22 de dezembro de 2010

Se o Meu Povo Orar.

Se o Meu Povo Orar.


Texto Áureo: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr 7.14).


Verdade Prática: A oração de confissão, acompanhada de temor e humildade, exalta a bondade e a benignidade do Senhor.


Introdução


Finalizando este abençoado trimestre, já no fim deste ano de 2010, temos a oportunidade de estudar, de forma detalhada, a passagem que se encontra no livro de 2 Crônicas, capítulo 7 e versículo 14, acerca da forma correta e sensata de buscarmos a Deus. Este versículo, que embasa a lição ora estudada, nos traz uma relação de causa e consequência, a saber: aquele que orar, humilhando-se e buscando a presença de Deus, convertendo-se dos seus maus caminhos (em arrependimento), alcança como consequência a misericórdia de Deus, que ouve o nosso clamor, perdoa os nossos pecados e sara a nossa terra.


Este versículo nos mostra a forma que devemos entrar na Presença de Deus. Enquanto servos, temos que ter um coração humilde e quebrantado, buscar continuamente a face de Deus e endireitarmos as nossas veredas. Aproveitando o final de ano, época que costumeiramente fazemos um balanço de nossas vidas, devemos observar de que forma estamos buscando ao nosso Deus. Desejamos ver sua face continuamente? Ainda temos um coração humilde? Os nossos caminhos são retos aos olhos de Deus?


Tais questionamentos são fundamentais, porque se ligam diretamente com a eficácia da oração. Se o Senhor impõe estes antecedentes para ouvir nosso clamor e nos estender a Sua misericórdia, por óbvio que se estivermos em falta, nossas orações não terão a eficácia que delas se espera.

Neste estudo, abordar-se-á os principais pontos do versículo transcrito no texto áureo, essenciais ao nosso Ministério de Oração.


Buscar Deus com humildade


Segundo a “Pequena Enciclopédia Bíblica”, de Orlando Boyer, humildade é a “virtude com que manifestamos o sentimento da nossa fraqueza ou de nosso pouco ou nenhum mérito”. Já o Novo Dicionário Aurélio aponta o verbete humildade com sendo “virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza”. Ambos os conceitos, um de natureza bíblica e outro de natureza secular, nos dão a principal natureza da condição de humildade: o reconhecimento da nossa fraqueza.


O crente deve ter um coração humilde como pressuposto da sua condição falha, das suas fraquezas. É um sinal de dependência plena do poder e da força do nosso Deus, em contraposição à autossuficiência reinante no mundo moderno, em que os homens creditam todos os seus êxitos às suas próprias virtudes, julgando-se independentes do poderio de Deus.


Na epístola do apóstolo Tiago, capítulo 4 e versículo 6, está escrito: “Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes”. De forma semelhante, Pedro, em sua primeira epístola, capítulo 5 e versículo 5, aborda a necessidade de humildade: “Semelhantemente, vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”.


A Bíblia é bastante clara em abordar a resistência de Deus aos soberbos. E se há um sentimento negativo que contamina nossos tempos presentes é a soberba, a falta de humildade, nos corações dos homens. Enquanto o homem depositar a sua confiança somente em suas qualidades pessoais, nas suas relações interpessoais, no seu poder aquisitivo, não haverá espaço para humildade em seu coração, e, consequentemente, não haverá espaço para o agir pleno de Deus em sua vida.


Em Miquéias 6.8, temos a desejo do Nosso Deus consoante à nossa conduta: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com teu Deus?”.

Nosso Senhor requer de nós um coração humilde ante à Sua presença, e mesmo nas nossas relações com nossos irmãos. Muitas porfias poderiam ser evitadas se houvesse mais humildade em nossos corações, em saber ceder no momento certo, em saber que nosso irmão possui falhas assim como nós também possuímos, entre outras coisas. Busquemos a humildade como forma de melhorar nossa relação com Deus e com as outras pessoas.


Conversão e Arrependimento


O primeiro passo para uma relação verdadeira e sincera relação com Deus é o arrependimento, seguido da conversão, que é a mudança de vida (endireitamento de veredas), daquele que abandona o pecado para seguir os preceitos de Deus.

Norman Geisler, em sua “Teologia Sistemática”, citando obra de Jack Cottrell, aponta que: “Especificamente falando, o arrependimento é uma mudança de mente ou atitude com relação ao pecado, particularmente com respeito ao nosso próprio pecado. Ele inclui o remorso. Ele inclui um desejo sincero de se livrar do pecado (o rei Davi expressou esse sentimento no salmo 51), bem como uma determinação de abandonar o pecado e caminhar com Deus”.


O arrependimento é condição necessária não somente à eficácia das nossas orações, mas, em último plano, condiciona a nossa própria salvação. Sem arrependimento, não há conversão, não há mudança de vida, não há abandono do pecado e, por consequência, não há salvação, segundo à palavra de Deus.


Assim, expõe ainda Norman Geisler, acerca das razões pela qual o arrependimento é necessário à salvação: “Antes de tudo, a própria natureza da salvação o requer. A salvação é salvação do pecado, e não podemos ser salvos do nosso pecado enquanto ainda estivermos com o nosso coração agarrado a ele [...]. Em segundo lugar, a própria natureza da fé salvífica requer que ela seja acompanhada pelo arrependimento [...]. A questão é que não podemos aceitar sinceramente o que Jesus fez por nós na cruz sem odiar o pecado que o colocou lá.

O arrependimento e a conversão fazem com que o crente deixe seus maus caminhos, endireite suas veredas, deixando uma vida de pecados e autodestruição para trás, fazendo dos seus caminhos uma nova história (2 Co 5.17).


O senso popular muitas vezes aborda o chavão de que “todos são filhos de Deus”, ou, como a conhecida música de uma apresentadora infantil, extremamente desrespeitosa diga-se de passagem, “tudo o que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar”. Em verdade, à luz da palavra de Deus, nossas orações, petições e súplicas diante de Deus, assim como nossa própria comunhão com Ele, estão condicionadas ao arrependimento dos pecados e a conversão de vida. Nosso Deus é santo (Êx 15.11), e abomina o pecado em todas as suas formas. Nós, portanto, devemos buscar a Deus com o coração sempre arrependido e disposto a pedir perdão pelos nossos erros.

Alguns, erroneamente, julgam que por serem membros de determinada igreja, não precisam mais de um coração arrependido diante de Deus. Esta concepção é falsa, pois a natureza humana nos leva, diuturnamente, a pecarmos, seja em ações, palavras ou mesmo em pensamentos. Devemos ter aversão ao pecado, e sabermos identificá-lo quando o cometemos, para buscarmos a Deus com um coração arrependido.


As respostas de Deus como consequência da humilhação e do arrependimento, aliados à uma busca contínua do Senhor


Para que o Senhor nos ouça no dia da angústia (Sl 20.1), para que o Senhor nos responda antes mesmo de clamarmos (Is 65.24), para que nosso Senhor nos dê a resposta de auxílio em momentos cruciais de nossa vida (Gn 41.16), para que o Senhor nos dê a resposta certa da nossa língua (Pv 16.1), é necessário que o busquemos continuamente, em humildade e arrependimento.


Ressaltando uma das mensagens principais do presente trimestre dominical, a oração na vida do servo de Deus não deve ser um ato isolado, componente de um mero rito ou liturgia religiosa. A oração deve ser um ministério, de comunhão e busca contínua de Deus, por reconhecermos nossa dependência do seu poder.

Em 2 Cr 7.14, quando o Senhor fala acerca dos seus servos buscarem a Sua face, devemos entender não somente uma busca isolada, em determinados momentos, segundo a nossa vontade. Ora, se assim o fizéssemos, estaríamos fazendo como muitos hoje fazem, em tratar a sua relação com Deus como uma relação utilitarista, isto é, não servindo a Deus pela sua misericórdia, amor e justiça, mas simplesmente para adquirir aquilo que almeja.


A busca contínua da face de Deus torna a oração um instrumento de comunhão, e não somente uma lista utilitária de pedidos. A oração é um canal de comunição recíproco, em que os servos de Deus podem a ele direcionar sua adoração e suas súplicas, e ouvir do Senhor aquilo que necessitam, ou o que o Senhor deseja que ouçamos.

Buscar continuamente o nosso Deus, com um coração humilde e arrependido, faz com que as nossas orações sejam ouvidas e respondidas. Então o Senhor (2 Cr 7.14) ouvirá dos céus nossas súplicas, perdoará nossos pecados e sarará nossa terra.


Conclusão


Neste ano que se finda, que possamos, em atenção a este trimestre abençoado, reforçar nosso propósito de oração a Deus, fazendo da oração um Ministério em nossas vidas, para que sejamos servos da mais íntima comunhão com nosso Deus. Que Deus abençoe os amados leitores, e lhes dê um próspero natal e ano novo, repleto de bênçãos.


Elaboração por:- Joseph Bruno

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

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