At 28.9).


d. Sobre as forças da natureza

• Água transformada em vinho (Jo 2.1-1 1);
• a rede de Pedro se enche de peixes (Lc 5.1-11);
• alimentação de cinco mil homens, fora mulheres e crianças (Mt 14.15-21);
• alimentação de quatro mil homens, fora mulheres e crianças (Mt 15.32-39);

• um peixe traz dinheiro na boca (Mt 17.27);
• uma grande pesca (Jo 21.6-14);
• Jesus passa invisível por entre os inimigos (Lc 4.30);
• sinais durante a festa da Páscoa (lo 2.23);
• seca-se a figueira sem fruto (Mt 21.19);
• porcos afogam-se no mar (Mt 8.32);

• Jesus acalma uma tempestade (Mt 8.26);
• Jesus acalma outra tempestade (Mc 6.45-51);
• Jesus anda sobre águas (Mt 14.25);
• Pedro também anda sobre as águas (Mt 14.28-3 1);

• a pedra do túmulo de Jesus é removida (Mt 28.2);
• abrem-se as portas da prisão para os apóstolos (At 5.19);
• Pedro é livre da prisão (At 12.7-10);
• as portas do cárcere se abrem em Filipos (At 16.26).


e. Outras maravilhas

• Uma estrela guia os magos a Belém (Mt 2.1-12);
• curada a esterilidade de Isabel (Lc 1.7,13);
• Zacarias fica mudo e depois é curado (Lc 1.22,64);
• sinais no momento do batismo de Jesus (Mt 3.16,17);
• sinais na transfiguração de Jesus (Mt 17.1-14);
• resposta através de uma voz sobrenatural (Jo 12.28-
• por ocasião da prisão de Cristo (Jo 18.4-6);
• por ocasião da morte de Cristo (Mt 27.45-53);
• por ocasião da ressurreição de Cristo (Mt 28.2);

• por ocasião da ascensão de Crista (Mc 16.19; Lc 24.50,51; At 1.6-12);
• palavra confirmada por sinais (Mc 16.20);
• sinais no dia de Pentecoste (At 2.1-8);
• muitas maravilhas e sinais pelos apóstolos (At 2.43);

• morte de Ananias e Safira (At 5.1-10);
• sinais e prodígios entre o povo (At 5.12);
• Estêvão (At 6.8);
• Filipe (At 8.6);

• Elimas é ferido de cegueira (At 13.1 1);
• Sinais e prodígios em Ic@io (At 14.3)
• Barnabé e Paulo (At 15.12);
• maravilhas extraordinárias pelas mãos de Paulo (At 19,11)

• o Evangelho acompanhado por grandes milagres e maravilhas operados pelo poder de Deus (Rm 15.19; 1 Co 12.10,28; 2 Co 12.12; Gl 3.5; Hb 2.4; Ap 11.3-6 etc.);

• e outras maravilhas que ficaram ocultas aos olhos humanos. (‘)
O termo grego semeon era a palavra comumente usada para descrever “sinal” ou “maravilha”. Trazia algumas vezes o sentido de “marca distintiva” ou seu equivalente na raiz hebraica õth, ou mõpheth, que significa “algo espantoso” ou “marca distintiva”. (2)

Nos evangelhos e em Atos dos Apósto1os é freqüente o uso do termo semeon para indicar um “milagre didático em forma expressiva” ou “uma maravilha”, cuja finalidade é convencer os homens acerca de uma intervenção divina. A expressão ocorre 77 vezes no Novo Testamento, sendo que aparece 48 vezes nos evangelhos 13 em Atos, oito nas epístolas de Paulo, sete no Apocalipse de João e uma em Hebreus. No Evangelho de João, aparece com o significado de “sinal milagroso” (Jo 2.11,18,23). (3)

Mas o sentido geral é de uma operação completamente divina, cujo teor compõe-se não somente de um “sinal” ou “marca distintiva”, mas de algo que causa espanto e admiração aos circunstantes. As grandes maravilhas relacionadas neste capítulo são apenas uma demonstração técnica do grande poder de Deus.

Em todos os acontecimentos, e em todas as guerras de que participou o povo de Deus, tanto a nação de Israel como a Igreja de Jesus Cristo, houve participação divina em cada detalhe, até a vitória. Em alguns casos, Deus intervinha diretamente com manifestações do seu poder. Ou usava homens e mulheres dotados de dons espirituais, especialmente o de operar maravilhas (Hb 2.4 etc.).
Deus é sempre lembrado por suas maravilhas! Jó declara que Ele faz “maravilhas tais que se não podem contar” (Jó 9.10).

Os Salmos exortam-nos a louvá-lo por suas maravilhas: “Para publicar com voz de louvor e contar todas as suas maravilhas” (26.7); “Anunciai entre as nações a sua glória; entre os povos as suas maravilhas” (Si 96.3); ‘Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele fez maravilhas...” (51 98.1). O profeta Joel falado “derramamento do Espírito Santo”, e a voz de Deus conclui: “Mostrarei maravilhas no céu e na terra” (Jl 2.30).

Cremos que o dom de operar maravilhas não cessou. Ele continua em evidência na Igreja através dos séculos e na atualidade. O segredo para vermos maravilhas em nós e nos outros começa com a santificação: “Santificai-vos, porque manhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós” (Js .5). Foi o que fez Moisés quando “levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus”. Ele “santificou o povo... E disse ao povo: Estai prontos ao terceiro dia... E aconteceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial... E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira; Moisés falava, e Deus respondia em voz alta” (Ex 19.14-19).

Um acontecimento de primeira magnitude! Agora, com a presença de Deus na montanha, tudo muda de aspecto. A montanha inteira parece pulsar de vida. Deus, então, levanta suas mãos até a altura das estrelas. Ele responde a Moisés em voz alta, e as regiões do firmamento ecoam com timbres poderosos assim como ressoa o rugir do leão no deserto à meia noite. A artilharia do céu é 5carregada como sinal; um troar de trovões seguidos de raios que partem de lugares ocultos espalham o alarme por todo o monte, preparando o povo para receber suas ordens.

Deus, então, começa a operar maravilhas aos olhos do povo: “E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando” (Ex 20.18). Assim são as maravilhas de Deus, e o Espírito Santo, hoje, deseja capacitar cada um dos filhos de Deus que estão a servir a vontade divina e as necessidades humanas, para honra e glória do nome do Senhor. Busquemos pois, tão maravilhoso dom!



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
A Existência e a Pessoa do Espírito Santo = Severino Pedro da Silva - CPAD


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