22 de julho de 2010

Profecia e Misticismo

Profecia e Misticismo

Texto Áureo: “Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais” (Jr 29.8).

I – Introdução

Primeiramente a paz do Senhor a todos os leitores. Iniciando mais um estudo sobre a palavra de Deus, buscaremos aprofundar um pouco mais a questão tratada na presente lição. A princípio é de suma importância que saibamos que, apesar de extremamente válido este estudo que nos propomos a fazer, sempre devemos orar a Deus rogando-Lhe discernimento para sabermos diferenciar o que é divino do que é mundano ou demoníaco.

II – Avaliação da Profecia

No mundo em que vivemos hoje, com tantas preocupações pelas quais passamos, sempre vem à nossa mente pensamentos como: “Será que esse meu plano vai dar certo? Que curso devo fazer na faculdade? Será que eu vou passar no vestibular? Será que vou conseguir um bom emprego? Quem será a pessoa certa para eu namorar e casar?”. Ou seja, sempre se quer saber o futuro de alguma forma. Muitos, como discorreremos mais adiante, buscam outras maneiras de buscar saber tal futuro como p.ex. os búzios, leitura de cartas, horóscopo, entre outras coisas. Nós que somos cristãos, sabemos que tais práticas são pecaminosas, por isso sempre buscamos confiar nas profecias que ouvimos na igreja, porém, mesmo que inconscientemente, nos perguntamos: “Será que tal profecia é de Deus?”.

Por essa simples constatação inicial já podemos derrubar uma das grandes facetas de pessoas que dizem profetizar. A maioria de nós já ouviu alguém dar a seguinte profecia: “Você vai receber uma benção muito grande, mas se nesse momento você duvidar no seu coração, vai perder a benção!”. Ora, como anteriormente dito, sempre que ouvimos uma profecia nos colocamos a pensar sobre sua veracidade, portanto, Deus não colocaria tal condição para recebermos uma benção. É uma obrigação nossa analisar cada profecia à luz da palavra de Deus.

Como a lição nos indica, devemos sempre analisar as profecias, para tanto devemos ser criteriosos, porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.” (Mt. 24. 24). É necessário ainda se fazer uma ressalva. Quando se fala em avaliação da profecia e do profeta, não se pode confundir isso com julgamento, pois a própria Bíblia no diz que não devemos julgar os outros.

A lição nos aponta uma forma principal de avaliarmos uma profecia, qual seja, a coerência bíblica da profecia.

Esta é a forma mais segura de avaliação de uma profecia. Não pode existir qualquer profecia que seja desconforme à palavra de Deus, ou ainda um profeta que prega algo contra a Bíblia. Ora, se um profeta é um porta-voz de Deus perante os homens, alguém que fala aquilo que Deus lhe ordena, como poderiam tais palavras contradizerem a Bíblia, que é a autêntica palavra de Deus? Podemos notar nitidamente tal questão no texto encontrado na Leitura Bíblica em Classe da presente lição, sobretudo em Dt. 13. 1 e 2:

1 Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou prodígio, 2 e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los”

Portanto, quando vir um profeta, e este fizer um sinal ou prodígio, mas em seguida falar algo contra a palavra de Deus, não dê crédito as suas palavras, pois não provém de Deus.

A coerência Bíblica da vida do profeta, bem como da profecia dada, é o melhor critério para avaliação, pois tal critério não pode ser enganado de forma alguma. Deste critério provém outros, mas sempre baseados nele, quais sejam:

1)- Discernir o caráter da pessoa, analisando dentre outras coisas se ele ama aos pecadores, detesta o mal e ama a justiça. Tal critério é bastante válido, porém não conclusivo, pois como nos diz a palavra de Deus existirão homens “tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes, afasta-te” (2 Tm 3.5). Tenhamos em mente então que é importante discernirmos o caráter da pessoa, mas não somente o caráter que ele aparenta ter, sempre lembrando de analisar seu caráter conforme a palavra de Deus. A melhor forma de se fazer essa avaliação é notarmos se a pessoa manifesta os frutos do Espírito Santo:

Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança(Gl 5. 21).

2)- Discernir os motivos da pessoa, tais como conduzir a igreja à santificação, salvar os perdidos, honrar a Deus, além de proclamar e defender o evangelho. Tal avaliação é de grande valia, pois o profeta tem duas missões principais, que é predição e exortação, sempre buscando a edificação do povo.

3)- Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Na Bíblia de Estudos Pentecostal, em nota a Mt 7. 16 encontramos que os frutos dos falsos mestres consistem, principalmente, no caráter dos seus seguidores.

Estes são critérios muito valiosos, e todos são corolários do primeiro e principal, qual seja, a coerência bíblica da profecia e do profeta. Há, todavia, ainda um critério que deve ser analisado, dadas as circunstâncias atuais em que vivemos. É necessário verificar a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Tal pessoa gosta de receber grandes somas de dinheiro, ou as recusa? Hodiernamente vemos tantos casos de pastores que utilizam o dinheiro do Senhor de forma não edificante, comprando coisas que são desnecessárias, como p. ex. aviões, entre outras coisas, que chega a nos causar até certa revolta.

Portanto meus irmão, analisemos a profecia e o profeta, sempre lembrando de buscar o discernimento pela oração.

III - Práticas Divinatórias

O ser humano naturalmente possui certa fascinação por saber o que acontecerá com o mundo e consigo mesmo no futuro. Com isso, vemos, através dos diversos meios de comunicação, que tem se disseminado cada vez mais pelo mundo diversas práticas místicas, que possuem como objetivo prever o que há de vir, tais como a astrologia, a leitura das linhas da mão, a utilização de búzios, de cartas, de bolas de cristal e, até mesmo, de borra de café.

Vemos, também, diversas pessoas que buscam formas sobrenaturais para resolverem seus problemas pessoais, tanto no sentido de beneficiar-se, quanto no sentido de prejudicar seus desafetos. Há quem recorra às chamadas práticas divinatórias desde para conseguir fazer com que alguém se apaixone por si, até para tentar ferir outra pessoa fisicamente.

Tudo isso é resultado da necessidade humana de invocar “forças sobrenaturais” tanto para saber seu futuro, quanto para resolver seus problemas. Essa necessidade faz com que muitas sejam enganados por práticas absurdas, que supostamente podem satisfazer diversos desejos humanos.

Vemos que diversas práticas divinatórias servem basicamente como uma ilusão para aqueles sedentos por realizações sobrenaturais. Mas devemos estar atentos, pois existem práticas que podem realmente fazer com que coisas sobrenaturais aconteçam, através do poder que Satanás possui no mundo.

Diante de todo o exposto, vemos que nós, servos de Deus, devemos estar sempre vigilantes e buscando a presença do Senhor, para não sermos iludidos por práticas divinatórias, sobretudo por aquelas que realmente produzem resultados sobrenaturais, mas não provenientes de Deus. Isso porque, à luz da Palavra de Deus, todas essas práticas são abomináveis aos olhos do nosso Senhor. Isto se pode depreender de diversos trechos bíblicos. Talvez o que deixa mais explícito isso, encontra-se em Deuteronômios 18.10-12:

10Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, 11nem encantador de encantamentos, nem que consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, 12pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR, teu Deus, as lança fora de diante de ti”.

Esta passagem traz, primeiramente, um rol de práticas divinatórias. Este rol abarca, tomando-o em sentido amplo, praticamente todas as formas existentes deste tipo de prática. Não cabe aqui a descrição de cada delas, posto que a lição em comento já o fez.

Após enumerar as práticas divinatórias, vemos no texto bíblico o que é mais importante para nós, crentes: Deus abomina completamente essas práticas e quem as faz. Mas Deus não abomina somente quem as pratica, mas também aqueles que acreditam nelas e as seguem. Assim vemos em 2 Reis 17.17 e 18:

17Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mal aos olhos do SENHOR, para o provocarem à ira. 18Pelo que o SENHOR muito se indignou contra Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante da sua presença”.

Neste capítulo do livro de 2 Reis, vemos diversas coisas que o povo de Israel fez que indignaram a Deus e fizeram com que Ele saísse de diante da presença deles. Muitas dessas coisas devem ser observadas também por nós, pois são coisas que, como dito, entristecem a Deus e podem afetar nossa comunhão com Ele.

Posto isso, vemos que o trecho transcrito fala em “dar-se a adivinhações” e “crer em agouros”. Tomando-se essas expressões em sentido amplo, vamos que todo aquele que crê em práticas divinatórias faz algo que entristece a Deus, afetando nossa comunhão com ele.

Vale, aqui, transcrevermos o que está escrito em Levítico 20.6, posto que é um trecho da Bíblia que deixa clara quão abominável é para o Senhor dos Exércitos essas práticas:

6Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após eles. Eu porei a minha face contra aquela alma e a extirparei do meio do seu povo”.

O capítulo 20 de Levítico traz as penas de diversos crimes, sendo que essas penas e esses crimes são descritos pelo próprio Deus a Moisés. Observando-se por esta perspectiva, fica claro como Deus vê essas práticas entre nós.

Para finalizar este tópico, mostra-se de grande valia a transcrição do versículo 31, do capítulo 19, do livro de Levítico, o qual traz um mandamento do Senhor para os seus servos:

“Não vos vireis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus”.

IV - A Necessidade da Profecia Bíblica

Tendo em vista tudo o que já foi exposto, fica claro quão importante é a profecia bíblica. Isso porque, como já dito, como o humano possui uma necessidade natural de encontrar soluções para seus problemas através de realizações sobrenaturais, muitas vezes ele procura essas realizações em lugares onde elas de fato não existem, ou onde elas se manifestam através de obras de Satanás. Neste contexto, então, a profecia bíblica mostra-se como o caminho certo para o céu e para buscar o sobrenatural.

As únicas obras sobrenaturais realmente boas são as provenientes de Deus, nosso Pai Celestial. Quem é crente de verdade precisa somente da Palavra de Deus para viver em paz, não precisa “correr atrás” de “profecias”, não precisa recorrer a práticas divinatórias para nada.

Deus fala até hoje com cada um dos seus servos através de verdadeiros profetas usados por Ele e, principalmente, através da Bíblia. Esta contém em si diversos mandamentos, profecias, promessas e ensinamentos, traçando o caminho certo que devemos seguir para viver em paz e em perfeita comunhão com Deus.

Devemos estar sempre atentos ao que Moisés escreveu em Deuteronômios 13.4, que diz assim:

6Após o SENHOR, vosso Deus, andareis, e a ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a ele voz achegareis”.

V – Conclusão

Notamos no presente estudo a necessidade de nós, que professamos o evangelho de Cristo, nos afastarmos dos costumes mundanos que buscam prever o futuro, ou ainda resolver problemas pelos quais passamos. Tais práticas são contrárias à palavra de Deus. Ainda, mesmo quando ouvimos profecias dentro do seio da igreja, devemos nos acautelar, avaliando, segundo a palavra de Deus, a procedência de tal profecia.

Irmãos, “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores(Mt 7. 15).

Comentários: Jimmy Bruno dos Santos Silva e Jonathan Bruno dos Santos Silva, membros da Igreja Assembléia de Deus, Ministério do Belém, de Dourados-MS.

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